Enquanto Bernardo estava caminhando por aquela rodovia deserta tarde da noite, ele olhou para o céu e viu que era noite de lua cheia. E a lua estava linda, grande e o seu brilho parecia estar mais vivo, e a sua cor um pouco azulada, parecendo um filme.
Olhar para o céu fazia Bernardo se lembrar do tempo em que ele era apenas um menino de nove anos. De quando ele ia para a casa de seus avós e de quando ele se encontrava com os seus dois primos Ramón e Renan, os quais tinham sete e oito anos, respectivamente. Essas viagens que ele fazia para a casa dos seus parentes nas férias de janeiro e de julho, ficaram marcadas profundamente em sua memória, pois em todas as noites de lua cheia quando os três meninos estavam juntos e de férias, eles ficavam acordados até tarde admirando a lua e as estrelas. Então eles pegavam um colchonete e alguns travesseiros, e quando iam até o deck que ficava ao lado da piscina, eles deitavam e ficavam observando a claridade que a lua emitia em seu quintal. Além disso, eles também admiravam o brilho das estrelas e faziam pedidos quando viam algo passando, dando a entender que seria uma estrela cadente, para a qual, segundo as tradições, eles deveriam fazer um pedido. Nesse momento, quando eles viam uma “estrela cadente”, cada um deles fechava bem os olhos e pedia algo que queria muito. Os primos de Bernardo, tanto Ramón quanto Renan, costumavam pedir para que eles sempre tivessem bolo de chocolate e sorvete na geladeira de casa. Já Bernardo queria apenas poder passar muitos momentos de sua vida olhando a lua e as estrelas, pois quando a noite caía, a melhor sensação que ele poderia ter era a paz que o céu noturno proporcionava a ele.
Mas enquanto Bernardo estava parado no canto da rodovia próximo a floresta e se lembrando com emoção dos seus tempos de menino, um barulho alto e assustador o tirou de seus devaneios, fazendo com que ele levasse um susto. Então ele olhou para a frente, e a única claridade que ele tinha naquele momento era a luz proporcionada pela lua cheia, pois naquela área não tinham postes de luz, pois era uma área uma rodovia que não estava tão próxima do perímetro urbano. Então ele ficou parado prestando atenção se ele conseguiria ouvir novamente aquele barulho, a fim de distinguir o que era e fugir dali. Então cerca de cinco minutos depois, ele ouviu um uivo, que parecia ser de um cão muito grande e muito bravo, mas Bernardo percebeu que dessa vez o barulho estava mais alto e mais próximo. Então ele começou a acelerar os passos a fim de sair rapidamente daquela região que, por mais que ele não acreditasse, mas naquela noite excepcionalmente, ela estava perigosa. Então conforme ele andava mais depressa, ele percebia que o som estava sendo emitido mais e mais vezes, e de forma mais alta e mais próxima, até que ele começou a correr, e como não estava mais passando carros naquele horário por já ser mais de vinte e duas horas, ele olhou para os lados e se viu completamente sozinho. Por isso, ele decidiu que o melhor seria correr o mais rápido que ele pudesse. E assim ele fez, mas quando ele chegou mais adiante, um grande lobo com os olhos amarelos e com os caninos muito brilhantes e pontiagudos correu em sua direção e saltou em cima de Bernardo, de modo que ele não conseguiu gritar. O grande lobo o arrastou para o interior daquela floresta densa e escura e depois disso só eram possíveis ouvir os gritos de Bernardo, indicando que ele estava sendo atacado por aquele lobo.
Depois de ter sido atacado por aquele lobo, Bernardo procurou um hospital no dia seguinte, pois o machucado estava doendo muito e ele suspeitou de que poderá estar infeccionando ou algo do tipo, além da chance de ter transmitido alguma doença para ele, pois ele não conhecia a procedência daquele lobo, nem nunca tinha o visto andar por aquelas redondezas. Outra coisa que deixou Bernardo um tanto preocupado e impressionado foi a cor dos olhos daquele animal, pois era de um amarelo tão brilhante que ele nunca viu igual. Mas que provavelmente quando ele fosse contar a alguém, a chance de alguém acreditar nele seria mínima, pois provavelmente alegariam que ele devia estar lendo tantas histórias de terror que acabou sendo sugestionado e vendo um lobo daqueles como os que podem ser encontrados nos filmes de lobisomem.Então depois que Bernardo chegou em casa, sentindo muita dor na perna, ele pegou a sua cart
Ao longo dos dias, Bernardo continuou frequentando o seu trabalho e ouvindo sempre os mesmos comentários, os quais eram destinados apenas a diminuí-lo cada vez mais, pois Felipe acreditava que quanto mais fizesse com que Bernardo se sentisse inferior aos demais, mais chance teria de ele pedir demissão.Mas um dia em que Bernardo se concentrou tanto no trabalho que esqueceu que havia passado da hora de ir embora, ele se levantou de sua cadeira para caminhar até a cozinha a fim de pegar um copo de café. Mas no meio do caminho, enquanto ele ainda estava no meio daquele corredor que não era tão iluminado, ele ouviu uma conversa de Felipe com Cláudio e Thamires, que falava:– Essa empresa vai fechar. – Disse Felipe.– Como assim, Felipe? – Perguntou Thamires.– Eu também queria entender isso melhor. Ai fechar por quê? – Questionou Cláudio.&nd
Enquanto isso, na casa de Thamires, ela pegou o seu celular e conforme o combinado com Cláudio e Felipe, ela abriu o aplicativo de mensagens instantâneas e escreveu a seguinte mensagem para Lara:– Oi, amiga. Como você está? Estou precisando me distrair um pouco, sair de casa. O que você acha de irmos ao cinema? Podemos aproveitar para conversarmos bastante.Cerca de quinze minutos depois, Lara respondeu a mensagem de Thamires, dizendo:– Oi, amiga! Vamos sim. É uma ótima ideia.– Quando podemos ir?– Pode ser no dia dezessete de julho. O que você acha?– Pode ser, sim. Combinado. Eu te encontro as sete da noite.– Combinado. Eu passo aí na sua casa para te buscar.– Ok. Beijos.– Beijos. Até lá.Nesse exato momento, Thamires criou um grupo com Cláudio e Felipe, e aproveitou para escrever
Finalmente chegou o dia dezessete de julho, o dia em que Thamires marcou de ir ao cinema com Lara. E esse também seria o dia em que Felipe começaria a colocar em prática o seu plano diabólico.Então quando ainda eram por volta das dezoito horas, ele tomou um banho, vestiu uma camisa de manga comprida na cor azul marinho e uma calça jeans.Enquanto isso, Thamires também estava se arrumando, apostando em um vestido rosa de renda e uma sandália de salto, e os cabelos soltos.Cláudio também estava bastante animado com a ideia de se encontrar com Lara, pois ele também tinha muito interesse na recompensa que tinha sido prometida por Felipe durante aquela conversa na empresa.Enquanto isso, Lara depois de ter se arrumado, e também apostado em um vestido, mas na cor preta com uma calça legging da mesma cor e uma bota de cano longo, ela desceu as escadas, indo at&ea
Enfim chegou o dia do tão aguardado acampamento, então Felipe já estava aguardando Cláudio e Thamires chegarem. Cerca de vinte minutos depois, eles chegaram. E nesse momento, Felipe disse:– Thamires, manda uma mensagem para que a Lara venha até aqui de carro que nós a guiaremos.– Está bem. – Disse Thamires retirando o celular do bolso e abrindo o aplicativo de mensagens instantâneas, enviou o texto conforme Felipe havia pedido.Então cerca de meia hora depois, Lara chegou dirigindo o carro, como Felipe havia planejado. E quando ela desceu para bater um papo com eles, Felipe disse para que todos entrassem para que eles pudessem checar as comidas que Felipe estava levando.Enquanto eles estavam dentro da casa de Felipe, Cláudio se aproximou do carro de Lara, procurou os cabos referentes aos freios motor e de estacionamento e os cortou, de modo que quando ela passasse no
Enquanto Bernardo caminhava sem destino pela floresta densa e escura, na rodovia, os planos de Felipe continuavam funcionando de vento em polpa, pois ele continuava dirigindo o seu carro com os funcionários, os quais estavam ajudando-o nessa ideia maquiavélica, enquanto Lara, a filha de Hamilton, estava dirigindo o carro dela, o qual estava a frente deles.Tudo estava fluindo muito bem. Felipe estava dirigindo devagar, pois estava esperando tranquilamente que chegasse o trecho de declive que tinha naquela rodovia quando se aproximavam da parte em que tinha a tal floresta que todos diziam ser mal assombrada, principalmente em noites como aquela, de lua cheia.Então cerca de duas horas depois de viagem, Felipe pôde ver ao longe um trecho de aclive naquela estrada, o que já o deixou com o coração acelerado, fazendo com que ele começasse a cantarolar por sentir a adrenalina que a vitória estava trazendo a ele.
Enquanto isso, próximo à rodovia, Lara se levantou colocando as mãos na cabeça e percebendo que ela estava sentindo muita dor no local. Então ela olhou em volta de si e viu que estava perto da árvore, na qual ela tinha batido com a cabeça. No mesmo instante, ela se lembrou dos seus amigos, e começou a procurar por eles, mas não viu ninguém na rodovia. Então ela entrou na floresta e começou a procurar, chamando por eles, gritando o nome de cada um deles.– Thamires! – Gritou ela, entrando na floresta e passando por aquelas árvores densas e escuras.Depois de alguns instantes sem ter qualquer resposta de Thamires, ela resolver chamar o Felipe.– Felipe! Onde vocês estão?Novamente, ela não ouviu qualquer resposta, nem conseguiu ver ninguém em meio àquelas árvores. Então ela tentou chamar Cláudio.
Lara andou pela floresta, passando pelas árvores que estavam muito próximas umas das outras e que por isso, atrapalhavam que a luz da lua cheia penetrasse por entre as folhas e iluminasse o seu caminho até que ela pudesse encontrar os seus amigos ou a rota de saída, pois ela correu muito e acabou se perdendo do grupo com quem ela iria acampar naquela noite.Então depois de Lara ter caminhado por volta de uma hora a procura de seus amigos, chamando-os continuamente, e por não ter conseguido ouvir a voz de ninguém, ela apontou a sua lanterna, que já estava com a luz enfraquecida devido à pilha já estar perto do fim, e viu que algo tinha sido iluminado. Naquele instante, Lara pensou que pudesse ter sido uma fruta que pudesse ter se desprendido de uma daquelas árvores. Mas ela imediatamente percebeu que não se tratava de uma fruta, pois, por mais que ela estivesse podre, não teria se espati