Olívia olhou para mim por longos minutos. Muda e surpresa com minha resposta. Eu já estava me sentindo incomodado com isso. Será que ela não poderia falar algo?
Peguei suas mãos nas minhas e ela sorriu, finalmente esboçando uma reação. Sorri também e ela corou delicadamente.- Pode me dizer alguma coisa? – indaguei suave.Ela balançou a cabeça, porém mesmo assim falou.- É que não consigo acreditar ainda. Me deixa cair a ficha, que eu te respondo. – ela riu.Ri junto. Finalmente tudo estava às claras, e isso era um alívio. - Quer que eu prove? Mais um beijo? Uma declaração? Eu não sei bem como funciona essas coisas... Nunca estive apaixonado em dois mil anos... – expliquei.Ela riu novamente, mas então algo passou por seus olhos, fazendo com que ela os arregalasse. - Você tem dois mil anos? – Olívia ergueu as sobrancelhas.- Sim. – respondi.- Nossa... Acho que você é meio velho para mim... Mas, não importa. É com você que quero construir umCheguei ao Céu alegre e morrendo de vontade de encontrar Castiel, pois ele era o único no qual eu gostaria de dividir o momento em que eu vivia. Tentei disfarçar um pouco minha alegria, afinal suspeitariam se eu chegasse corado e tão feliz.Ao caminhar no bosque a procura de Castiel, apenas quem eu encontrei foi Ariel. A raiva cintilou em meu peito, mas preferi deixá-lo para trás e continuei caminhando, porém ele agarrou meu braço.- Vivendo momentos felizes? – ele disse.Puxei meu braço com força e encarei Ariel.- Isso não é da sua conta. E saia do meu caminho. – dei as costas e ia caminhar quando as palavras dele me prenderam.- Você acha que Olívia sendo uma vidente estaria protegida sem você? – ele perguntou cheio de ironia.As palavras dele me atravessaram sem que eu tivesse ideia do que ele estava falando, mas sabendo que aquelas provocações tinham um fundo verdadeiro.Peguei Ariel pelo pescoço e o tirei do chão.- O que você es
Voei entre as nuvens os mais rápido que poderia. Olívia estava sozinha e isso podia ser mais perigoso ainda. Foi quando senti outra presença atrás de mim. Olhei entre as nuvens escuras e notei Castiel descendo até onde eu estava.Continuei em direção ao chão e logo Castiel me alcançou.- Problemas, irmão? – ele perguntou.- Sim. Demônios descobriram sobre Olívia. Isso pode ser terrível. – expliquei.Ele assentiu e voou comigo até a casa dela. Antes de entrarmos, lembrei-me de fazer escudo de proteção. Parei no quintal e me concentrei mentalmente, buscando forças dentro de mim.Isso era fácil. Senti o ar tremular ao meu redor e Castiel entendeu o que eu estava fazendo. Ele também se concentrou ao meu lado e juntos, pronunciamos as palavras em latim para formar o escudo.Automaticamente uma pequena película se formou ao redor da casa de Olívia, e apenas quem era um ser sobrenatural a veria. Sorrindo e com o trabalho feito, me tornei espírito para atravess
- Pronto? – esperei Olívia na sala enquanto ela trocava de roupa, e arrumava uma pequena mala.- Sim. – ela apareceu na sala vestida de calça jeans, camiseta e um tênis. Os cabelos soltos e lindos. Seus olhos estavam em dor e eu sabia que era por que ela estava indo.- Eu sinto muito, você voltará... É só uma questão de tempo. – falei, embora eu soubesse que era mentira. Eu nem sabia se ela realmente poderia voltar depois que os demônios descobriram onde ela morava.Abracei-a por um momento, e segurei seu rosto para o meu para beijá-la. O beijo foi apenas para demonstrar que eu estava ali, porém, não consegui deixar de puxá-la para mais perto e aprofundar ainda mais nossa paixão. Ela me abraçou deixando cair à mochila.Eu não queria que nada estivesse acontecendo. Não queria esse perigo para ela, não queria que ela se afastasse das pessoas que ela ama, e muito menos que ela tivesse que passar por mais dor, mas isso era resultado de ela ter dons. A maioria dos espec
Um frio sentimento de terror se apoderou de mim. A única pessoa que eu havia se esquecido de proteger, havia sido pega por eles. E era a melhor amiga de Olívia. Eu sabia que eu devia tê-la protegido. Ela era também de certa forma especial.Tentando pensar claramente, voltei minha atenção para o telefone.- O que vamos fazer? – falei.- Precisamos pegá-la de volta. Vou voltar ao Céu para garantir mais soldados e assim fazer com que cerquemos o lugar onde estão com amiga dela, e a resgatamos. – Castiel disse.- Ok. Quando estiver pronto me ligue e vou com você. – Olívia se assustou e pegou minhas mãos nas dela.- Precisa ficar ai, irmão. Alguém forte tem que protegê-la. A situação não está muito boa para nosso lado. – ele calculou e ouvi o ar entre as nuvens enquanto ele voava a toda.- Ok. Mas, qualquer coisa me ligue. Farei o que for preciso para protegê-la e as pessoas ao redor dela. – desliguei o telefone e o joguei na cama. As coisas real
A manhã de domingo chegou preguiçosa e serena. Apesar de eu estar acordado e ter visto o Sol nascer, eu não me sentia nenhum pouco cansado.Ao contrário. Eu me sentia bem disposto e mais equilibrado do que em dois mil anos de meu nascimento. Eu sabia que a situação lá fora não poderia estar muito boa, mas eu estava calmo e tranquilo, com uma sensação tão diferente que nunca tinha me passado pela mente que poderia existir. Eu sabia o motivo disso, tinha nome e era de carne e osso.Olívia dormia tranquilamente enrolada nos lençóis e estranhamente sorria enquanto sonhava com um jardim secreto e rosas brancas. Ela estava bem, mesmo com sua amiga sequestrada e eu sabia que pelo menos quando ela acordasse estaria melhor do que ontem.Castiel ainda não tinha ligado, mas eu esperava que a situação tivesse chegado a um ponto melhor. Eu não saberia o que fazer agora com Olívia e com a perseguição dos Demônios. Por que isso não teria um fim. A família dela e seus ami
OlíviaCorremos pelo estacionamento do hotel, para acharmos o sedã preto e irmos só Deus sabe para onde.Melahel matinha os olhos ao nosso redor. Atento a qualquer pessoa e a qualquer movimento inesperado. Eu também apreensivamente olhava para todos os lados, e quando finalmente chegamos ao carro, fiquei aliviada e Melahel abriu a porta do carona para mim.Entramos e ele pisou firme no acelerador, cantando pneus e colocando o carro em movimento rapidamente.Suspirei e me recostei no banco de couro preto.Até dois meses atrás minha vida não era assim. Era comum e não a melhor que eu poderia querer, mas não tinha tantas complicações como agora. Visões, demônios, um anjo... E que anjo..
- Você quer comer alguma coisa? – Melahel me perguntou da cozinha, enquanto eu zapeava os canais na televisão moderna maior que eu já havia visto.- Seria bem agradável comer algo. – murmurei alto.Continuei esticada e suspirei. Ficar escondida era tão tedioso, pois eu queria sair poder ver minha família, minha amiga que ainda não se tinha notícia fazia dois dias.Eu estava perdendo a escola e minha mãe já devia estar enlouquecendo sem notícias minhas. Porém, Melahel não me deixara ligar para ela, por talvez demônios localizassem seu celular ou algo do tipo e tudo poderia dar errado.Eu respeitava e entendia. Mas, só não ficava pior por que graças a Deus Melahel estava aqui comigo. Sem ele e sem seu apoio eu não seria capaz de nada. Ele era o único porto seguro que eu tinha agora.- Prontinho! – ele exclamou trazendo uma bandeja com uma sopa de que eu não sabia o nome e Coca.Me sentei e coloquei a bandeja no colo.- Obrigada. – sor
MelahelSoquei a árvore mais uma vez indignado.Isso não poderia estar acontecendo! Não podia!E, no entanto, estava.Eu seria preso dali a três dias e não poderia crer que com tantas coisas que estavam acontecendo eu teria que deixar minha protegida.Eu sabia por que estava sendo preso e enfrentaria um julgamento. Eu havia possuído um corpo de uma humana, o que era terminantemente proibido no Céu. Na verdade, era para eu ter sido morto, porém como era chefe dos anjos e levava créditos, e agora apenas seria enclausurado, como dissera Samandriel.E tudo isso eu não tinha coragem para dizer a Olívia. Ela se sentiria mal, eu não teria onde encontrar explicações e ela se decepcionaria. Eu apenas havia falado que iria partir e voltaria em breve, por que não queria assustá-la, mas a verdade é que eu ir