Era estranho vê-la desarmada, parecendo tão frágil. Tirei-a do carro, pegando-a em meu colo. Ela se aconchegou em meu peito como se eu fosse sua pessoa predileta no mundo, mesmo que eu soubesse que não era bem assim. Mas, naquele instante, parecia que eu era.Entrei em casa e minha mãe veio logo ao nosso encontro.— Ela está bem? — perguntou, já preocupada.— Só está cansada e acabou dormindo no carro — respondi, dando as costas para ela e subindo com Malia para o quarto onde ela ficaria hospedada.Fazia anos que eu não dormia nesta casa, que ficou para minha mãe e minha irmã depois da morte do meu pai. Eu havia comprado uma mansão mais sofisticada e moderna, com segurança impecável. Mas, como ainda não estávamos casados, não podíamos ir para minha casa. Precisávamos seguir as leis das duas máfias. Na lei russa, os noivos podem ficar na mesma casa, mas a família do noivo precisa estar presente.Acho que eles têm medo de que os noivos se matem antes mesmo da aliança estar pronta.Coloq
Acordei cedo como de costume, preparada como se fosse para a aula. Na noite anterior, já havia mandado uma mensagem para Liam, combinando de nos encontrarmos atrás da universidade.Naquela manhã, Malia resolveu sair do quarto, arrumada para a universidade, mas foi brutalmente impedida pelo tio Nic.Um frio passou pelo meu corpo com medo de que eu também fosse impedida. Eu queria ajudar minha prima, mas a única coisa que consegui fazer foi ficar quieta, não me mover e fingir que nada estava acontecendo. Se não, sobraria para mim.Assim que o tio Nic e a tia Zoya foram para o escritório conversar, aproveitei a deixa para sair.Entrei no carro e sentia como se um peso estivesse em minhas costas enquanto o motorista andava pelas ruas. Não conseguia deixar de pensar na expressão no rosto de Malia quando foi impedida de sair. Sua força estava se esvaindo, e isso só aumentava minha urgência de encontrar uma saída. Liam era meu refúgio em meio ao caos. Desde que nos conhecemos, ele se mostrou
Abri meus olhos e me vi em um lugar desconhecido. Olhei pela janela e vi que já era noite. Verifiquei as horas no meu telefone e vi que passava das 23:00. Com a fome começando a apertar, decidi levantar e procurar algo para comer.Ao sair do quarto, percebi o silêncio que pairava sobre a casa, um silêncio que parecia sufocante. Lembrei-me então que Etore havia dito que eu ficaria na casa de sua mãe até o casamento. Mais uma vez, a sensação de estar presa me envolveu, mas eu não conseguia nem gritar para expressar minha frustração.Desci as escadas e, ao tocar na parede, encontrei o interruptor para acender as luzes. A cozinha era o único lugar iluminado, o que me trouxe um pouco de alívio.Com receio, abri a geladeira e me assustei ao ver uma garota mais ou menos da minha idade me observando.— Sinta-se à vontade para pegar o que quiser na geladeira ou nos armários. Você provavelmente está com fome. — Ela disse, percebendo minha surpresa.— Desculpe, não quis te assustar. Meu nome é C
Eu estava na sede com Alex, meu subchefe, quando meu telefone começou a chegar várias mensagens. A mensagem era de um soldado na casa da minha mãe, dizendo que todos os outros soldados estavam de olho em minha noiva. Não entendi o que ele quis dizer com aquilo até ver a foto dela de pijama transparente na varanda de seu quarto.Não pensei duas vezes antes de entrar no carro e ir até essa filha da mãe. Chega a ser doentio como essa menina consegue me tirar do sério. Nunca pensei que ela teria coragem de realmente me pirraçar, mas a fedelha mandada pelo capiroto teve. Assim que o carro chegou à mansão da minha mãe, eu a vi na sacada de seu quarto com aquele pijama minúsculo e transparente. Assim que nossos olhos se encontraram, ela abriu um sorriso desafiador que me fez engolir seco. A filha da mãe tirou a blusa, ficando apenas de lingerie, que quase não cobria seus seios e meus soldados não se atreveram a mexer um músculo se quer.O carro parou, e eu desci como um foguete em direção
Eu me deixei levar por aquele olhar de raiva, eu me deixei levar pelo cheiro amadeirado, me deixei levar quando suas mãos tocaram o meu corpo me deixei levar quando suas provocações me causaram sensações, me deixei levar pelo beijo quando sua boca e sua língua entrou em em contato com a minha. Eu me deixei ser beijada e tocada por ele e por mais que eu o odeie eu deixaria ele me tocar por mais mil vezes, e por mais que todas as sensações e sabores tenham sido novidade para mim, e pensa numa novidade maravilhosa eu jamais deixaria ele saber que eu me entregaria a ele quantas vezes ele me pedisse. O calor do momento consumiu meus pensamentos, e a lógica foi varrida pela maré de emoções que ele despertava em mim. Suas mãos exploravam meu corpo com uma firmeza que eu não sabia se odiava ou desejava, e sua respiração pesada no meu ouvido enviava ondas de arrepio pela minha pele.Quando ele me jogou na cama e começou a me beijar, lembrei-me de tudo que ele estava me fazendo passar. Tive
Já faz algumas semanas que tudo aconteceu e provavelmente eu nunca mais veria Liam. As lágrimas continuavam a escorrer. Imagino o que meus pais vão pensar de mim quando descobrirem que não tenho mais nada a oferecer para a máfia, a não ser me tornar uma meretriz. Vou ser a vergonha da minha família.Acordo me sentindo exausta; o sono nunca sai de mim. Mas hoje… hoje tudo está diferente. Ao acordar, minha primeira reação é ir de encontro ao vaso sanitário, colocando para fora o pouco de comida que consegui comer.Tenho perdido um pouco de peso, pois com todo estresse, as crises de ansiedade têm me pegado, e com as crises o vômito é meu aliado.Enquanto estou com a cabeça no vaso, uma coisa importante me vem à mente: minha menstruação está atrasada. Já faz algumas semanas que ela não desce.— Ai, meu Deus, não pode ser. Tudo menos isso. Eu… eu não posso estar grávida. — As palavras acabam saindo da minha boca como um sussurro.Um pânico crescente começa a tomar conta de mim. Levanto-me
Algumas semanas se passaram e nem a sombra de Etore eu vi, é como se ele tivesse sumido no mapa. Mas tudo bem, eu já sabia que isso iria acontecer.Me assusto ao ver Zarina na minha sala, ouvindo tudo o que ela disse sobre a gravidez. Se meus pais descobrirem, tenho até medo do que farão com ela.Preciso pensar, preciso colocar a cabeça em ordem antes de tomar qualquer decisão. Deixei Zarina no sofá enquanto fui procurar Élise pela casa.A encontrei no jardim. — Oi, sei que é pedir demais à senhora, mas minha prima pode dormir aqui por essa noite? — Pergunto com medo de sua reação.— Malia, eu não sei o que meu filho vai pensar sobre isso, acho que ele não gostará. Te aconselho a falar com ele antes.— Como se ele se importasse? — Acabo falando mais alto do que gostaria.Saio de perto da senhora sentindo-me irritada, mas resolvo seguir o conselho dela. Pego o telefone e procuro o número na agenda, salvo como “Capiroto”. No primeiro toque, ele atende.— O que Zarina está fazendo aí? —
Agora só me faltava essa: como é que aquela menina foi se entregar assim para o primeiro que conheceu? E a Malia, que levou uma vida para conseguir um beijo, enquanto a prima dela abriu as pernas para o primeiro que apareceu? Isso é sério? O que acontece com as mulheres Mikhailov? Será que todas são surtadas desse jeito?A questão de Zarina é mais complexa do que se pode imaginar. O pior é não saber quem é o pai do bebê. Saio de casa e vou direto para a sede. Preciso dos conselhos de Lukas, meu conselheiro, para entender quais passos devo tomar a seguir.— Cadê o Alex? — Pergunto a um soldado.— Está na sala dele, Don. — Ele responde.Dou dois toques e entro na sala dele, já me sentando na poltrona e abrindo um whiskey.— O que aconteceu? Não me lembro de algo em sua agenda que te deixasse tão cansado. — Ele responde rindo.— O que vou te contar não pode, de modo algum, sair desta sala. Se a Malia descobrir, é capaz de me esfolar vivo e ainda queimar o que sobrar para não deixar prova