Fiquei aliviada de não ver meus pais ali, aliviada que o tio Nic não tivesse contado a eles o que eu estava fazendo em Paris. Ainda bem que ele estava focado em Malia, mas meu medo persistia, pois ainda havia a possibilidade de ele lembrar da minha existência.A semana passou voando e o único lugar que eu estava autorizada a ir era a faculdade, e olhe lá, nem passava pela minha cabeça desobedecer a ordem. Querendo ou não, minha vida também estava em risco.Malia não saiu do quarto em momento algum, nem mesmo para falar comigo. As refeições eram sempre entregues em seu quarto e, quando iam buscar, estavam praticamente intactas.No domingo de manhã, fui ao quarto dela e, assim que olhei em seus olhos, vi que estavam opacos e sem brilho. Não conseguia reconhecer minha prima ali. Pela primeira vez na vida, Malia não tinha a vontade de viver refletida em seus olhos.Tia Zoya entrou no quarto e começou a arrumá-la. Em momento algum Malia deu sua opinião ou se moveu de maneira brusca; pareci
Acordei no outro dia, mas minha vontade era continuar dormindo. No entanto, estava na hora de levantar. Minha cabeça estava girando, mas eu sabia que nada do que eu fizesse mudaria meu futuro. Não daria o gostinho nem ao meu pai, e muito menos a Etore, de achar que podem me controlar.Levantei da cama, tomei um banho e me vesti poderosa como sempre. Peguei minha mochila da faculdade e saí do meu quarto, chamando a atenção de todos que estavam na mesa tomando o café da manhã.— Bom dia, família amada. — Disse, com o deboche estampado em meu rosto.Antes que alguém pudesse responder, Nicolai respondeu ríspido: — Aonde você pensa que vai?— Não que seja de sua conta, mas vou para a faculdade.Ele riu na minha cara, como se eu tivesse falado a coisa mais engraçada do mundo. — Acho que você não entendeu a posição em que está agora, Malia. Tudo o que quiser fazer a partir de agora, precisa de autorização de seu noivo. A faculdade já não está mais na sua lista de afazeres, e a partir de hoje
Era estranho vê-la desarmada, parecendo tão frágil. Tirei-a do carro, pegando-a em meu colo. Ela se aconchegou em meu peito como se eu fosse sua pessoa predileta no mundo, mesmo que eu soubesse que não era bem assim. Mas, naquele instante, parecia que eu era.Entrei em casa e minha mãe veio logo ao nosso encontro.— Ela está bem? — perguntou, já preocupada.— Só está cansada e acabou dormindo no carro — respondi, dando as costas para ela e subindo com Malia para o quarto onde ela ficaria hospedada.Fazia anos que eu não dormia nesta casa, que ficou para minha mãe e minha irmã depois da morte do meu pai. Eu havia comprado uma mansão mais sofisticada e moderna, com segurança impecável. Mas, como ainda não estávamos casados, não podíamos ir para minha casa. Precisávamos seguir as leis das duas máfias. Na lei russa, os noivos podem ficar na mesma casa, mas a família do noivo precisa estar presente.Acho que eles têm medo de que os noivos se matem antes mesmo da aliança estar pronta.Coloq
Acordei cedo como de costume, preparada como se fosse para a aula. Na noite anterior, já havia mandado uma mensagem para Liam, combinando de nos encontrarmos atrás da universidade.Naquela manhã, Malia resolveu sair do quarto, arrumada para a universidade, mas foi brutalmente impedida pelo tio Nic.Um frio passou pelo meu corpo com medo de que eu também fosse impedida. Eu queria ajudar minha prima, mas a única coisa que consegui fazer foi ficar quieta, não me mover e fingir que nada estava acontecendo. Se não, sobraria para mim.Assim que o tio Nic e a tia Zoya foram para o escritório conversar, aproveitei a deixa para sair.Entrei no carro e sentia como se um peso estivesse em minhas costas enquanto o motorista andava pelas ruas. Não conseguia deixar de pensar na expressão no rosto de Malia quando foi impedida de sair. Sua força estava se esvaindo, e isso só aumentava minha urgência de encontrar uma saída. Liam era meu refúgio em meio ao caos. Desde que nos conhecemos, ele se mostrou
Abri meus olhos e me vi em um lugar desconhecido. Olhei pela janela e vi que já era noite. Verifiquei as horas no meu telefone e vi que passava das 23:00. Com a fome começando a apertar, decidi levantar e procurar algo para comer.Ao sair do quarto, percebi o silêncio que pairava sobre a casa, um silêncio que parecia sufocante. Lembrei-me então que Etore havia dito que eu ficaria na casa de sua mãe até o casamento. Mais uma vez, a sensação de estar presa me envolveu, mas eu não conseguia nem gritar para expressar minha frustração.Desci as escadas e, ao tocar na parede, encontrei o interruptor para acender as luzes. A cozinha era o único lugar iluminado, o que me trouxe um pouco de alívio.Com receio, abri a geladeira e me assustei ao ver uma garota mais ou menos da minha idade me observando.— Sinta-se à vontade para pegar o que quiser na geladeira ou nos armários. Você provavelmente está com fome. — Ela disse, percebendo minha surpresa.— Desculpe, não quis te assustar. Meu nome é C
Eu estava na sede com Alex, meu subchefe, quando meu telefone começou a chegar várias mensagens. A mensagem era de um soldado na casa da minha mãe, dizendo que todos os outros soldados estavam de olho em minha noiva. Não entendi o que ele quis dizer com aquilo até ver a foto dela de pijama transparente na varanda de seu quarto.Não pensei duas vezes antes de entrar no carro e ir até essa filha da mãe. Chega a ser doentio como essa menina consegue me tirar do sério. Nunca pensei que ela teria coragem de realmente me pirraçar, mas a fedelha mandada pelo capiroto teve. Assim que o carro chegou à mansão da minha mãe, eu a vi na sacada de seu quarto com aquele pijama minúsculo e transparente. Assim que nossos olhos se encontraram, ela abriu um sorriso desafiador que me fez engolir seco. A filha da mãe tirou a blusa, ficando apenas de lingerie, que quase não cobria seus seios e meus soldados não se atreveram a mexer um músculo se quer.O carro parou, e eu desci como um foguete em direção
Eu me deixei levar por aquele olhar de raiva, eu me deixei levar pelo cheiro amadeirado, me deixei levar quando suas mãos tocaram o meu corpo me deixei levar quando suas provocações me causaram sensações, me deixei levar pelo beijo quando sua boca e sua língua entrou em em contato com a minha. Eu me deixei ser beijada e tocada por ele e por mais que eu o odeie eu deixaria ele me tocar por mais mil vezes, e por mais que todas as sensações e sabores tenham sido novidade para mim, e pensa numa novidade maravilhosa eu jamais deixaria ele saber que eu me entregaria a ele quantas vezes ele me pedisse. O calor do momento consumiu meus pensamentos, e a lógica foi varrida pela maré de emoções que ele despertava em mim. Suas mãos exploravam meu corpo com uma firmeza que eu não sabia se odiava ou desejava, e sua respiração pesada no meu ouvido enviava ondas de arrepio pela minha pele.Quando ele me jogou na cama e começou a me beijar, lembrei-me de tudo que ele estava me fazendo passar. Tive
Já faz algumas semanas que tudo aconteceu e provavelmente eu nunca mais veria Liam. As lágrimas continuavam a escorrer. Imagino o que meus pais vão pensar de mim quando descobrirem que não tenho mais nada a oferecer para a máfia, a não ser me tornar uma meretriz. Vou ser a vergonha da minha família.Acordo me sentindo exausta; o sono nunca sai de mim. Mas hoje… hoje tudo está diferente. Ao acordar, minha primeira reação é ir de encontro ao vaso sanitário, colocando para fora o pouco de comida que consegui comer.Tenho perdido um pouco de peso, pois com todo estresse, as crises de ansiedade têm me pegado, e com as crises o vômito é meu aliado.Enquanto estou com a cabeça no vaso, uma coisa importante me vem à mente: minha menstruação está atrasada. Já faz algumas semanas que ela não desce.— Ai, meu Deus, não pode ser. Tudo menos isso. Eu… eu não posso estar grávida. — As palavras acabam saindo da minha boca como um sussurro.Um pânico crescente começa a tomar conta de mim. Levanto-me