Miguel fez uma expressão pensativa, colocando a mão no queixo. — Olha, a gente faz o seguinte: das oito às onze, você é senhora Alencar na minha empresa. Depois a gente sai para almoçar juntos. Da uma às cinco, eu deixo você trabalhar só um pouquinho. E, às dezoito horas, eu te busco, e você é toda minha. O que acha? Clara estreitou os olhos, segurando o riso. — E o que vamos fazer das dezoito até a meia-noite? Miguel segurou-a pela cintura, puxando-a para mais perto. — Nós vamos nos amar muito. Toda hora, todo instante. Quero recuperar todos esses anos perdidos com você. Clara passou os braços ao redor do pescoço dele, com um sorriso provocador. — Hum… vou cobrar. Mas, Miguel, eu só quero uma coisa. — O quê? — perguntou ele, curioso. — Fazer de você o homem mais feliz do mundo. Miguel segurou o rosto dela com as duas mãos e respondeu, com um sorriso cheio de amor: — E eu quero te fazer a mulher mais feliz do mundo. Clara sorriu, emocionada. — Combinado. Eles se beijaram,
Paz não se compra, se conquista.— Oi, minha princesa linda! Que bom ver você aqui.Luna correu até ela, dando-lhe um abraço apertado e caloroso.— Estava com saudade de você, vovó.Isabel sorriu, acariciando o rosto da neta.— Nossa, como é gostoso ouvir isso. Entra, Ana. Entra, Fábio.Eles entraram, e Isabel fechou a porta, olhando para todos com entusiasmo.— Que tal fazer um lanchinho comigo? — perguntou Isabel.Ana sorriu, balançando a cabeça.— Eu acabei de convidar a Luna para jantar lá em casa.Isabel, com um ar travesso, respondeu:— Um lanchinho não vai tirar o apetite para o jantar. Vamos?Ana riu, aceitando a ideia, e Fábio concordou com um sorriso. Todos seguiram para a cozinha. Isabel abriu a geladeira e pegou uma refratária com salada de frutas, colocando-a na bancada.— Vocês gostam? — perguntou Isabel.Luna arregalou os olhos, animada.— Uau, eu amo salada de frutas!— Hum, que bom! Está bem fresquinha — respondeu Isabel.A governanta trouxe taças e as colocou sobre a
Fragmentos de Memória A manhã chegou, e Miguel entrou no escritório do Grupo Alencar com determinação. Era o momento de desvendar o que Henrique havia feito e como ele havia se infiltrado na vida de sua família e da empresa. Com Clara ao seu lado, ele sentia que estava mais forte, mas sabia que não seria fácil reviver alguns dos momentos mais obscuros de seu passado.Miguel sentou-se na grande cadeira de couro e abriu a pasta de documentos que Ana havia separado. Clara estava ao lado, observando atentamente, pronta para ajudar. Ao abrir o primeiro envelope, ele percebeu algo estranho. As assinaturas de Rodolfo Alencar, seu pai, em alguns contratos importantes, estavam marcadas por pequenas rasuras.— Isso é estranho — disse Miguel, mostrando os papéis para Clara. — Meu pai era extremamente cuidadoso. Ele jamais deixaria algo com rasuras passar despercebido.Clara pegou os papéis, franzindo a testa.— Pode ser uma pista. Talvez Henrique tenha forçado ou manipulado seu pai de alguma fo
Descobertas DevastadorasMiguel ficou em choque, levantando-se abruptamente.— Você só pode estar brincando! Eu não vou fazer isso! Amo a Clara, pai. Vou voltar para ela, como prometi.Rodolfo fechou os olhos por um momento, como se esperasse por essa resposta. Quando os abriu, sua expressão era dura.— Se você for atrás dessa pobretona, esqueça nossa riqueza. Nenhum centavo será seu. Vai ter que se virar sozinho, sem o apoio da família, sem o nome Alencar. É isso que você quer?Miguel encarou o pai, o rosto ardendo de raiva e desespero.— Prefiro perder tudo do que me casar com alguém que não amo! Eu já decidi, pai. Vou voltar para a Clara!A porta do escritório abriu-se repentinamente, e Henrique entrou com um sorriso debochado.— Que bela declaração, Miguel. Então, você ama uma tal de Clara, hein? — disse ele, com um tom de sarcasmo.Miguel virou-se para Henrique, furioso.— Isso mesmo. Eu amo a Clara. E nada do que vocês fizerem vai me impedir de voltar para ela!Henrique deu uma
Verdades Ocultas e o Começo de uma InvestigaçãoIsabel, embora relutante, levantou-se e foi até um armário no canto da sala. Após alguns minutos, voltou com um envelope e entregou-o a Miguel.— Aqui está, filho. Mas não sei por que isso é tão importante para você agora.Miguel pegou o envelope com cuidado, abriu-o e examinou o documento. As palavras “infarto agudo do miocárdio” estavam claramente escritas como causa da morte. Mas algo não parecia certo. Ele olhou para Isabel.— Obrigado, mãe. Eu preciso investigar isso.Ela o observou com preocupação, mas assentiu.— Tudo bem, Miguel. Só tome cuidado. Não quero que isso te consuma.Miguel saiu da casa de Isabel e foi direto ao escritório do detetive Tenente Roberto Almeida, que já havia ajudado na investigação do sequestro de Clara. Ao entrar, foi recebido com um cumprimento cordial.— Miguel, o que traz você aqui?Miguel colocou o envelope na mesa do detetive.— Preciso que você investigue isso. É o atestado de óbito do meu pai. Quer
A insistência Almeida respirou fundo antes de responder.— Tudo indica que sim. O ângulo da batida sugere que ele veio direto na sua direção. E considerando as circunstâncias e tudo o que sabemos agora, parece que o objetivo era tirar você do caminho.Miguel ficou em silêncio, as palavras ecoando em sua mente. Finalmente, ele perguntou:— Por quê? Por que ele faria isso?Almeida olhou para ele com seriedade.— Acho que Henrique queria garantir que você não voltasse para Clara. Pelo que me contou, você deixou claro que iria atrás dela. Ele sabia que, se você voltasse, seus planos de casar você com Cecília e manter o controle das ações não se concretizariam. Essa parece ser a única explicação.Miguel sentiu a raiva crescer dentro de si, misturada com a tristeza e a decepção.— Ele tentou me matar… para proteger os próprios interesses. E conseguiu destruir minha vida no processo. Eu perdi Clara, minha memória, tudo…Almeida assentiu, solidário com a dor de Miguel.— Ainda estou analisan
Miguel respirou fundo, tentando manter a calma.— Onde eles estão agora?Almeida balançou a cabeça, impotente.— Não sabemos. Os dois desapareceram. Nenhum dos cúmplices capturados quis falar. Eles podem estar em qualquer lugar.Miguel passou as mãos pelo rosto, a raiva e o medo crescendo dentro dele.— Eles vão vir atrás de nós. De Clara, de Luna. Não há dúvidas sobre isso.Almeida assentiu, já pensando em um plano.— Precisamos reforçar a segurança de vocês. Já acionei uma equipe para monitorar a sua casa e a de Clara. Também vou garantir que a casa de Isabel e Valentina seja protegida.Clara entrou no escritório naquele momento, tendo seguido Miguel. O rosto dela estava pálido, mas determinado.— Almeida, o que podemos fazer? Não podemos simplesmente esperar que eles apareçam.O detetive suspirou, observando os dois.— Eu já estou rastreando todas as possíveis rotas de fuga, verificando as câmeras de segurança das cidades próximas. Mas, por enquanto, é vital que vocês se mantenham
O vacilo Antes que pudessem reagir, as duas portas traseiras se abriram. Dois homens mascarados surgiram rapidamente. Um deles segurou Luna com força, enquanto o outro imobilizava Fábio. Ambos os adolescentes tentaram resistir, mas os homens eram mais fortes e experientes.— Solta a gente! — gritou Fábio, lutando para se livrar.— Socorro! — gritou Luna, tentando chutar o homem que a segurava.Os sequestradores ignoraram os protestos. Um pano embebido em clorofórmio foi pressionado contra o rosto de Luna, que desmaiou em segundos. O mesmo foi feito com Fábio, que perdeu a consciência logo depois.Os homens os colocaram de volta no carro, agora como prisioneiros, e Cecília deu partida novamente, sorrindo de forma sombria.O relógio marcava 15h, e Luna e Fábio já deveriam ter chegado à empresa. Ana, estranhando o atraso, tentou ligar para o motorista. O telefone tocou várias vezes, mas ninguém atendeu.— Que estranho… — murmurou Ana, sentindo um calafrio. Ela tentou novamente, mas a li