Capítulo 131Clare VallenceInglaterra | 27 de MaioEu observei meu pai sair da sala, o som suave da porta se fechando atrás dele. Ele tinha sido surpreendentemente calmo diante de tudo o que revelei, mas eu sabia que aquilo era só a superfície. Nós ainda teríamos uma longa conversa depois disso.Ele estava me dando espaço agora, mas eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele ia querer entender exatamente o que estava acontecendo.Mas, por enquanto, eu não podia me preocupar com isso. Meu pai havia saído e agora eu estava sozinha com Marcelus. E isso já era confusão o suficiente.Eu me virei para ele, e o silêncio na sala pesava sobre nós como uma névoa. Marcelus parecia cansado, exausto de todas as formas possíveis, e ele me olhava como se ainda estivesse esperando o meu veredito, como se tivesse depositado todas as suas esperanças em mim — e eu nunca o tinha visto tão vulnerável antes.Eu sabia que, de alguma forma, teria que resolver isso com ele, porque era como se tudo estivesse
Capítulo 132Marcelus MoreauInglaterra | 27 de MaioEu segurei Clare contra mim, sentindo o corpo dela tremendo, as lágrimas quentes escorrendo pelo meu pescoço. O coração dela batia rápido, e eu sabia que o meu não estava muito diferente, aquele momento, aquele silêncio entre nós, era tudo o que eu queria e temia. Eu finalmente tinha dito o que estava preso dentro de mim por tanto tempo. Mas será que ela acreditava em mim?Me afastei um pouco, só o suficiente para olhar para o rosto dela. Os olhos estavam vermelhos, mas ainda havia algo mais ali... algo que me fez ter esperança.— Clare — eu disse baixinho, minha voz rouca pela emoção —, eu não vou te deixar sozinha, e eu… realmente te amo, e eu posso falar isso quantas vezes você quiser…Ela desviou o olhar por um segundo, mordendo o lábio. Meu corpo inteiro reagia a ela. Cada pequena expressão, cada movimento dela fazia meu coração disparar. Clare mexia comigo de uma maneira que eu nunca consegui explicar, nem pra mim mesmo.E ago
Capítulo 133Clare VallenceInglaterra | 27 de MaioEu mal conseguia respirar, meu corpo ainda tremia com os resquícios do prazer que me consumiu por completo. Cada célula do meu corpo parecia viva, em chamas, e eu ainda estava ali, deitada debaixo de Marcelus, com a respiração descompassada. Era como se todo o ar do quarto tivesse sumido, e a única coisa que existia fosse nós dois, ofegando, tentando encontrar algum senso de realidade depois do que acabamos de fazer. Minhas mãos ainda estavam cravadas nas costas dele, sentindo o calor da pele, o ritmo acelerado do coração dele batendo contra o meu peito.Eu não conseguia acreditar.Não conseguia processar que aquilo estava mesmo acontecendo. Mas estava. Ele estava ali, comigo, depois de tanto tempo fugindo.Marcelus estava comigo, e eu sabia que não havia mais volta. Ele se moveu um pouco, afastando o rosto do meu pescoço onde ele tinha deixado uma trilha de beijos que ainda queimava na minha pele. Os olhos dele estavam fixos nos m
Capítulo 134Clare VallenceInglaterra | 27 de MaioO corpo de Marcelus ainda estava tremendo debaixo do meu, e eu tentava recuperar o fôlego, os músculos exaustos, a respiração pesada. A sensação dele dentro de mim, do calor, do prazer, ainda pulsava em cada célula do meu corpo, me mantendo no ápice de um prazer prolongado que parecia não querer acabar. Cada batida do meu coração era um lembrete de que ele estava ali, comigo, e de que tudo aquilo era real.— Você... é inacreditável — Marcelus sussurrou, os dedos dele traçando círculos preguiçosos pelas minhas costas enquanto eu me ajeitava melhor sobre ele. A água ao nosso redor estava morna, calma, uma quebra suave do caos que tinha sido a nossa foda.Eu levantei a cabeça para encará-lo, a expressão dele era uma mistura de cansaço e admiração, com aquele sorriso preguiçoso que sempre mexia comigo.— Você que é inacreditável... — murmurei, a voz ainda entrecortada pelos resquícios do prazer. O som da minha própria voz me soou diferen
Capítulo 135Clare VallenceInglaterra | 28 de MaioAcordei com o sol batendo levemente nas cortinas do quarto, criando uma luz suave que iluminava o espaço de maneira quase acolhedora. O calor do corpo de Marcelus ao meu lado era reconfortante, um lembrete de tudo o que aconteceu na noite anterior, mas também um alerta de que o que eu mais temia estava à espreita.Não podia mais ignorar a realidade… logo eu precisaria conversar com o meu pai.Eu sabia que aquela conversa era inevitável, mas agora que o momento estava tão próximo, eu sentia o peso dela apertando o meu peito. Marcelus estava tranquilo ao meu lado, ainda perdido no sono, e eu o observei por alguns segundos, tentando absorver a calma dele antes de me levantar.Com cuidado, deslizei para fora da cama, tentando não acordá-lo, e peguei um roupão e fui até o banheiro. A água quente do chuveiro escorria pelo meu corpo, relaxando os músculos exaustos, mas minha mente estava a mil. Cada gota d’água parecia amplificar o que eu t
PrólogoClare Vallence04 de Maio | França— Estou interrompendo algo, querida? — Foi a primeira coisa que eu escutei, quando eu senti uma mão pousar sobre o meu ombro, — quem é o seu amigo, não vai me apresentar?Marcelus. Marcelus Moreau Marini, tinha me achado mais uma vez, e puta que me pariu… como eu queria correr dali agora, e me enfiar no primeiro avião que eu conseguisse. Não importava se seria para um país de primeiro, segundo ou terceiro mundo, não… eu só queria achar qualquer lugar que fosse, que ele não suspeitaria, que ele não fosse conseguir achar o meu rastro, nem se ele quisesse muito. Mas… aparentemente — para a minha infelicidade — isso não parecia ser algo possível. — Clare, quem é ele? — Flyn obviamente não evitou de perguntar, com uma expressão de clara confusão. — Ele não é ninguém importante, querido. — Eu soltei, junto de um breve sorriso no rosto, — agora vamos, ou você quer parar o que estávamos fazendo, por conta dele? — Parar o que estavam fazendo? Or
Capítulo 1Clare VallenceFrança | 02 de MaioMinha vida finalmente estava do jeito que eu queria, porque depois dos últimos três anos, desde que deixei Londres… essa tinha sido a primeira vez que eu tinha conseguido ter o mínimo de paz na minha vida — afinal, Marcelus… ainda não tinha me achado na França (até porque, ele nunca esperaria que eu estivesse no seu país de origem, esperaria?).Eu poderia finalmente descansar, sem a constante apreensão de que aquele desgraçadö apareceria na minha frente a qualquer momento. Meus dias eram previsíveis, e a rotina médica preenchia meu tempo e minha mente por completo. Estava tudo ótimo. Estava tudo perfeito. Ou pelo menos, era o que eu queria acreditar, mas… eu não conseguia tirar o rosto de Marcelus da minha cabeça! Ele ainda habitava meus pensamentos, especialmente durante a noite. Naquela manhã inclusive? Acordei irritada depois de um sonho erótico que eu tive com aquele moreno filho da putä! E isso me deixava profundamente frustrada,
Capítulo 2Clare Vallence02 de Maio | FrançaAssim que eu cheguei em casa, a minha cabeça já começou a montar mil e um cenários com Flyn, ao ponto de eu começar a sorrir que nem uma idiotä, enquanto me deitava no meu sofá — como se fosse a porcariä de uma adolescênte idiotä. Porque no fim, Flyn era literalmente a definição de Príncipe encantado, ou seja… ele era perfeito pra mim, certo? Era o que eu sempre sonhei desde que eu era uma garotinha que usava maria chiquinhas. Eu sempre sonhei com um loiro alto de olhos claros, com um sorriso brilhante que poderia me cegar, e ele? Era exatamente isso, como se fosse o universo de alguma forma, tentando me compensar por todo o estresse que Marcelus Moreau… tinha causado na minha cabeça — que honestamente, não andava muito boa.“Isso, eu vou sair com ele quando ele me chamar, e nós dois vamos construir uma bela vida juntos, com bebês loiros, e nada parecidos com aquele traste do Marcelus!” Eu comecei a pensar, o que sinceramente? Até que es