Corremos direto para a cozinha. Lifa estava estirada no chão, com uma jarra de porcelana quebrada ao seu lado. Tanto eu quanto Neandro estávamos apavorados.
Neandro a pegou no colo e colocou em sua cama. Ele pediu para que eu trouxesse um copo d'água. Corri imediatamente, tropecei em meus pés com a pressa e peguei o jarro que estava em cima da mesa, quase furei meu pé com os cacos.
Antes de sair da cozinha, tive que voltar novamente, o jarro era de leite. Peguei
– Onde você conseguiu isso? – Neandro cochichava.– Eu... Eu... Eu... – não sabia o que dizer. – Isso é uma coisa muito grave! – Neandro tomou o objeto da minha mão.– Eu realmente não sei de onde surgiu. – disse assustada.
Assim que peguei minhas coisas fui imediatamente para a sala. Alexis e Neandro estavam sentados, completamente calados.– Nós iremos direto para o castelo? – perguntei. – Não, vamos passar em alguns lugares antes. – ele respondeu sorrindo. – Alexis... – Neandro olhou torto para ele
Estar no meio do mar me fazia muito bem, apesar do medo. Não acreditava no ditado machista que dizia que “mulher em navios dá azar”, mas eu não era qualquer mulher, eu simplesmente era a garota mais azarada do mundo. Apesar de que minha taxa de má sorte estava baixa desde que havia chegado a Monterra. Estava no camarote de Neandro, quando Alexis apareceu. – Está enjoada? – ele debochou.– Pela sua cara já deve ter vomitado umas
No final do terceiro dia eu e Alexis já estávamos enjoados de ver oceano para tudo que é lado. A imensidão azul já não era mais tão bela quanto da primeira vez que vi. Aportamos à noite em Cecia. como previsto. Quando chegamos quase beijei o chão – obviamente não fiz isso, mas agradeci por estar em terra firme e seca.O porto de Cecia não era muito diferente do porto de Nebro. Havia muitos barcos e muitas pessoas – mas ainda não vencia o número de pessoas que usavam o porto da Capital. Neandro parecia conhecer praticamente todo mundo com quem esbarrava. E parecia
O nosso pedaço de terra andou novamente e nos levou de volta para dois caminhos atrás do que já havíamos passado. – Calma Beatriz! – Nicardo colocava a mão em meu ombro.Neandro estava tão chocado quanto eu. Também parecia não saber o que dizer e tinha medo dele estar me culpando, mesmo eu também sentido culpada. O silêncio tomou conta de nosso pedaço de terra, até que Nicardo resolveu por um fim nisto. <
Chegamos ao trem e embarcamos. Havíamos deixado as nossas malas com o corcunda de olho de vidro e acabamos esquecendo-as na fuga. Agora estávamos apenas com as roupas do corpo e alguns crímatos de Neandro e Alexis. – Não acharam estranho pessoas viajando sem bagagem? – perguntei. – Não! – Neandro respondeu calmo – Já estão acostumados com nômades e aventureiros, que sempre acabam perdendo as malas.
Chegamos em Padja bem no finalzinho da tarde, mas, apesar disso, o sol ainda estava bem forte, mesmo o dia não estando mais tão claro. A cidade de Padja era bem diferente das cidades de Nebro e Cecia. Havia um toque diferente, algo sedutor, um clima mais quente. A cidade parecia emanar um híbrido de mistério e sensualidade. As casas da cidade eram todas feitas de tijolos de barro, os telhados eram feitos de um tipo estranho de palha, que parecia bem resistente. Algumas paredes haviam desenhos cheios de formas e cores, me fez lembrar desenhos celtas. A entrada da cidade tinha um grande chão de madeira, que cobria um pouco al&eacut
Não conseguia entender o que meu sonho queria dizer, mas sabia que ele queria me mostrar alguma coisa. Tudo me intrigava: o homem alto, o cometa, a voz, o lobo, as pessoas de capas pretas, a mulher no espelho... Tudo era um mistério e nada parecia fazer sentido, eram como peças de um quebra-cabeça, apenas juntando todos os pedaços para descobrir a imagem que ele esconde.Assim que todos levantaram, Nicardo nos acompanhou até um grande restaurante onde tomamos nosso café da manhã.Último capítulo