Capítulo 101Íris ColomboFrança | 24 de MaioEu sabia que aquele era o melhor momento. A chance perfeita. Marcelus estava ocupado demais com o pai e Vincenzo pra prestar atenção no que estava acontecendo, e Clare… estava isolada, perdida nos próprios pensamentos, achando que podia simplesmente se afastar de tudo. Que piada.A noite estava fria, o vento soprava leve pela varanda, mas havia algo na tensão no ar que fazia o clima parecer pesado. Eu a observei por alguns minutos, antes de fazer qualquer movimento. Clare estava claramente distraída, encarando o celular como se ele fosse a solução dos seus problemas. "Patética," pensei, a observando com aquele ar perdido. "Você não faz ideia do que está por vir...".Com um sorriso que eu sabia que não tinha nada de acolhedor, caminhei até a porta da varanda e a fechei com um clique suave. O som foi o suficiente para que ela se virasse, surpresa, os olhos dela encontrando os meus com aquele brilho de incerteza. Perfeito. Clare estava
Capítulo 102Clare VallenceFrança | 24 de MaioMeu rosto ainda ardia de vergonha enquanto eu entrava de volta na mansão. Não pelo tapa que dei na Íris, mas porque deixei ela me provocar a esse ponto — só que ao mesmo tempo? Ninguém tinha mandado aquela vadia ficar me provocando daquele jeito. Ela tinha vindo com aquela expressão de filha da puta, falando como se tivesse controle de tudo e, no final, eu acabei caindo no joguinho dela. O som do tapa ainda ecoava na minha cabeça, misturado com o olhar de surpresa que ela tentou disfarçar. Mas a pior parte? Foi o sorriso que surgiu logo depois. "Merda," pensei, meus pés me levando pelo salão sem direção. "Agora vou ter que lidar com as consequências disso…” veio em minha mente, porque no fim… parecia que Íris tinha alguma proteção que a mantinha ali. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde alguém ficaria sabendo. Claro que Íris não ia perder tempo em contar sua versão — provavelmente distorcida — do que aconteceu. Ela ia aproveitar pra s
PrólogoClare Vallence04 de Maio | França— Estou interrompendo algo, querida? — Foi a primeira coisa que eu escutei, quando eu senti uma mão pousar sobre o meu ombro, — quem é o seu amigo, não vai me apresentar?Marcelus. Marcelus Moreau Marini, tinha me achado mais uma vez, e puta que me pariu… como eu queria correr dali agora, e me enfiar no primeiro avião que eu conseguisse. Não importava se seria para um país de primeiro, segundo ou terceiro mundo, não… eu só queria achar qualquer lugar que fosse, que ele não suspeitaria, que ele não fosse conseguir achar o meu rastro, nem se ele quisesse muito. Mas… aparentemente — para a minha infelicidade — isso não parecia ser algo possível. — Clare, quem é ele? — Flyn obviamente não evitou de perguntar, com uma expressão de clara confusão. — Ele não é ninguém importante, querido. — Eu soltei, junto de um breve sorriso no rosto, — agora vamos, ou você quer parar o que estávamos fazendo, por conta dele? — Parar o que estavam fazendo? Or
Capítulo 1Clare VallenceFrança | 02 de MaioMinha vida finalmente estava do jeito que eu queria, porque depois dos últimos três anos, desde que deixei Londres… essa tinha sido a primeira vez que eu tinha conseguido ter o mínimo de paz na minha vida — afinal, Marcelus… ainda não tinha me achado na França (até porque, ele nunca esperaria que eu estivesse no seu país de origem, esperaria?).Eu poderia finalmente descansar, sem a constante apreensão de que aquele desgraçadö apareceria na minha frente a qualquer momento. Meus dias eram previsíveis, e a rotina médica preenchia meu tempo e minha mente por completo. Estava tudo ótimo. Estava tudo perfeito. Ou pelo menos, era o que eu queria acreditar, mas… eu não conseguia tirar o rosto de Marcelus da minha cabeça! Ele ainda habitava meus pensamentos, especialmente durante a noite. Naquela manhã inclusive? Acordei irritada depois de um sonho erótico que eu tive com aquele moreno filho da putä! E isso me deixava profundamente frustrada,
Capítulo 2Clare Vallence02 de Maio | FrançaAssim que eu cheguei em casa, a minha cabeça já começou a montar mil e um cenários com Flyn, ao ponto de eu começar a sorrir que nem uma idiotä, enquanto me deitava no meu sofá — como se fosse a porcariä de uma adolescênte idiotä. Porque no fim, Flyn era literalmente a definição de Príncipe encantado, ou seja… ele era perfeito pra mim, certo? Era o que eu sempre sonhei desde que eu era uma garotinha que usava maria chiquinhas. Eu sempre sonhei com um loiro alto de olhos claros, com um sorriso brilhante que poderia me cegar, e ele? Era exatamente isso, como se fosse o universo de alguma forma, tentando me compensar por todo o estresse que Marcelus Moreau… tinha causado na minha cabeça — que honestamente, não andava muito boa.“Isso, eu vou sair com ele quando ele me chamar, e nós dois vamos construir uma bela vida juntos, com bebês loiros, e nada parecidos com aquele traste do Marcelus!” Eu comecei a pensar, o que sinceramente? Até que es
Capítulo 3Clare Vallence02 de Maio | França Eu não fui mais até a cafeteria depois daquilo, e o pouco tempo que eu tinha de ter qualquer pausa sequer, eu me enfiava no refeitório do hospital, — afinal, eu já tinha me decidido, eu não faria aquilo com o Flyn, porque… ele não parecia merecer. Então, eu fiquei me colocando em um trabalho atrás do outro de novo, que eu nem precisava me enfiar, e céus… eu ocupei a minha cabeça até poder dizer chega. — Clare, você tem certeza de que está bem? — Sophie acabou me perguntando em dado momento, — você não acha que está puxando o seu limite demais? Sorri. — Não, eu estou bem… até porque, eu mal ando conseguindo dormir direito mesmo. — Vocẽ sabe que vão te mandar pra casa, não é? — Sophie insistiu naquilo, — mesmo que não esteja conseguindo dormir, vocẽ não precisa disso. Suspirei, porque no fim… eu estava sendo uma idiotä, e eu sabia disso. “Bom… a essa hora, ele já deve ter ido embora…” eu pensei comigo mesma, e quando eu me leva
Capítulo 4Clare VallenceFrança | 03 de Maio Uma parte de mim se sentia culpada por estar "usando" Flyn para ser bem honesta, afinal… ele era gentil, atencioso e merecia alguém que realmente estivesse interessada nele. Mas, ao mesmo tempo? Eu precisava desesperadamente de algo ou alguém que me ajudasse a tirar Marcelus da minha cabeça. Então, quando Flyn me convidou para uma exposição de arte naquela noite, aceitei, sem pensar duas vezes. A galeria de arte era um lugar elegante, com paredes brancas e luzes suaves destacando as obras expostas, e mesmo que grande parte das fotógrafias fossem algo — aparentemente, mais abstrato — Flyn parecia animado enquanto caminhávamos pelo local, comentando sobre as fotografias em preto e branco que preenchiam as paredes. E eu por outro lado, tentava sorrir e fingir interesse, mas nada daquilo parecia realmente me tocar, só parecia ser... cinza e sem graça, sem muita história para contar. Afinal, eu estava acostumada com os vários quadros qu
Capítulo 5Clare VallenceFrança | 03 de Maio Eu me vi deitada na cama, não conseguindo pregar os olhos, enquanto aquele calor só subia cada vez mais pelo meu corpo, ao ponto de eu sentir a minha sanidade indo embora por completo. Porque Flyn podia até ser gentil e doce, mas… eu sabia que se fosse Marcelus no lugar dele, eu teria vontade de trazer ele para dentro do meu apartamento — mesmo que eu detestasse admitir isso, e quando eu fosse notar… eu já teria ele dentro de mim. “Mas que merdä!” Eu soltei, porque eu odiava saber disso, e odiava ainda mais pensar sobre, enquanto eu sentia a minha bucetä ficando cada vez mais molhada, e… apertada pra cäralho… Fechei os olhos, tentando afastar as memórias, mas em vez disso, comecei a imaginar como teria sido o encontro se Marcelus estivesse em seu lugar, com todos os cenários, todos os lugares. Me vi na galeria de arte, mas ao invés de Flyn, era Marcelus quem estava ao meu lado, enquanto aqueles olhos felinos olhavam pra mim, e zomb