There is a house built out of stoneWooden floors, walls and window sillsTables and chairs worn by all of the dustThis is a place where I don't feel aloneThis is a place where I feel at home
The Cinematic Orchestra - To Build A Home
MIGUEL acordou sentindo beijos pelas costas. Um sorriso foi crescendo em seu rosto. Era tão bom se sentir assim: Amado.
Ele se virou, encarou Malú e sorriu. Ela subiu nele e o beijou com paixão, ainda não acreditava no que aconteceu. Tê-lo ali com ela era a realização de um sonho que há muito carregava dentro de si. Achou que nunca mais sentiria a felicidade que sentia naquele momento, era uma coisa crescente dentro do peito, parecia que seu coração ia explodir.
— Bom dia, meu amor! — disse após soltar os lábios dele.
— Bom dia, minha vida. Acordou cedo — ela s
FALCÃO andava de um lado para o outro, estava nervoso e cansado. Às últimas vinte e quatro horas foram difíceis e cansativas. Recordou o horror dentro daqueles túneis fétidos, as pessoas mutiladas, as crianças mortas com os corpos empilhados como sacos de batatas. Ainda tinha a história de Miguel, tudo o que ele passou desde que foi deixado para morrer naquele iate...Será que a maldade de Lucas não tinha fim?O que mais ele faria para que seus planos dessem certos?Olhou para Donna e se sentiu profundamente culpado por ela. Todos aqueles aparelhos e tubos saindo dela. Talvez, se ele tivesse prestado mais atenção em Lucas, poderia ter evitado tudo aquilo. Suspirou pesadamente e seus olhos se encheram de lágrimas.Os exames de Donna estavam ruins, ela tinha anemia, ossos quebrados que mal foram curados, uma gestação sem nenhum acompanhamento médi
All that I ever wasIs here in your perfect eyes,they're all I can seeSnow Patrol - Chasing Cars MIGUEL estava olhando o filho dormir. Depois de muita conversa e choro, o menino disse que estava cansado e com dor de cabeça, então ele o levou para o seu quarto. Assim que o colocou sobre a cama, foi puxado e abraçado pelo pequeno, que adormeceu tão rápido grudado ao pai. O rapaz se sentiu grato pelo menino compreender tudo tão fácil e concluiu que Maicon era realmente fantástico.Encarou o filho, que dormia em cima dele. A forma como respirava, o jeito como seus olhos se remexiam, inquietos por causa dos sonhos, a forma como seus cabelos caíam em seu rosto, sua boca carnuda...Maicon era mesmo muito parecido com Miguel quando pequeno e notando isso, o rapaz afagou a cabeça do filho e pensou que tudo que estivesse
LUCAS olhou para Miguel sentado confortavelmente em seu sofá. Sorriu e levou as mãos à cintura. Aquilo, para ele, só poderia ser uma piada.— Como assim, Miguel? — indagou o Dr. — Você não me disse que está sem memória? — ele lutava para falar calmamente, mas o que queria era terminar o que começou anos atrás.— Sim, mas eu disse que não lembro do acidente, como se tivesse sido apagado da minha memória — respondeu o rapaz. — E como a sua especialidade é a mesma que a minha, Dr. Juan disse que eu poderia ficar com você, assim pode me ensinar tudo que aprendeu nesses anos — explicou Miguel ao ex-amigo. — Eu estou apto para trabalhar, só não posso sozinho.— Eu não sei se isso é bom para você — disse, voltando a se sentar em sua mesa e desligando o computador.&mdas
BEATRIZ subiu as escadas lentamente. Após conversar com Miguel ela ficou pensativa.Será que a morte mudava as pessoas?Será que se acostumaria a vê-las sangrarem até morrer, como aquele policial?Será que algum dia ela se esqueceria daquele olhar?Duvidava muito que isso pudesse acontecer.Parou na frente da porta do quarto do irmão e escutou risadas. Ela sorriu, deu três batidas e escutou um entre em meio as risadas.— Para, para mamãe — o menino ria quase que sem fôlego das cócegas que a mãe fazia nele.— Atrapalho? — perguntou, olhando a bagunça dos dois.Malú olhou para Maicon, que sorriu e puxou a tia, fazendo-a cair desajeitadamente na cama.Então o ataque de cócegas começou. Beatriz não queria aquilo, mas fazer o quê?No final do fritar dos ovos, ela riu a
MARGARETH desceu as escadas de salto alto. Estava com um vestido vermelho que ia até os joelhos, um colar de ouro branco com uma pequena de esmeralda, brincos e um anel com a mesma pedra. Os olhos estavam marcados pela maquiagem pesada e um batom vermelho nos lábios.Ela passou pela sala, olhou ao redor, pegou sua bolsa, as chaves do carro e saiu de sua casa. Tudo que ela precisava era esquecer, era de uma distração, e hoje teria uma muito bela.Atravessou a cidade, não queria que ninguém a visse entrando em um hotel, afinal, sua classe não permitia ser vista em um lugar assim. Pediu a suíte de sempre, a mais luxuosa. Assim que entrou, foi direto para o bar, onde tinha uma garrafa de champanhe em um recipiente com gelo, abriu-a e deitou-se na cama de uma forma sensual.Não demorou muito para que seu acompanhante chegasse. Ela o olhou dos pés à cabeça e sorriu. Ele entrou, retirou
LUCAS chegou atrasado ao hospital no dia seguinte, quase não dormiu pensando que em breve seria o casamento de Miguel com Malú. Ele tinha que fazer algo para que aquilo não acontecesse, porém, nada vinha em sua mente.— Caroline, na minha sala, agora! — disse ríspido quando passou pela sala das enfermeiras.Caroline deu um pulo de susto, tratou logo de pegar todas as pastas dos pacientes de Lucas e o seguiu até sua sala.— Bom dia, Lucas. — Ela se aproximou para dar um beijo, mas ele virou o rosto e isso a deixou chateada.O que mais ela poderia fazer para que Lucas visse o quanto ela o amava?— Nada de bom. Me diz quais pacientes tenho hoje — seu tom era ainda mais ríspido.Caroline suspirou. Por mais que ela se esforçasse, não conseguia fazer com que Lucas a tratasse bem. Isso machucou seu coração, pois o amava de
MALÚ chegou ao hospital aos prantos e encontrou Miguel sentado na sala de espera junto com os pais.— O que aconteceu com o meu filho?! — perguntou assim que Miguel a abraçou.— Calma, Malú, ele está bem.— Não peça para que eu me acalme! — ela exclamou. —Meu filho foi atropelado e está em um hospital!— Meu amor, olhe para mim — pediu Miguel. — Fui eu que cuidei dele e está tudo bem.— Tem certeza disso? — perguntou a moça, aflita. — Fez os exames direito nele? — Malú tremeu nos braços de Miguel.— Sim, eu fiz — respondeu o rapaz. — Ele quebrou o braço quando caiu. Fora isso e uns ralados nos joelhos, ele está bem.— Você jura? — Miguel assentiu, a embalando. — Posso ver ele? — ela fungou enquanto limpava as lágri
MALÚ sorria, tremia e queria chorar.Nunca achou que seu casamento fosse, de fato, acontecer. Sentia no seu coração uma grande alegria e a cada passo que dava, relembrava o passado. Todos os momentos passaram por sua mente, desde os mais felizes até os mais tristes.Lembrou-se de como Miguel a defendeu na boate onde estavam quando se conheceram, lembrou-se da sensação do toque da mão dele naquele dia, lembrou-se do primeiro beijo, da sensação de reencontro. Sorriu. Lembrou-se então do primeiro eu te amo que ambos disseram, da primeira noite de amor, dos sonhos que tinham em comum e da vontade de viverem juntos pelo resto de suas vidas.Lembrou-se também do momento em que Lucas dissera que Miguel morreu e de como sua vida mudou a partir daquele dia, de como a tristeza invadiu sua alma, levando-a para um lugar escuro e sem vida, um lugar que quase a levou ao ponto de cometer suicíd