Capítulo 6
Clare Vallence | 04 de Maio Acordei no dia seguinte com a cabeça pesada e a mente confusa. As memórias da noite anterior ainda estavam frescas, e a culpa me corroía por dentro, enquanto pensava em encontrar uma maneira de escapar da ameaça sufocante que Marcelus representava a minha vida pacata — e claro, a minha sanidade. Decidi ir até o café próximo à minha casa, pra deixar aroma do café fresco e o ambiente acolhedor me trazerem algum tipo de sensação de paz. E talvez, se eu visse Flyn novamente, pudesse enterrar as memórias de Marcelus de uma vez por todas. Afinal… ele era o que eu queria, então… talvez se eu insistisse só mais um pouco nele, eu poderia realmente jogar todo esse desejo que eu senti por Marcelus, pela janela. “Ele está ali… deve ser o destino.” Eu pensei assim que vi Flyn sentado em uma das mesas do café, “talvez… nós devemos realmente ter que dar certo.” — Flyn, que coincidência te encontrar aqui — disse, forçando um sorriso, enquanto eu me aproximava. — Clare! Que bom te ver — respondeu ele, se levantando e me cumprimentando com um abraço apertado. — Achei o mesmo, que coisa doida, não é? — Eu falei ao me afastar um pouco dele, — parece até que foi combinado. — Pois é, talvez… seja o destino. — Ele soltou, o que me fez pensar que… talvez realmente fossemos almas gêmeas, tínhamos pensado até a mesma coisa. — Não é? — Respondi entre risos, — ah, eu…. posso me sentar? — Ah, sim, claro… onde estão os meus modos? — Flyn disse ao puxar uma cadeira pra mim, como um verdadeiro gentleman, — por favor, sente-se. — Obrigada… — eu assim o fiz, enquanto colocava uma das mechas do meu cabelo, atrás da minha orelha, — e Flyn, eu tenho uma proposta pra te fazer. — Sério? E qual seria? — Eu estava pensando... que tal um segundo encontro? — perguntei, tentando soar casual. — Hoje mais tarde talvez, quem sabe? Os olhos de Flyn brilharam de entusiasmo, como se ele estivesse esperando por isso, desde o nosso último encontro. “Fofo… parece até um cachorrinho…” eu acabei pensando, enquanto eu podia jurar, que tinha visto um rabinho abanando atrás dele, de tão animado que ele parecia estar. — Claro, adoraria. — Ele logo se apressou a dizer. — Onde você gostaria de ir? — Que tal aqui mesmo? Querendo ou não eu gosto da atmosfera daqui, — acabei dizendo, — e depois, podemos subir para o meu apartamento — sugeri, tentando mostrar as minhas segundas intenções, com um sorriso malicioso no rosto. Eu estava decidida a dormir com ele dessa vez, nem que tivesse que arrastá-lo escada acima. — Ah, claro! — Isso pareceu ter pego Flyn de surpresa, o que me deixou um pouco feliz com isso. Então, com o encontro marcado, eu fui continuar o meu dia, porque precisava fazer algumas comprar pra casa, mas depois que eu cheguei? Os pensamentos sobre Marcelus vieram com tudo, como a porra de uma alma penada que não me deixava em paz, mesmo depois de uma proteção com sal grosso. Quando eu fui notar, o meu corpo tinha esquentado mais uma vez, e tudo o que eu fiz naquele momento? Foi me enfiar embaixo de um banho completamente gelado, para depois… ver as mensagens de Flyn. “É isso, foco no Flyn… hoje você consegue tirar ele da cabeça.” Eu pensei comigo mesma, enquanto ia me arrumar correndo para o encontro que eu teria com ele. Quando finalmente estava pronta — depois de ter feito três coisas ao mesmo tempo para chegar na hora — eu fui até o café novamente, com um sorriso nos lábios. Claro, eu logo o encontrei assim que cheguei, e conversamos um pouco sobre as suas fotografias antes de eu… começar a passar o meu pé pela sua perna, por que eu realmente… precisava föder com Flyn hoje. Então, eu me forcei a me concentrar nele, a dar uma chance real a tudo aquilo. Mas… tudo mudou quando eu senti aquela mão quente no meu ombro, e quando levantei os olhos para ver quem era… Marcelus estava lá. — Estou interrompendo algo, querida? — Foi a primeira coisa que eu escutei, sair da sua boca, — quem é o seu amigo, não vai me apresentar? — Clare, quem é ele? — Flyn disse com nítida confusão, o que me fez querer enfiar a minha cara no chão. — Ele não é ninguém importante, querido. — eu logo soltei, me forçando a ter um sorriso no rosto, — agora vamos, ou você quer parar o que estávamos fazendo, por conta dele? — Parar o que estavam fazendo? Ora, não há necessidade… — Marcelus disse de um jeito cínico ao se sentar ao meu lado — apenas… continuem, finjam que eu não estou aqui. — Eu prefiro ir embora. — Eu disse com raiva, enquanto ameaçava me levantar, — vamos, Flyn? — Opa, opa… não tão rápido. — Ele disse enquanto me impedia, — por que essa pressa toda, chéri? — Desculpa a intromissão, mas… qual é o tipo de relacionamento que vocês tem? — Flyn além de confuso, agora parecia incomodado, mas… como eu poderia culpar ele por isso?— porque até agora… está um tanto difícil entender. — Que bom que perguntou, — ele disse, enquanto deixava um arquear largo tomar conta de seus lábios, — digamos que temos uma relação íntima, que dura a uns… três anos, não é mesmo querida? — ele colocou uma de suas mãos sobre a minha, O que me deixou com ainda mais ódio desse moreno desgraçado. E o pior de tudo? Foi que eu quase não consegui me explicar direito pro Flyn, e com toda razão, ele só se afastou dali, levando com ele todos os planos que eu tinha feito… e a esperança que eu tinha de esquecer esse moreno maldito. “Como eu fui deixar isso acontecer?” Eu acabei pensando, apenas para ver Marcelus ao meu lado, com aquele ar maldito de vitoria em seu rosto, enquanto se afundava na cadeira ao meu lado. Ótimo. Perfeito! Ele tinha me achado mais uma vez, e dado um jeito de fuder com tudo o que eu tinha construído mais uma vez, como se não fosse nada de mais. Porque no fim, Marcelus era como a porcariä de um vulcão, que você nunca sabia quando entraria em erupção para acabar com tudo ao seu redor.Capítulo 7 Clare Vallence 04 de Maio | França Eu não podia acreditar que havia deixado aquilo acontecer. As palavras de Marcelus ainda ecoavam na minha mente, e a imagem de Flyn se afastando, desapontado, me assombrava. Sentia uma mistura de raiva e frustração, principalmente comigo mesma. Como pude deixar Marcelus arruinar tudo de novo? — Qual é a porrä do seu problema? — Eu olhei pra ele, enquanto puro ódio me invadia, — ou melhor, você tem ao menos noção do que acabou de fazer? — Sim, eu te livrei de um loiro sem graça, que cá entre nós… tinha uma carinha de soca fofo… — Não, seu imbëcil! Eu estava realmente gostando de me envolver com ele! Talvez eu até mesmo começasse a ter um relacionamento com ele! — Um relacionamento? — Ele soltou um riso bufado, — pelo amor de deus, Clare… se você realmente gostasse daquele cara, você já teria corrido atrás dele, e estaria em prantos agora. Infelizmente, eu nem podia dizer que aquilo não era verdade, mas… aquilo não me dei
Capítulo 8 Marcelus Moreau França | 04 de Maio Enquanto eu metia dentro de Clare, o meu corpo todo pedia por mais dela, como se ela fosse uma drogä que tivesse tomado conta de todo o meu corpo e alma. Tudo em mim pedia por essa filha da putä, e o fato dela tentar me superar com aquele loiro sem graça, apenas me deixava ainda mais irritado. Então, eu apenas a arrastei até o seu quarto depois de a pegar no colo, a colocando contra a janela do seu quarto, enquanto as minhas mãos exploravam o seu corpo com uma urgência latente, e cada toque, cada movimento eram uma liberação da frustração que eu sentia. Clare gemeu contra o vidro, suas unhas arranhando as minhas costas, enquanto suas pernas se entrelaçavam ao redor da minha cintura. — Você achou mesmo que ia me superar com ele? — Provoquei, minha voz baixa e rouca. — Ele nunca vai te foder como eu, chéri. Murmurei como se eu estivesse falando algo profano, enquanto metia mais uma vez naquela buceta apertada, fazendo Clare arque
Capítulo 9 Clare Vallence França | 04 de Maio Eu sabia que ele não valia nada, mas nunca esperei que Marcelus invadisse minha casa daquele jeito — pelo menos até eu me lembrar do dia em que… ele invadiu a varanda de um dos prédios que eu morei, durante uma das minhas fugas, e… simplesmente, me fudeu, sem nem pensar em me levar para outro lugar. Mas… como eu ia poder reclamar de alguma coisa, eu ainda assim, não consegui resistir a aquele moreno filho da puta, nem quando eu tentava muito. Porque no fim, a raiva, a frustração e o desejo, sempre se misturavam de alguma forma que me deixava completamente sem noção! — Como dessa última vez, que eu tinha transado com Marcelus de novo, até o meu corpo ficar em frangalhos de tão exausto. Depois de estarmos exaustos, me afastei dele, meu corpo ainda tremendo por conta do quão exausta e fraca eu tinha ficado. Precisava de um momento para pensar, para respirar. Me levantei e fui para o banheiro, e quando a água quente finalmente
Capítulo 10 Clare Vallence França | 05 de Maio Acordei com a luz cegante que vinha da porcariä da janela — porque nenhum dos dois gênios se lembrou que precisava fechar as cortinas — apenas para olhar para o lado e ver Marcelus, dormindo como um bebê — o que me fez pensar, que ele nem parecia um maníacö filho da putä, que veio atrás de mim, de país em país. Um sorriso involuntário brotou no meu rosto — porque eu tinha que admitir, até que ele ficava fofo daquele jeito —, mas… eu tinha que ser realista, aquela… não era a realidade, afinal… mais uma vez, eu tinha me deixado levar por aquele rostinho bonito, — mesmo sabendo que ele não era exatamente um príncipe encantado. Então, assim como das outras vezes, comecei a me arrumar para fugir, porque eu não ia dar por vencido, nem fudendo! Claro, eu quase nem tive que fazer muito esforço para arrumar as minhas coisas na surdina — porque Marcelus tinha um sono tão pesado, quanto o de uma pedra — então… arrumar as malas não foi algo
Capítulo 11Marcelus MoreauFrança | 05 de MaioClare não iria escapar de mim, não dessa vez. Mas ao abrir os olhos e olhar ao redor, eu percebi que ela já havia sumido — como era o esperado, afinal, aquela não era a primeira vez que aquilo acontecia, e eu apenas me levantei, e me arrumei com certa calma — só pra ela achar que tinha algum controle, ou até mesmo… tempo. Então, eu tomei um banho, tomei o meu tempo para me vestir, e só depois disso, eu fui, com a maior paz que eu podia ter no meu coração — afinal, depois dela ter sido denunciada por suspeita de tráfico, era bem improvável que qualquer aeroporto, fosse deixá-la sair. Eu apenas entrei no aeroporto como quem não queria nada, e depois de ter falado com um policial ou outro no aeroporto — que eram contatos diretos lá dentro — eu acabei chegando até Clare — que óbvio, estava muito feliz em me ver. Não consegui evitar um sorriso ao ver a expressão dela ao se dar conta de que eu estava ali. A maneira como seus olhos se arreg
Capítulo 12Marcelus MoreauFrança | 05 de MaioClare se rendeu depois de eu dizer que ela me devia um café, e enquanto esperávamos os nossos pedidos, eu vi ela cruzar os seus braços sob o peito, enquanto bufava. — Você não vai mesmo me deixar em paz, vai? — Ela disse, virando o rosto pra mim, — você foi atrás de mim no aeroporto, e agora que eu consigo pensar melhor… eu tenho certeza que foi você quem armou tudo pra mim. — Eu? Como você pode pensar isso de mim? — Coloquei a melhor expressão de indignação que eu podia colocar em meu rosto, — eu fui lá só pra te ajudar…— Conta outra, Marcelus! Você literalmente chegou lá, sorrindo pra mim! — Ela estava claramente possessa enquanto dizia, — você sabia que eu estava lá! E com toda certeza, sabia que o meu passaporte seria tirado de mim!— Que tipo de pessoa eu seria, se fizesse isso com você, chéri? — Questionei, colocando uma das mãos em meu peito, — oh… obrigado, — logo falei, assim que os pedidos foram colocados em nossa frente. —
Capítulo 13Marcelus MoreauFrança | 07 de MaioClare parecia reclusa desde os “problemas” que teve para embarcar, e por mais que isso normalmente significaria que eu podia baixar a guarda… pelo pouco que eu conhecia daquela loira, isso só queria dizer que eu tinha que prestar mais atenção nela. Ou seja… eu coloquei algumas pessoas atrás dela, invadi de câmeras de segurança até grampear o seu telefone, o que me fez descobrir em poucos minutos que… ela havia ligado para o pai dela, e claro… ia tentar sair do país com a ajuda de Sean Bertrand. — Merda! — Eu soltei, enquanto colocava os meus cabelos para trás, — esse desgraçado não aceita suborno, e não tem nada contra ele que eu possa usar… — deixei um suspiro longo sair pelos meus lábios, E claro, tinha a pior parte naquilo tudo, que era o fato dela ter pedido para aquele loiro de quinta, acompanhar ela. — Como ela… puta que pariu! — Irritação tomou conta do meu ser, — e aquele desgraçado também não tem orgulho nenhum… certeza que
Capítulo 14Marcelus MoreauFrança | 07 de MaioEnquanto eu observava Clare de longe, e via que o tempo todo os seus olhos vinham até mim — mesmo que ela tentasse disfarçar, ou até mesmo evitar — me deixava com ainda mais vontade de irritá-la, o que bom… me fez puxar Rose pela cintura, a deixando bem mais perto de mim. — Ela já tá te olhando como se quisesse arrancar a sua cabeça fora? — Rose me perguntou, enquanto se adequava ao teatro, e se encaixava em mim. — Desde que entramos aqui. — Disse entre risos, — isso vai ser divertido. — E então? Vamos só ficar em pé assim? Você sendo bonito de um lado, e eu do outro?— Depende do quanto aquele loiro me irritar. — Eu falei com sinceridade, — mas por enquanto? Algo assim. Eu falei, e quando eu vi ela indo até Sean, eu vi um dos meus contatos irem até ela, o que me fez ficar um pouco mais aliviado. — Eles realmente estão fazendo o pŕoprio trabalho, quem diria… — falei com um breve sorriso nos lábios, apenas para Rose me olhar com uma