Mãos ágeis trabalham para fazer meus fios rebeldes formarem cachos perfeitos sobre a minha cabeça, mas eles insistem em se desmancharem, atrapalhando o serviço das ajudantes de Winnie.
ㅡ Não vão obedecer, já avisei. ㅡ Vanora diz, sentada ao meu lado, com outras mulheres trabalhando em seus pesados cabelos ㅡ Tem certeza que aqui não existe laquê? Ajudaria muito.
ㅡ Não existe, Van.. ㅡ repito, pela milésima vez ㅡ Da próxima vez que atravessarem, irei fazer uma lista de itens para você trazer da Irlanda.
Vanora apareceu no Palácio apenas duas semanas depois que voltei, ainda de resguardo, ela não aguentou de tanta ansiedade com a possibilidade de conhecer Alroy. Ficou maravilhada com tudo que viu, e foi mimada como a verdadeira Cleópatra por Alaric. Esta é a sua terceira vez aqui. Zephan chora sempre que chega, e chora ainda mais quando vai embora, e Cara é tão paparicada por todos, principalmente por meu noivo, que mal a vejo durante o
👑👑👑 17 anos depois 👑👑👑Olho para Alaric recostado tranquilamente em uma árvore com seus braços cruzados e reviro os olhos pela milésima vez.ㅡ Como pode manter a calma dessa forma? ㅡ soo um pouco indignada ㅡ Ela está atrasada, Alaric! Mais uma vez, devo ressaltar.ㅡ Ela tem a quem puxar, meu amor. ㅡ sua resposta vem através de um sorriso ladino que me desarma completamente.Ah, esse sorriso!ㅡ Alaric!ㅡ Meu amor, são só alguns minutos, tenho certeza de que minha irmã não vai se importar com nosso atraso.ㅡ É claro que ela vai se importar! ㅡ esbravejo colocando as mãos na cintura ㅡ Há anos que ela não vem a Alroy, e quando vêm é deixada plantada esperando! Sua irmã agora &eacut
♡ Livro finalizado em 11 de julho de 2020. ♡Olá, para você que leu até aqui!Acho que uma das partes principais de todo livro é a parte em que agradecemos, então vamos lá:Agradeço primeiramente a minha mãe, minha eterna rainha.Obrigada, mãe, por ter sido a melhor mãe do mundo para mim! Eu serei eternamente grata a Deus por ter nascido sua filha!Que saudade, mãe, da sua voz, do seu cheiro, do seu calor... dói cada dia que acordo e não tenho um áudio da senhora perguntando se eu consegui dormir a noite, dói cada vez que pego em um livro e lembro do quanto a senhora brigava comigo por viver lendo, mas se inflava de orgulho para falar para as pessoas que eu vivia com um livro na mão.Que saudade, mãe!Hoje faz 1 ano que beijei seu rosto quente pela última vez, faz 1 ano desde que ouvi sua voz me dando um simples "bom dia, filha".E eu te agradeço, mãe, por ter sido uma mulhe
O som de passos no corredor interrompeu o sono conturbado do príncipe em seu leito real. Em um sonho, onde corria por uma densa e morta floresta, ele perseguia alguém… ou ele era o perseguido? Não saberia dizer com a pouca experiência de vida em seus 5 anos de idade, mas não seria a última vez que teria sonhos assim.ㅡ Nasceu… ㅡ vozes cochichavam em meio às árvores em seu sonho ㅡ Ela nasceu. Nasceu…Batidas na porta o fizeram pular de susto e abrir os olhos, olhando freneticamente para todos os cantos de seu quarto. O suor escorria de seu rosto e seus lençóis, úmidos, colavam em sua pele pegajosa. Nos últimos meses esses sonhos estavam sendo recorrentes, mas nunca fora tão real como este. O menino podia jurar que sentiu uma mão fria lhe pegando pelos pés.ㅡ Pequeno Rei? ㅡ a voz da cozinheira real soou do outro lado da porta ㅡ Está acordado?ㅡ Não sou pequeno e ainda não sou rei! ㅡ respondeu o menino, carrancud
Acordo assustada com socos na porta do meu quarto. ㅡ Acorda, Ana! ㅡ ouço minha irmã gritar e dar mais alguns socos. Me reviro na cama e encaro o teto, forçando meus olhos cansados a permanecerem abertos. Devo estar atrasada para a reunião, e Vanora já está querendo me matar. Mais um dia normal aqui em casa. ㅡ ANA! ㅡ ela continua berrando.Puxo o travesseiro e tento abafar meus ouvidos do barulho insistente do seu punho contra a madeira. A risada de Zephan chega até mim, já acostumado com a rotina maluca que tem nossa pequena e amável família. ㅡ Querida, com toda a certeza sua irmã já deve estar acordada, ela só está te ignorando. ㅡ ouço a voz calma do meu cunhado.Eu amo esse home
Há momentos na vida que parecem congelar no tempo... aqueles que parecem rodar em câmera lenta, capazes de te fazer enxergar as poeiras do ambiente quando a luz reflete de algum lugar, te fazem ouvir o som da gota d'água que cai na pia porque a torneira não está fechada corretamente.Aqueles momentos que parecem durar horas em sua mente travada, mas que, na verdade, duram apenas alguns poucos segundos. Estou em um momento desses agora.Olho para o homem ajoelhado e com a cabeça baixa no tapete da minha sala, e só consigo pensar que isso só pode ser uma piada. De muito mau gosto, por sinal. Como um homem bate a minha porta de madrugada dizendo que veio buscar uma princesa? É algo que só pode ser classificado como surreal. E ele disse bruxas? Fadas? De que livro infantil esse homem retirou essas ideias?Vanora está paralisada, assim como eu, e Zephan me olha com olhos cheios de lágrimas. Ninguém diz nada por um bom tempo, e a cena a
ㅡ Então, essa é a profecia. ㅡ eu afirmo e Farall me encara, seu semblante sério em clara expectativa ㅡ Quem garante que sou eu? Quem garante que eu sou essa pessoa? Porque, que eu saiba, a profecia não citou meu nome em momento algum. Então, onde está a prova?Todos os presentes na sala me olham como se eu não estivesse em meu perfeito juízo, quando, na verdade, são eles os que precisam urgentemente de uma intervenção psiquiátrica. ㅡ Querida... ㅡ Vanora diz, me segurando quando eu tento levantar do sofá ㅡ Acalme-se, Ana, por favor! Deixe-o falar! ㅡ Van, não tem provas de que eu sou a pessoa dessa profecia maluca! Você está acreditando nisso? ㅡ eu grito e rio ao mesmo tempo ㅡ Pelo amor de Deus, um completo desconhecido chega aqui e diz que sou princesa? Fala sério! Como acreditar em uma loucura dessas? Eu sei que não sou normal, mas princesa? Bruxa? Isso é demais, Vanora! &nbs
Me lembro do dia exato em que senti que eu era diferente. O momento em que eu percebi que as coisas ao meu redor sempre eram estranhas por um motivo… eu. Estava brincando na hora do intervalo da escola com meus poucos amigos, tinha apenas 6 anos. Um menino, que adorava bater e implicar com as meninas e crianças pequenas, estava atacando novamente. E, daquela vez, ele me escolheu como alvo. ㅡ Ei, cenoura fina, o que você trouxe de lanche hoje para mim? ㅡ o menino, que devia ter seus plenos 10 anos, já chegou tirando a lancheira da minha mão. ㅡ Solta meu lanche, seu feio! Vou chamar a tia! ㅡ lembro que gritei e tentei pegar meu lanche de volta, mas em vão. O garoto era bem alto para sua idade, e aproveitava a falta de alguns dentes para ser ainda mais amedrontador. ㅡ A cenoura quer ser gente é? Quer me enfrentar? ㅡ ele gritou no meu rosto e me encolhi de medo, o que o deixou ainda mais confiante de su
Minha primeira reação é rir. Não apenas uma simples risada, não, não, é uma crise de risos tão forte que perco o ar e tenho que me sentar no chão da floresta, pois sinto que posso desmaiar a qualquer momento. Minha risada é alta, escandalosa, daquelas que precisamos bater em nossa própria perna para aliviar a sensação de estar sem ar quando o riso nos tira a voz.Eu fui enganada. Eu fui enganada. Não posso acreditar que caí em uma armadilha de outro mundo. Respiro fundo várias vezes, tentando controlar meus batimentos cardíacos e olho ao redor da floresta tão vasta, tão verde, enquanto o riso vai acalmando até finalmente morrer. Sinto Farall me olhando, todo o tempo, mas não retribuo o olhar. Ele me enganou. Me trouxe para outra dimensão com uma mentira. ㅡ Princesa... ㅡ ele chama, receoso, e o vejo de joelhos próximo a mim, mas ainda longe, como se temesse chegar perto demais.