Quando John e Lúcia chegaram ao local onde Jhanny provavelmente fora atacada, nem ela e nem a coisa que a atacou estavam mais lá.
O lugar estava um caos, várias plantas arrancadas, pedras reviradas, folhas espalhadas e havia, também, pegadas enormes espalhadas no chão, pareciam pés humanos, só que muito grandes. Duas árvores tinham sido arrancadas pela raíz. Não eram muito grandes, uma delas era um pessegueiro.
— Acho que ela foi atacada quando pegava um desses. — Lúcia pegou um pêssego azul no chão, não estava amassado, estava em um bom estado. — Toma. — Ela ofereceu a John.
— Não, fique. — Ele balançou a cabeça.
John se abaixou e tocou o solo, tentou sentir alguma vibração na terra. Sentiu algo que parecia não estar muito longe,
Jhanny não se lembrava de ter ido dormir debaixo de arbustos. Ela acordou bem confusa, e então veio a lembrança do gigante, ela fazendo um corte em sua perna e a pancada na cabeça, depois mais nada. Ela se desvencilhou dos arbustos e saiu a procura dos amigos. Quando encontrou Lúcia, John e o gigante... na verdade, a cabeça do gigante, porque seu corpo estava afundando na terra, ela correu para eles. O que não foi muito legal, porque ela sentiu umas dores no corpo e na cabeça, onde havia levado a pancada, mas, mesmo assim, continuou com dificuldade, mas em seguida parou com um grito do gigante. — Nããããooo... — O gigante berrava enquanto afundava, no que parecia ser areia movediça. Jhanny viu Lúcia correr para John, ajudando-o a se levantar, ele parecia estar bastante machucado e com muita dor, pelas caretas que fazia. — Meus deuses, desculpe. — Lúcia falou.
Jhanny não soube dizer quanto tempo havia se passado, o sol já estava bem alto no céu, ela pode ver através das folhas nos topos das árvores. Lúcia havia apanhado algumas frutas que tinham por perto para as duas, então não estavam mais com fome. Haviam deixado algumas para quando John acordasse. Ela tirou a bandagem improvisada que ele havia feito para colocar no ferimento da testa dela, limpou o ferimento e colocou a bandagem novamente. Nenhum outro gigante apareceu por ali. Jhanny notou um olhar preocupado no gigante ao olhar para ele. Ela pôde sentir até um pouco de pena dele por ter sido abandonado pelos "amigos", mas se repreendeu ao se lembrar que ele quase a matou. — Parece que não virá ninguém procurar por você, não é? — Ela falou. — Eles devem estar vindo, só não chegaram a
Lúcia desejou que fosse sempre assim quando encontrassem com um deus ou lord da natureza, que eles sempre lhes dessem comida. - Nossa! - Ela exclamou quando entraram, logo atrás do Pirita bonitão (Sim, Lúcia o achou bonito), na sala. - Mas que coisa fantástica! O lugar era enorme, com teto alto onde um grande lustre de cristais azuis estava pendurado iluminando o lugar com velas. Não parecia que estavam naquele barco, a sala era muito grande e bem arrumada com sofás e poltronas fofas de forros azuis, alguns móveis bem lustrosos com detalhes azuis, haviam alguns baús velhos encostados em uma parede, estantes de livros, uma escrivaninha, o chão coberto por um enorme e fofo carpete, também azul. Tudo ali era azul. Ali de dentro nem dava para sentir o barco balançando nas ondas. Em um canto da sala, havia uma grande mesa de jantar tão far
John olhou de uma para outro e então pareceu entender o que estava acontecendo. - Eu realmente estava falando do sofá. - Ele falou rapidamente o que fez Jhanny cair novamente na gargalhada. - Não ligue para ela. - Lúcia falou. - Ahn... tá. - Ele falou olhando para Jhanny. - Ai... gente... desculpa. - Jhanny começou entre os risos. - Eu vou pôr isso aqui no lugar. - Ela se levantou, pegando o livro foi até uma das estantes e o colocou lá, depois sentou-se em uma poltrona perto da escrivaninha e começou a mexer nas coisas. - Ela... nos viu? - John perguntou a Lúcia, baixo pra Jhanny não escutar. - Eu não sei, acho que não. - Lúc
John sonhou que estava, mais uma vez, no templo de Fokon, mas desta vez estava lá sozinho. A fogueira continuava do mesmo jeito que ele a viu da última vez. Ele olhou para os lados a procura de alguém, andou em volta da fogueira, foi até a entrada do templo, mas estava realmente sozinho. Então, alguma coisa chamou sua atenção na fogueira, uma imagem, a mesma da última vez. Ele e as garotas sendo engolidos pela escuridão. Então, as chamas o engoliram e ele acordou. John sentou-se na cama, passou as mãos no cabelo, pensando naquela imagem. Aquilo não podia acontecer, ele não podia deixar aquilo acontecer. Ele tinha entendido o conselho dos seus avós, não deixar a raiva consumi-lo, mas porque teve esse sonho de novo? Será que não conseguiria se controlar quando estivesse frente a frent
Duas semanas haviam se passado desde que Jhanny, Lúcia e John tinham voltado da missão, e ela estava se perguntando por que o grifo Jake ainda não tinha voltado para seu dono, Mareh. Ela estava na varanda do quarto o observando correr e voar de um lado para o outro no centro de equitação. Ela acordou aquela manhã sem querer sair de casa. Então foi pra varanda observar a paisagem, que agora, devido ao outono, estava bastante dourada, tudo muito lindo como sempre. Outro motivo pelo qual ela estava observando o centro de equitação, era porque o Carter ainda não havia aparecido no vilarejo, ela sentia falta dele. Queria muito vê-lo. Era estranho olhar aquele lugar e ele não estar ali ajudando alguém a aprender a montar um cavalo. Era ainda mais estranho o fato de ele não ter aparecido no vilarejo, nem o Lincoln. O único que aparecia era o
Lúcia estava preocupada com John, ele ficou muito calado depois do Salão, mesmo depois de ela e Jhanny terem dito que estariam com ele. As duas estavam no quarto se preparando para partir, tinham se certificado de que não tinha mais ninguém nas ruas. Já passava das 23 horas, e, exceto pelos guardas nas torres de vigia, o vilarejo estava vazio. Tomariam cuidado para que eles não os notassem. - Pronta? - Jhanny perguntou ao terminar de prender o cabelo em um rabo de cavalo que ela jogou sobre o ombro, a mecha colorida presa atrás da orelha. - Sim. - Lúcia estava guardando no bolso o apito em forma de beija flor que a Mãe Natureza a deu. Ela tinha feito uma trança a qual jogou por cima do ombro também. - Vamos descer. Jhanny pegou a
Enquanto seguiam voando, Lúcia ficou pensando em Linus, em como ele os culpava. Ela achava isso injusto, mesmo que ela se sentisse mesmo culpada, mas a maneira como ele os culpava era diferente. O som de uma flecha passando zunindo perto de sua cabeça, fez Lúcia escapar de seus devaneios. - O que foi isso?! - Ela gritou. - Droga! - Ela ouviu John. - Acho que aquela é Cordall... ou o que sobrou! - Ele apontou. - Jake, dê a volta por trás daquela colina! - Ele gritou pro grifo que o obedeceu, dando meia volta e voando para detrás de uma colina que eles haviam passado. - Deuses! - Jhanny falou quando pousaram. - Eu consegui ver alguma coisa, Cordall está infestada de filhos da trevas.
Último capítulo