No final do terceiro dia eu e Alexis já estávamos enjoados de ver oceano para tudo que é lado. A imensidão azul já não era mais tão bela quanto da primeira vez que vi. Aportamos à noite em Cecia. como previsto. Quando chegamos quase beijei o chão – obviamente não fiz isso, mas agradeci por estar em terra firme e seca.
O porto de Cecia não era muito diferente do porto de Nebro. Havia muitos barcos e muitas pessoas – mas ainda não vencia o número de pessoas que usavam o porto da Capital. Neandro parecia conhecer praticamente todo mundo com quem esbarrava. E parecia
O nosso pedaço de terra andou novamente e nos levou de volta para dois caminhos atrás do que já havíamos passado. – Calma Beatriz! – Nicardo colocava a mão em meu ombro.Neandro estava tão chocado quanto eu. Também parecia não saber o que dizer e tinha medo dele estar me culpando, mesmo eu também sentido culpada. O silêncio tomou conta de nosso pedaço de terra, até que Nicardo resolveu por um fim nisto. <
Chegamos ao trem e embarcamos. Havíamos deixado as nossas malas com o corcunda de olho de vidro e acabamos esquecendo-as na fuga. Agora estávamos apenas com as roupas do corpo e alguns crímatos de Neandro e Alexis. – Não acharam estranho pessoas viajando sem bagagem? – perguntei. – Não! – Neandro respondeu calmo – Já estão acostumados com nômades e aventureiros, que sempre acabam perdendo as malas.
Chegamos em Padja bem no finalzinho da tarde, mas, apesar disso, o sol ainda estava bem forte, mesmo o dia não estando mais tão claro. A cidade de Padja era bem diferente das cidades de Nebro e Cecia. Havia um toque diferente, algo sedutor, um clima mais quente. A cidade parecia emanar um híbrido de mistério e sensualidade. As casas da cidade eram todas feitas de tijolos de barro, os telhados eram feitos de um tipo estranho de palha, que parecia bem resistente. Algumas paredes haviam desenhos cheios de formas e cores, me fez lembrar desenhos celtas. A entrada da cidade tinha um grande chão de madeira, que cobria um pouco al&eacut
Não conseguia entender o que meu sonho queria dizer, mas sabia que ele queria me mostrar alguma coisa. Tudo me intrigava: o homem alto, o cometa, a voz, o lobo, as pessoas de capas pretas, a mulher no espelho... Tudo era um mistério e nada parecia fazer sentido, eram como peças de um quebra-cabeça, apenas juntando todos os pedaços para descobrir a imagem que ele esconde.Assim que todos levantaram, Nicardo nos acompanhou até um grande restaurante onde tomamos nosso café da manhã. Assim que saímos do albergue, pedi para o que Alexis deixou escapar sobre os cristais não nos prejudicar. Mas algo me dizia que não era seguro confiar naquela aspirante à bruxa da Elma. Pegamos um navio – outra vez – e seguimos para Zoira. Neandro disse que a distância de Padja para Zoira era bem menor em consideração a de Nebro para Cecia. Nicardo conseguiu trocar uma parte das joias por crímatos. Não sei como ele conseguiu trocar tanto dinheiro sem que desconfiassem, mas para evitar confusão compramos passagens de 3 – Espere – Neandro parecia não ter entendido – Como assim? – Ele veio, pediu o cristal e eles deram. Simples assim! – Selena estava muito nervosa. – Mas... Mas... – Neandro estava inconformado. – O que vamos fazer agora? – perguntei. 16. A Misteriosa Fugitiva e a Caverna das Águas
17. A Inútil Invasão ao Castelo de Zoira
O guarda ficou surpreso ao ver um grupo de adolescentes – com exceção do Neandro – querendo fazer uma assembleia com o rei. Ele pareceu bem intrigado com a veracidade da história e Nicardo confirmou isso em pensamento. Neandro retirou de dentro de sua camisa um brasão, com a marca da família real de Nebro. Eu já havia visto aquele brasão com Neandro outras vezes, mas nunca tinha dado importância. – Por favor, queiram entrar! – o guarda parecia constrangido. A noite havia sido a mais terrível que já passamos. Acabamos perdendo tanto tempo em busca do cristal de Zoira que nem tivemos tempo de arrumar um lugar para dormir. E as noites em Zoira não eram nada piedosas, pelo contrário, eram frias – literalmente. – E-e-e-e ago-go-go-ra? O-o-o-nde va-va-mos fica-ca-car? – perguntei tremendo até o queixo. – N-n-n-não se-se-sei. – Neandro não era nada reconfortante. 19. Dúvidas, Brigas e um Bêbado Monayano