Capítulo 137Mario MariniInglaterra | 28 de MaioEu nunca fui o tipo de homem que gostava de se meter em assuntos pessoais dos outros, especialmente nos de meu filho. Romances e dramas sentimentais? Sempre os vi como distrações que desviam daquilo que realmente importa — poder, controle, legado. Mas agora, aqui estou eu, em pleno voo para a Inglaterra, graças a um boato que Iris fez questão de gritar na frente de todos os homens da família. Ela o fez de propósito, isso é claro para mim. E, embora eu sempre tenha tido uma certa paciência com Iris — afinal, ela sempre foi útil em diversas situações —, agora ela havia cruzado uma linha que não podia ser ignorada.O que me irritava profundamente não era a questão de Marcelus e Clare estarem juntos. Para mim, isso pouco importava. Eles podiam se amar ou não, podiam ter começado como uma farsa, um acordo conveniente — mas se no fim das contas se tornasse algo real, isso não era problema meu. O que me importava era o impacto que isso causa
Capítulo 138Vincenzo MariniInglaterra | 28 de MaioEu estava no escritório, observando as pilhas de papeis que pareciam se acumular sem fim. Meu pai, estava a caminho da Inglaterra, lidando com mais uma das confusões sentimentais de Marcelus. Era impressionante como meu irmão conseguia complicar as coisas de um jeito que eu nunca imaginaria. Relacionamentos nunca foram o ponto forte dele, muito menos as questões emocionais. E agora, aqui estava eu, deixando tudo em ordem na Itália enquanto ele corria atrás de Clare e tentava consertar o caos que ele mesmo criou, por conta da lerdeza dele.Com o meu pai fora do país, a responsabilidade recaiu sobre mim. Sempre fui o mais discreto, o mais metódico. E isso, na maioria das vezes, era exatamente o que mantinha as coisas funcionando. Marcelus era o impulsivo, o que arranjava confusão e, às vezes, soluções inesperadas. Eu, por outro lado, era aquele que mantinha as engrenagens rodando, garantindo que o nome dos Marini permanecesse forte e
Capítulo 139Mario MariniInglaterra | 29 de MaioEu cheguei na Inglaterra irritado. Já estava mal-humorado desde o momento em que o avião aterrissou, e o fato de que Marcelus sequer se deu ao trabalho de me receber no aeroporto só aumentou meu desgosto. Filho da mãe. Eu sabia que Marcelus nunca foi o tipo de homem para grandes demonstrações de respeito, mas porra… eu sou o pai dele! Poderia pelo menos ter aparecido, dado as caras, mas não. Lá estava eu, em Londres, depois de cruzar metade da Europa, e ele sequer se incomodou.— Eu conheço o filho que tenho, — murmurei para mim mesmo, enquanto o carro me levava em direção ao hotel.Eu sabia que Marcelus sempre teve o hábito de fazer as coisas à sua maneira, sem seguir as normas, as regras ou qualquer convenção social que o incomodasse. Ele tinha o talento para ser tanto brilhante quanto um completo idiota. E era exatamente por isso que eu estava aqui, na Inglaterra, lidando com toda essa merda. Não podia deixar que uma confusão entr
Capítulo 140Marcelus MoreauInglaterra | 29 de MaioEu podia sentir o peso do olhar do meu pai enquanto ele nos observava, sua expressão séria e a postura rígida, como se estivesse pronto para nos julgar a qualquer segundo. Eu sabia que ele estava aqui para testar, avaliar se o que Clare e eu tínhamos era real ou não. Isso era típico do Mario Marini: ele nunca confiava na palavra de ninguém, nem mesmo na do próprio filho. Tudo precisava ser confirmado, validado, e, nesse caso, o relacionamento que Clare e eu construímos estava em jogo.Eu respirei fundo e apertei a mão de Clare levemente, sentindo o calor da pele dela como uma âncora para me manter no presente. Dessa vez, não havia mais encenação. Não era um jogo, nem uma jogada para enganar o velho Marini — era a verdade.Eu levantei meu olhar para ele, o brilho de desafio ainda presente, mas, desta vez, com algo mais por trás. Determinação. Eu sabia o que queria, e, pela primeira vez, estava pronto para dizer isso em voz alta.— Se
Capítulo 141Mario MariniInglaterra | 29 de maioEu saio de onde eles estavam com aquele sorriso que só a experiência dá. Clare e Marcelus finalmente aceitaram essa farsa de noivado, mas a verdade é que isso vai ser muito mais que uma simples encenação. É engraçado pensar como meu filho mais novo tentou me enganar... achando que eu não perceberia o joguinho dele com Clare Valence, e no fim, foi ele o manipulado. O tolo que acabou caindo na própria armadilha. Mas eu deixei rolar, quieto, observando tudo de perto. Afinal, um casamento desses não seria nada mal para os negócios da família. Óbvio que não.Clare tem nome, tem presença, e a família dela... bom, é exatamente o tipo de aliança que precisamos. Um bom nome, ligada a uma família com negócios legítimos que vai facilitar para nós, que vai aumentar nosso renome ao começar nossos negócios na Inglaterra.O nome Marini seria conhecido em todo o mundo e eu não ia abrir mão disso, nem ferrando que eu ia.Tudo bem que, no começo, esse r
Capítulo 142Marcelus MoreauInglaterra | 29 de maioDepois que o meu pai foi finalmente embora com um sorriso no rosto, eu finalmente me vi… sozinho com Clare de novo.Clare estava à beira da piscina, o reflexo da água brincando na pele dela, os cabelos loiros caindo soltos sobre os ombros. A luz do fim de tarde faz com que a água ao redor pareça ainda mais dourada.Ela tinha aquela expressão concentrada, distante, mas seus olhos azuis felinos pareciam sempre atentos a cada movimento meu.Ela parecia serena, mas eu a conhecia bem, Clare raramente relaxava de verdade. Ela era o tipo de mulher que sempre estava pensando no próximo passo.— O que você está olhando? — Ela pergunta, sem desviar o olhar da piscina, o tom calmo, mas com uma pontinha de provocação.Eu sorrio de canto, me aproximando mais, meus pés já tocando a borda da piscina. O som da água se mexendo lentamente era o único ruído, o clima ao redor de nós era de uma calma que não combinava com o turbilhão que eu sentia por d
Capítulo 143Marcelus MoreauInglaterra | 29 de maioEu puxei Clare para fora da piscina, nossos corpos molhados deixando uma trilha pelo chão, mas eu não me importava. Nem um pouco.Clare riu, aquele riso baixo e carregado, enquanto ela se apoiava em mim, os olhos fixos nos meus, e eu senti o calor dela irradiando, mesmo com a pele fria da água. Caminhamos até a porta da varanda, e por um momento, eu me permiti observar o cenário ao redor — mas só por um momento.As luzes da cidade piscavam ao longe, as cores vibrantes contrastando com a escuridão que caía. As ruas lá embaixo se misturavam num emaranhado de formas e luzes, mas mesmo com a vista espetacular, nada se comparava a Clare. Ela sempre teve aquele jeito de se destacar em qualquer lugar, de roubar a cena, e ali, sozinha comigo, ela parecia ainda mais feroz, mais intensa.Clare se afastou de mim, se virando para o parapeito e se apoiando com os braços. Ela lançou um olhar por cima do ombro, os cabelos loiros grudados na pele m
Capítulo 144Clare VallenceInglaterra | 29 de maioApós o que parecia uma eternidade de provocações e jogos entre nós, Marcelus e eu voltamos para o quarto. Ainda sentia a pulsação em cada fibra do meu corpo, e sabia que ele também sentia. Havia um desejo quase selvagem nos olhos dele, algo que eu reconhecia e que sempre me instigava a provocá-lo ainda mais.Entrei primeiro e me sentei na beira da cama, ainda com um leve sorriso no rosto. Sabia que ele esperava algo de mim, e por isso resolvi aproveitar o momento para testá-lo. me Inclinei levemente para trás, e assim que ele se aproximou, cruzei as pernas devagar, o olhando com uma expressão de falsa inocência.— Sabe, Marcelus, — comecei, com a voz carregada de insinuação, — eu estava pensando… às vezes me pergunto se fiz a escolha certa.Ele parou, o rosto ficando imediatamente sério. A respiração dele parecia ter mudado, o peito subindo e descendo com mais intensidade enquanto ele esperava que eu continuasse. Era como se ele soub