Nos dias que se seguiram usamos as nuances da nossa conexão intensa, cada noite se tornara um escapismo do mundo ao nosso redor. Entre suspiros e carícias, descobrimos que a intimidade era nossa forma de enfrentar as situações que nos cercavam. Cada toque, cada momento, era mais do que um simples afastamento da realidade; era a construção de um santuário onde podíamos nos perder e, ao mesmo tempo, nos encontrar.— London — ouvia seu chamado ao longe em algum momento das madrugadas e tentava abrir os olhos, porém não conseguia. Apenas resmungava. — Preciso de você.— Agora? — Minha voz saia manhosa enquanto sentia sua boca em meu pescoço.— Não consigo dormir — a respiração de Jonathan estava sempre acelerada e naquele instante uma de suas mãos puxou minha perna com delicadeza. — Me deixa ter você agora.— O que aconteceu? — meu corpo despertou quando senti seu membro roçar por entre minhas pernas. Duro e a ponto de me enlouquecer.— Só quero sentir você. Tem algo martelando na minha c
— Você realmente achou que eu a substituiria? — indaguei, incapaz de compreender por que doía tanto dizer ou pensar aquilo. Embora fosse reconfortante saber que o sentimento dele por mim não era amor, algo dentro de mim resistia a aceitar.— Não, London, eu posso explicar?— Eu não quero ouvir. Você é tão mentiroso quanto ele... Todos são...As palavras foram lançadas como se estivesse verdadeiramente ferida. Eu lutava para compreender a mim mesma enquanto observava a expressão de Jonathan transformar-se abruptamente. De serena e amigável, ela tornou-se sombria, seus olhos pareciam arder em chamas, evocando os primeiros dias naquela casa.Jonathan levou as mãos à cabeça, ajoelhou-se no chão sussurrando algo inaudível, claramente não dirigido a mim.Permaneci imóvel, testemunhando aquela cena peculiar, enquanto ele parecia lutar para se conter, à beira de explodir. Nesse momento, lembrei-me de sua própria batalha interna, algo que havia temporariamente esquecido.Alguém tentava control
No final do corredor, chegando na outra ponta da escada, ficava a porta de vidro fosco.Chegamos rápido nela e tentei enxergar algo lá dentro, mas os desenhos não me deixavam olhar o lugar. Havia pequenos borrões de uma sala vazia e aquilo me pareceu inusitado.John envolvia seus braços em minha cintura, me abraçava forte com seu queixo apoiado em meu ombro. Era uma sensação boa e ao mesmo tempo estranha. Respirei fundo quando ele apontou para a fechadura e a perfurei com a chave escura lenta como uma tartaruga, eu destranquei a porta.Estava um pouco desconfiada e ao mesmo tempo curiosa, pois há dias eu queria abrir aquela porta. Quase procurei um pé de cabra para abri-la com tanta curiosidade e lá estava eu prestes a saber o que tinha ali, sentindo meus dedos coçarem e meu corpo tremer com a inquietação.O vidro se moveu pacientemente. Paciência era uma coisa que eu não tinha mais depois de tantos segredos, ainda assim me contive até que ela estivesse toda aberta e então meus olhos b
— Não vai fazer isso com ela — ele abriu a boca para falar, mas continuei. — Não vou te deixar destruir o coração de mais ninguém, estou cansado de ver você fazer isso com todas as garotas. Não deixarei fazer o mesmo com ela!— Não é da sua conta — Victor se virou para sair, mas o segurei. — Claro que é! Vou ter que demitir você senão deixá-la em paz e lembre-se que sou sua única esperança neste fim de mundo.— Você gosta dela — ele disse. Fiquei sem reação, eu o olhava frio, envergonhado e isso o fez rir. — Está caidinho por ela... É porque ela se parece com Ally? Vai pedir para ela usar lentes verdes como os olhos de uma morta, só para ter seu amor de volta?— Ela não tem nada parecido com Alina — comecei, mas fui interrompido.— Além do rosto?Aquelas palavras foram um enorme tapa em mim, mas eu não sabia se estava me simpatizando com a garota por realmente se parecer com meu passado ou por ser totalmente diferente dele. No entanto, para Victor era apenas mais um jogo.O rapaz engo
Estávamos entrando nas festividades de fim de ano quando finalmente consegui colocar minha cabeça em seu lugar. Havia se passado algumas semanas sem que eu e Jonathan, tocássemos no assunto de nosso acordo e ele parecia aguardar pacientemente pela resposta.Passei dias sem chegar a uma conclusão, eu só conseguia fritar meu cérebro depois de o cozinhar em banho Maria e era horrível tudo aquilo. Era pavoroso, mas ao mesmo tempo magnífico.Eu realmente estava presa em um dilema e o engraçado era que antes eu achava dilema uma coisa de gente com grandes conquistas para a vida.Naquele momento, eu percebi que não era nada incrível ter sua mente consumida pela indecisão. Acho que enfiar a cabeça na parede ainda estava em meus planos, mas eu estava guardando aquele pensamento para um momento de grande desespero.Lá estava eu dentro do meu presente, a galeria que John me dera há semanas antes. Admirei o quadro grande em minha frente no fundo da sala, onde um lindo jardim feito com tinta a óle
— Quando vai me chamar da forma correta? — Disse o homem com um sorriso de canto no rosto.— Quando vai criar responsabilidade? — Retruquei, lembrando que por muitos anos aquela foi nossa saudação.George ainda tinha sua barba quase grisalha mal feita e os cabelos sem pentear enrolando-se nos cachos, nunca em nenhum momento de nossas vidas ele havia mudado algo em si e finalmente encontrou as roupas perfeitas para provar que seu estilo era uma bagunça.Ele parecia um rapaz, mesmo com a terceira idade batendo em sua porta. Seu rosto era bonito demais, aparentava 40 e poucos anos, talvez fosse por isso que as pessoas me achavam mais nova. Eu havia puxado aquilo de meu pai.— Sabia que estou na cidade há duas horas e ninguém me recebeu como eu queria? Com aquela devida recepção.Seus braços foram abertos fazendo meus olhos brilharem. Há tanto tempo que não me envolvia em seu abraço que não pensei duas vezes.Desci as escadas o mais rápido que consegui, saltando alguns degraus enquanto ou
Na maioria das vezes tive atitudes estúpidas que me levaram a lugar nenhum, na maior parte de minha vida tive que presenciar coisas estranhas que jurava não ver piores, mas não tinha nada mais estranho do que aquilo que se passava em minha frente.Jonathan conversava com meu pai como se fossem amigos de anos. Eles riam de assuntos que eu mal conseguia compreender e tudo à minha volta ficava cada vez mais estranho.O fato do quadro em minha frente ser de uma fera que conversa com o pai da Bela em um banquete é ainda mais engraçado do que se possa imaginar. Teve momentos que me peguei sorrindo feito boba e momentos que mal conseguia segurar o brilho em meus olhos quando Jonathan me olhava.Eu até tentava.Dizer que eu estava apaixonada por ele era até clichê, acho que na maioria das histórias a garota se apaixona pelo bad boy ou pelo princípe comportado, mas John tinha as duas face das personalidades. Afinal as vezes ele parecia o tipo de pessoa que não estava nem aí para nada e às veze
George conversou um pouco mais comigo me contando sobre suas aventuras e perguntando diversas coisas do meu relacionamento com o rapaz que ele tanto admirava. Tive que mentir muita coisa e guardar em minha mente um lembrete para contar a John as coisas que disse, assim meu pai não teria um infarto ou tentaria matar o cara que fez um acordo com sua filha para ela ficar presa em casa. Até explicar toda situação, ele já teria colocado fogo na mansão.Quando meu pai se retirou do meu quarto, me dirigi ao banheiro para tomar um banho demorado e calmo. Deixei a água bater em meus músculos, me massageando enquanto lavava as mentiras do meu corpo. De tanto conviver com Melissa, eu aprendi muito, principalmente a encenar.Depois do banho vesti as calças jeans desbotadas que encontrei no fundo da gaveta junto de uma blusa larga e fina com mangas longas da cor branca. Havia faixas amarelas nos ombros deixando a peça simples, um pouco mais moderna.Penteei os cabelos com a escova que acariciou mi