Aleksey Markovic A noite estava fria, o vento cortante soprando pelas ruas de Moscou enquanto eu dirigia em direção ao esconderijo de Aleksander Petrov. Yasmin estava ao meu lado, silenciosa, suas mãos entrelaçadas no colo. Ela parecia frágil, vulnerável, mas eu sabia que não podia me deixar enganar por aquela aparência. Ela era a neta do líder da máfia indiana, e, por mais que eu quisesse acreditar em suas palavras, eu não podia correr o risco de confiar nela completamente.— "Aleksey," ela finalmente quebrou o silêncio, sua voz suave e cheia de incerteza. — "O que vai acontecer quando chegarmos lá?"Eu olhei para ela por um momento, tentando manter a expressão neutra. — "Você vai ajudar a Bratva a encontrar seu avô," eu respondi, minha voz firme. — "E, quando isso acontecer, tudo vai ficar bem."Ela olhou para mim, seus olhos cheios de dúvida. — "E você acredita em mim? Você realmente acredita que eu não vou te trair?"Eu senti uma pontada de culpa, mas a abafei rapidamente. — "Eu
Yasmin AyalaO dia havia amanhecido cinzento e pesado, como se o próprio céu soubesse o que estava por vir. Eu estava sentada no quarto escuro onde Aleksey me deixara, minhas mãos tremendo, meu coração batendo descompassado. A ansiedade e o medo eram como uma corrente ao redor do meu pescoço, apertando cada vez mais. Eu sabia que o plano da Bratva era usar-me como isca para atrair meu avô, mas o que eu não sabia era até onde eles estavam dispostos a ir. E, pior, eu não sabia até onde *eu* estava disposta a ir.Aleksey entrou no quarto algumas horas depois, seu rosto impassível, mas seus olhos carregados de uma tensão que ele tentava esconder. Ele se aproximou de mim, segurando minhas mãos com uma firmeza que deveria ser reconfortante, mas que só aumentava minha angústia.— "Yasmin," ele começou, sua voz suave, mas firme. — "Hoje é o dia. Seu avô vai aparecer, e você precisa fazer exatamente o que eu te disser. Entendeu?"Eu olhei para ele, meus olhos cheios de lágrimas que eu não cons
Yasmin Markovic Dois anos. Dois anos desde a noite em que tudo mudou. Dois anos desde que eu dei um tiro no meu avô e enterrei o passado junto com ele. Dois anos desde que eu me tornei uma nova pessoa — uma pessoa que eu mal reconhecia, mas que, de alguma forma, eu finalmente aceitava. Agora, eu estava sentada na varanda da nossa casa em Moscou, o vento frio da manhã brincando com os fios do meu cabelo. Meu primeiro filho, Nikolai, brincava no jardim com a babá, suas risadas ecoando pelo ar como uma melodia que eu nunca cansava de ouvir. E, dentro de mim, o segundo filho que eu e Aleksey esperávamos dava pequenos chutes, como se já quisesse participar da brincadeira. Eu olhei para o anel de casamento no meu dedo, um sorriso suave se formando nos meus lábios. Nosso casamento havia sido um sonho — realizado em uma praia paradisíaca em Inhambane, em Moçambique minha terra, longe de tudo e de todos que poderiam nos julgar. Ninguém da minha família tinha ideia do que realmente acontec
Yasmin Ayala Estava tendo um sono tão tranquilo que, não queria acordar por nada, o mundo podia até terminar a qualquer momento, mas eu só queria ter mais algumas horinhas em paz. Mas como diz o ditado, Deus ajuda, quem cedo madruga, sou forçada a deixar a minha amada cama e partir para mais uma aula. Eu sou estudante bolsista na São Petersburgo university, não posso dispersar essa oportunidade por nada na vida. — Yasmin Ayala sua vaca, não está ouvindo o despertador tocar, se põe o despertador é para você acordar e não a casa inteira! — Mika grita irritada me dando pontapés, o humor dela nas manhãs é um verdadeiro atentado a minha vida. Ela é minha colega de apartamento, nós duas somos colegas na universidade e compartilhamos o apê, para reduzir custos. Ela é filha de uma brasileira e um Russo, logo foi um bônus para mim em questão de língua em comum. — Ai meu Deus Mika, eu já acordei pará com isso! — jogo o travesseiro nela. — A tá, vá logo tomar banho que você não é herdeira m
Aleksey MarkovicBratva é minha casa. Meu santuário, o único lugar onde uma máquina de matar como eu pertence. É bom estar de volta, depois de tanto tempo afastado, não sei se as sessões de terapia serviram para alguma coisa, os meus demônios ainda estão vivos, mais vivos do que nunca, mas sempre que eu estou perto dela, eles se acalmam. Observo seu corpo lindo e curvilíneo na cama, ela tem o péssimo hábito de se deitar sem roupa na cama, se tiver um louco igual a mim observando ela? Porra! Faz dois anos que eu comecei a ter essa vontade de aprisionar ela. Desde que os nossos caminhos se cruzaram por causa da dela, eu nunca mais esqueci dela. Eu pesquisei tudo sobre ela, nome, idade e tudo relacionado a vida dela. Nome: Yasmin AyalaIdade: Vinte e dois anosFiliação: Mohammed Ayala e Anifa Cristina AyalaTipo sanguíneo: O- Melhores amigas: Mika Volkova e Natasha BedingfieldEscolas médias: Escola secundária Da ManhangaHistórico escolar: Melhor aluna da escola, por quatro anos
Yasmin Ayala Eu sei que ela quer saber de Aleksey, ele nunca fala com ninguém, não sei o que fez ele falar comigo, eu pensei que todos fôssemos um bando de insectos para ele, ainda mais para mim que a minha conta bancária nem sequer serve para comprar a pasta dentifica dele. O que fez ele me convidar para a casa dele, convidar não, ordenar.— Como oi! Eu quero saber o que vocês conversaram! — ela berra como se fosse a dona do mundo, quem ela pensa que é? A dona do universo? A dona do mundo? Eu não devo satisfações a ninguém, como é que ela se atreve a falar assim comigo? Ela pensam que o cartão sem limites dela, a dá poderes sobre todo o mundo. — Eu ouvi Madison, eu não sou surda, eu só estou surpresa, porque você pensa que tem algum tipo de poder sobre todo o mundo nessa escola, eu não sou uma de suas escravas, quer saber o que nós conversamos, vá perguntar para ele então! — eu sei que não devo ser rude com ele. Madison é praticamente a rainha da São Petersburgo, quando ela bem en
Aleksey MarkovicPorra! Esse velho esse velho caquetico está louco ou o quê? Minha boneca sente medo de falar em público, foi uma das razões que fez com ela escolhesse esse curso, ela está trémula e assustada. Ela olha para mim a busca de uma ajuda ou resposta, mas acho que isso não será ao todo mau, é uma óptima oportunidade para mim, é a minha chance de ter ela perto de mim, é a minha oportunidade de manter ela presa ou quem sabe, conquistar ela. — Dezoito horas, na minha casa, não se atrase — a minha voz sai com algumas notas elevadas, preciso me acalmar porra! Saio do laboratório totalmente desnorteado, com um monte de ideias passando pela minha mente, não posso me precipitar, preciso de toda a calma possível para que os meus demônios não tomem meu lugar. Essa pode ser a minha melhor oportunidade para que tudo dê certo entre nós os dois, mas preciso ser mais cuidado ainda, não posso me deixar levar, se eu quiser levar Yasmin para ser completamente minha, preciso que ela confie e
Yasmin Ayala Espero a água ficar quente, não muito quente, mas também não muito fria, uma temperatura aceitável para mim, para que eu não morra de frio e que não me queime também.— Onde será esse trabalho amiga, você está cogitando fazer um trabalho na casa de alguém que você nem sequer conhece? Está quase escurecendo, você não vai sozinha — o modo amiga protetora dela, logo é activo na hora, quando ela começa com as ideias dela, ninguém consegue tirar isso da cabeça dela, ela simplesmente cisma e ponto final, ela cismou. — Ai relaxa, não vai acontecer absolutamente nada comigo, ele não é alguém que deva se preocupar, para ele eu não passo de uma formiga — falo saindo do meu quarto, um pouco apresentável, um conjunto de saia até os joelhos, acompanhada de meias calças térmicas, um body e um sobretudo. — Não vou relaxar, você está louca de fazer uma coisa dessas? Você é uma mulher e nós mulheres precisamos nos proteger — ela continua falando e falando enquanto eu luto com o meu cab