Não conseguia entender o que meu sonho queria dizer, mas sabia que ele queria me mostrar alguma coisa. Tudo me intrigava: o homem alto, o cometa, a voz, o lobo, as pessoas de capas pretas, a mulher no espelho... Tudo era um mistério e nada parecia fazer sentido, eram como peças de um quebra-cabeça, apenas juntando todos os pedaços para descobrir a imagem que ele esconde.
Assim que todos levantaram, Nicardo nos acompanhou até um grande restaurante onde tomamos nosso café da manhã.
Assim que saímos do albergue, pedi para o que Alexis deixou escapar sobre os cristais não nos prejudicar. Mas algo me dizia que não era seguro confiar naquela aspirante à bruxa da Elma. Pegamos um navio – outra vez – e seguimos para Zoira. Neandro disse que a distância de Padja para Zoira era bem menor em consideração a de Nebro para Cecia. Nicardo conseguiu trocar uma parte das joias por crímatos. Não sei como ele conseguiu trocar tanto dinheiro sem que desconfiassem, mas para evitar confusão compramos passagens de 3 – Espere – Neandro parecia não ter entendido – Como assim? – Ele veio, pediu o cristal e eles deram. Simples assim! – Selena estava muito nervosa. – Mas... Mas... – Neandro estava inconformado. – O que vamos fazer agora? – perguntei. 17. A Inútil Invasão ao Castelo de Zoira
O guarda ficou surpreso ao ver um grupo de adolescentes – com exceção do Neandro – querendo fazer uma assembleia com o rei. Ele pareceu bem intrigado com a veracidade da história e Nicardo confirmou isso em pensamento. Neandro retirou de dentro de sua camisa um brasão, com a marca da família real de Nebro. Eu já havia visto aquele brasão com Neandro outras vezes, mas nunca tinha dado importância. – Por favor, queiram entrar! – o guarda parecia constrangido. A noite havia sido a mais terrível que já passamos. Acabamos perdendo tanto tempo em busca do cristal de Zoira que nem tivemos tempo de arrumar um lugar para dormir. E as noites em Zoira não eram nada piedosas, pelo contrário, eram frias – literalmente. – E-e-e-e ago-go-go-ra? O-o-o-nde va-va-mos fica-ca-car? – perguntei tremendo até o queixo. – N-n-n-não se-se-sei. – Neandro não era nada reconfortante. 19. Dúvidas, Brigas e um Bêbado Monayano
Levamos o rapaz até a praça e o colocamos sentado em cima de um banco. Precisávamos saber exatamente o que aquele rapaz queria com Leone e – principalmente – se ele sabia algo sobre como encontrá-lo.– Ei, acorde! – eu disse dando uns tapas de leve em seu rosto. – Será que ele está morto?– Acho que não. – Neandro levantou uma sobrancelha – Ainda está respirando.
Não era de se espantar que no dia seguinte eu estivesse um caco – tanto emocional, quanto físico – depois de uma noite como aquela. Tentei não pensar muito no que havia acontecido, mas era impossível. Queria fazer as pazes com Alexis, mas ainda temia qualquer coisa que ele poderia vir a dizer para mim.Sai do quarto e fui para o imenso quintal que havia nos fundos da mansão. Na verdade aquilo não era um quintal, muito menos o que eu entendo de fundo de casas, aquilo era quase um pequeno parque aquático. Acordei bem cedo e muito cansada. Eu havia desmaiado e não sabia explicar exatamente o motivo. Melhor, o motivo eu sabia – invadi as lembranças de Nicardo –, só não sabia por que isso havia me feito desmaiar.O dia começava a clarear. Os seres não haviam dormido – acredito que nem façam isso – e começavam a subir para as árvores. Provavelmente não iria demorar muito para o dragão sair em busca de comida. – Como assim presos? – Tales gritou. – Estão todos presos por crime de sequestro! – um dos homens disse. – Que sequestro? – Tales ria – Isso é pegadinha? – Algemem todos! – o homem que estava na frente da porta ordenou. Último capítulo22. O Chá, O Templo e o Dragão
23. Presos & Fugitivos