Stalker

FREDERICK

LEMBRANÇAS ON

Estaciono a moto na frente da casa do meu padrinho, empolgado para fazer uma surpresa para Fernanda, e após seis meses de namoro à distância, pois o momento em que podíamos estar juntos se resumia a feriados e fins de semana, mas hoje, sem dúvida, era o dia em que queria proclamar meu amor por Fernanda aos quatro ventos, seria oficial.

Subi as escadas às pressas, mas o quarto dela parecia vazio. Procurei por todos, em busca da presença reconfortante de Fernanda, mas não a encontrei.

Até que, ao me deparar com Nola, que correu ao meu encontro me abraçando, percebi que meu mundo estava prestes a desmoronar, quando ela me relatou que Fernanda havia ido embora.

― Como assim ela foi embora? ― Sorri, pensando que Nola estava brincando. No entanto, minha amiga, por mais que eu suspeitasse de seus sentimentos por mim, não brincaria com algo tão sério.

― Sim, ela foi aceita na escola de missões, ela sempre quis isso e a oportunidade bateu as portas, um garoto veio lhe buscar. — Ergui as sobrancelhas.

― Como assim ela foi para longe? Por que não me avisou? Ela disse que iria demorar a ir... O que a fez partir sem sequer se despedir de mim? E que garoto é esse?― Sinto como se tivesse levado um soco no estômago, recordo-me de algumas fotos que ela me mostrou desse lugar. Que está localizado no meio do nada, com acesso restrito; as pessoas vão lá para se desapegar de tudo, e quem escolhe esse caminho geralmente opta por não manter relacionamentos amorosos e sim ficar em ajudar as pessoas.

― Ela disse que não era louca de seguir contrato nenhum... — Ela viu a expressão no meu rosto mudar, e Nola continuou, só que mostrou pena. — Me perdoe, eu sinto muito, mas tenho que te dizer que ela falou obscenidades de você, inclusive que você a tirou dos braços do menino que ela gostava e a obrigou a ficar com você, acho que foi ele que veio lhe pegar... — Pisquei algumas vezes, a caixinha com o anel de compromisso ainda estava no meu bolso; ela disse que queria um, e fiz para agradá-la, mas nada estava batendo...

— Como? Isso não existe! E como você sabe de nós? — Perguntei, pois combinamos que o nosso relacionamento por hora ficaria entre nós, meu irmão e amigos sabiam, mas fora isso, mais ninguém.

— Ontem ela descobriu o contrato, minha tia contou para ela, e ela disse que não quer mais você... — Nola disse pesarosa.

― Ok! Mas vou atrás dela, precisamos conversar sobre isso.

— Não vai, Fred, você só vai sofrer, a Fê está irredutível, ela vai te esnobar.

— Ok.

Ela me chamou e me entregou um carta.

— O que é?

— A Fernanda mandou te entregar... — Anui e com o orgulho ferido e virei às costas.

Sai de lá me sentindo um verdadeiro idiota.

Idiota!

Peguei a moto e fui no lugar onde íamos desde crianças juntos e a cada palavra que lia, era como adagas fincadas no meu peito, permitir, chorar gritar, colocando para fora as minhas frustrações...

LEMBRANÇAS OFF

Nego com a cabeça, lembrando quando afirmava que não me apaixonaria por ela, pois era minha irmãzinha, meu bebê. Tudo mudou no momento em que vi outro prestes a beijá-la, verdadeiramente mudou quando meus olhos a viram naquela noite...

A partir desse momento, o que pensei ser um romance juvenil começou, mas só eu gostava. Na verdade, Fernanda me deu o troco, como ela mesma disse; agora ela está trancafiada em uma fortaleza, e eu, como um idiota, a monitoro. Pois tenho certeza de algo: se eu não tiver a santinha para mim, ela não será de ninguém.

Ela é minha!

Fecho os olhos e solto um longo suspiro. Levanto-me, tiro os fones, retiro a camisa e pego a prancha, fincada na areia como aquela mulher está fincada em meu coração. Coloco a prancha embaixo do braço e corro para o mar.

O sol b**e no meu rosto, lembrando-me que estou vivo. Me deito de bruços sobre as ondas e mergulho na primeira onda que vem em minha direção...

Assim como em todas as adversidades da minha vida, procuro acertar e agir com tranquilidade, por que se não tomar cuidado e controle, a situação me controla, então por isso sempre fui analítico, sempre ordenei e conduzi as coisas, e dessa vez não seria diferente.

Nado mais para o fundo, em buscar da onda perfeita, e espero pacientemente até que uma onda venha, sim, a onda perfeita, sempre fui paciente e sagaz, eu espero o momento certo de agir, por isso me dou bem em tudo que faço, gosto de ver as coisas darem certo, mas para isso, é necessário um bom planejamento.

Muitas ondas passam, mas eu espero uma oportunidade até que venha a perfeita...

Sempre fui conhecido por ser bastante calculista, não tomo decisões antes de ponderar cuidadosamente as minhas ações.

Enfim começa a se formar a onda perfeita, e com os olhos de águia percebo isso, mergulho e começo a bater os braços, mandando rápido, e em um só movimento me coloco de pé me equilibrando habilidosamente por cima de uma enorme onda, a que eu considerei perfeita.

A adrenalina toma o meu corpo e curto o momento, a prancha que desliza sobre as águas e ergo a minha mão e a deixo tocar a lateral da onda e a minha mão passa cortando a água, aproveito até o último momento, até que ela se quebre totalmente e eu pule no mar.

Passei a tarde ali.

E já estava pensando o que iria fazer nos próximos dias.

E é isso...

Enquanto eu estava colocando a minha vida em risco esquecia da m*****a Santinha...

Paz!

Era o que eu sentia.

Passo mais alguns minutos ali curtinho o meu momento até que decido ir embora e tudo volta novamente.

Ela, os seus olhos, o seu cheiro, a decepção e a realidade são jogadas na minha cara.

— Ela nunca será sua!

Falo voltando à realidade dos fatos.

— M*****a Santinha...

Saio do mar, e recolhi as minhas coisas que estavam na areia e vou para casa, não tinha visto, mas tinha um grupo de mulheres que me observavam e me perguntaram se eu poderia tirar uma foto, com um leve sorriso, aceitei, tirei algumas fotos e voltei para casa.

Saí do banheiro e ainda de toalha, eu peguei o telefone e assim que ouvir a voz do outro lado, eu disse frio e direto.

— Me mande uma foto dela!

— Boa tarde para você tambem... — Ele brincou e eu bufei.

— Sem gracinhas, Dom, não tive um bom dia!

Ele gargalhou e confirmou.

—Certo, Fred, achei que não me ligaria mais... — Fazia anos que eu não pedia nada dela a Domênico, e na última vez que ele me mandou, não gostei, a Fernanda estava ao lado do cara que a Nola falou é um garoto por quem ela estava apaixonada, desde então busquei a anulação do contrato, pedi ao Bryan que fizesse isso, contudo nada podia ser feito antes dos seus 21 anos, mas agora que se aproxima a data, fico mais nervoso e Dom sabe disso, pois se bem o conheço e sabia que ele não deixo de acompanhar os seus passos.

— Estive ocupado, assim que conseguir mais informações, me mande!

Segurei o celular com força, odiava dar o braço a torce, mas cá estou eu, como um maldito Stalker, a procura da mulher que quebrou o meu coração.

E antes de eu desligar, ouvir Dom falar.

— Estive esperando a sua ligação...

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Recadinho da autora: Se tivesse um palhacinho, eu colocaria... kkkk

Mas não foi ele que disse que não queria mais?

Aí o cara está acompanho a vida da santinha desde sempre.

Fred e seus mistérios.

Meninas, não deixem de comentar e adicionar os meus outros livros na sua biblioteca. Boa segunda-feira minhas maravilhosas.

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