O primeiro beijo

Seus olhos estavam ligados ao meu e ela desviou, olhando para o lado e por um breve momento ela quis me afastar, entretanto a puxei mais para mim.

— Porque fez isso Frederick? Você não tinha esse direito! — Ela tinha mágoa na voz. — Você foi embora e me deixou, não pensou em mim, não me ligou, e agora vem aqui estragar a minha dança? — Ela tentou me empurrar de novo, e eu sorri.

Brava, do jeito que eu gosto.

— Porque você é minha. — Disse sínico e ela não tirava os olhos de mim e agora foi a vez dela rir.

— Sua? — Ela riu. — Você está louco Frederick? Você é meu dono agora? Sou sua, enquanto você aproveita a sua vida de devasso, pensa que eu não sei?

Sempre brincava que ela nasceu para ser minha, entretanto era real, sem nós sabermos, tudo estava num contrato feito muito antes de nascermos, o que não era estranho para mim, pois de certa forma, sempre senti que devia protegê-la, mas casar?

Eu podia muito bem ignorar as palavras de provocação do meu irmão, contudo como um fodido egoísta e devo confessar que ela despertava o territorialista que há em mim, além do que é como se houvesse um ímã invisível, eu me sentia atraído por ela, como por nenhuma outra antes.

Sempre foi assim, sempre tivemos uma conexão e quando um precisava do outro, estávamos ali, lembro-me do dia que perdi a minha avó, eu estava lá, no lugar que desde pequenos íamos juntos, embaixo de uma grande árvore a beira mar, eu chorava, mas eu sempre tive a sensação que precisava ser forte, perdi a minha avó alguém que era importante demais para mim, e nesse dia a Nanda me achou e como um bobo indefeso, lá estava eu me refugiando nos braços de uma menina e deitando no seu colo para chorar, não precisava de muito só o olhar e a sua presença bastavam para me deixar bem, me deixar calmo.

A Fernanda extraía o melhor de mim...

Aquele era o lugar onde ela e eu íamos, quando não e estávamos bem, e a árvore que era pequena, hoje esta enorme, é uma mangueira.

— Você não é meu! — A voz dela mostrava o quanto estava irritada comigo e com o meu jeito engraçadinho.

— "Sou... Sempre fui..."

Mas que merda!

Eu não conseguia mentir para ela. Estou em uma luta interna. Então resolvi lhe perguntar.

— Nanda, quem era aquele? Acaso você ia deixa-lo beijar? — Perguntei não escondendo que estava com ciúmes, na verdade, eu era o ciúme encarnado.

Ela sorriu e tentou se soltar dos meus braços, entretanto, a apertei ainda mais.

— E por que não Frederick? — De novo Frederick, isso me incomodava. — Me fala! Porque não? — Ela disparou brava, com o queixinho insolente que se erguia ao perguntar, a boca perfeitamente desenhada, as sobrancelhas franzidas em sinal de irritação e o rosto angelical que mesmo enraivecido parecia à coisa mais linda de se ver e se apreciar. — Acha que eu ia te esperar para sempre enquanto pegava em cheio todas as mulheres da faculdade?

Eu ignorei tudo e só pensei nas palavras: Esperar para sempre...

Um sorriso se formou nos meus lábios.

— Você me esperou Nanda? Como assim?

Ela estalou a língua e virou o rosto e magoada tentou sair dos meus braços, novamente, entregando que era verdade, ela me esperou, eu sou mais forte e apertei a sua cintura e ela olhou para o lado desviado o olhar e segurei o seu queixo e virei o seu rosto de frente para mim, para que ela me encarasse.

— Olha Frederick, para de brincar comigo, você finge que não saber dos meus sentimentos, sempre gostei de você, mas você achava que eu estava brincando e justo no dia que eu resolvo seguir, você aparece?

— Sim... — Deslizei a mão que estava em suas costas para a sua nuca e disse. — Claro, porque é o destino e também porque tanto eu quanto você sabemos que você é minha... — Segurei a sua mãozinha e a beijei, entrelaçando com a minha e nesse momento começou a tocar os primeiro acordes da música que ela gostava que eu tocasse para ela no piano, Thinking Out Loud do Ed Sheeran.

Eu sorri e ela também.

Peguei as suas mãos e as beijei e as coloquei no meu pescoço, os nossos olhos estavam fixos um no outro.

Thinking Out Loud (Pensando Alto)

Quando suas pernas não funcionarem como antes

E eu não puder mais te carregar no colo

A sua boca ainda se lembrará do gosto de meu amor?

Os seus olhos ainda sorrirão em suas bochechas?

Segurei firma na sua cintura e comecei a conduzi-la ao som da música e ela falou encostando a cabeça no meu peito, mesmo mais alta agora, a Fernanda ainda era mais baixa do que eu.

— Sempre sonhei dançar essa música com você... — E completou, pois já dançamos essa música antes, mas entendi em qual sentido ela disse.— Desse jeito...

— E você é o meu sonho Nanda... O qual pensei não ser merecedor... — Deslizei as amos pelas suas costas a acariciando. — No que depender de mim, dançaremos até a eternidade.

Ela sorriu.

E putz, ela tem um sorriso lindo.

Encarei a sua boca e vi o rubor tomas as suas bochechas, eu sorri e sussurrei.

— Você é linda... — Deslizei as mãos pelas suas costas, chegando a sua nunca que dei um leve aperto.

Diminui a distância que separava os nossos rostos e coloquei uma mão no seu rosto e acariciei a sua bochecha com o meu polegar para em seguida contornar os seus lábios com o polegar e ela fechou os olhos e não resisti, uni os nossos lábios em um selinho que virou um beijo calmo.

E a música continuava...

Então, querida, agora

Me abrace com seus braços de amor

Beije-me sob a luz de mil estrelas

Coloque sua cabeça em meu coração que b**e

Estou pensando alto

Talvez tenhamos achado o amor bem aqui, onde estamos

Ela seguia receosa os meus movimentos dos meus lábios, era como se estivesse aprendendo e eu que nunca gostei de neném, dessa vez, eu estava mais que satisfeito em ensinar, logo ela estava me beijando gostoso.

O melhor beijo que já dei!

De longe é o melhor.

E olha que já beijei mais bocas do que posso enumerar, mas nada se compara a boca dela.

Ao seu beijo...

Da minha canção, da minha vida, da minha Fernanda...

Continuei a beijando, e ela correspondia suave e doce...

O mundo parou naquele momento e eu só queria mais e mais...

Eu viciei e agora não há mais volta, quero me perder nesse beijo para sempre!

Nunca fui de expressar os meus sentimentos e muito menos sou um homem de declarações, entretanto como se tivesse mudado tudo em mim, nesse momento não há espaço para mais ninguém na minha vida a não ser ela!

E ter o corpo cheiroso dela colado ao meu, me despertava algo tão bom, que até então era um sentimento novo e desconhecido por mim, que eu simplesmente não queria deixar de dançar...

Apenas permiti que a melodia embalasse os nossos corpos, numa sintonia perfeita e foi como se fosse tudo se encaixasse.

Eu sei que já dançamos outras vezes, entretanto nunca dessa forma, pelo menos não da minha parte, mas dessa vez, existe sentimento e desejo, antes era apenas carinho e proteção.

Até porque na época em que dançávamos a Nanda era apenas uma menina.

Entretanto, agora está mudada e no que dependesse de mim, permaneceria dançando com ela até o resto dos meus dias.

— Minha... — Murmurei lhe dando selinhos em sua boca, até o momento de lhe beijar de novo, estávamos imersos em nosso mundo, num universo que nunca imaginei, mas que agora era meu...

Eu agia com delicadeza com medo de quebra-la.

Coisa que não é do meu feitio.

Ir com calma não é comigo.

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