Cavalgar com Alexis – da forma correta – até que não era ruim. Ele sabia comandar muito bem seu cavalo e a viagem foi quase uma experiência relaxante.
A primeira coisa que notei quando os portões se abriram foi a belíssima paisagem.
A estrada que levava até a cidade era formada por pequenas pedras redondas que pareciam ter sido coladas ali. Havia arbustos e árvores, e algumas flores também e um banco feito de madeira.
Quando nos aproximamos da cidade, um sentimento de medo e excitação dominou completamente o meu corpo. Era quase como nos filmes de dragões, uma belíssima cidade medieval, mas com um toque diferente que não sabia identificar.
As casas eram quase todas parecidas: pelo menos dois andares, várias janelas brancas de telhados vinho, chaminés com duas saídas para fumaça e portas bem altas. Algumas havia janelas para o que provavelmente deveria ser o sótão, outras pareciam fazer um “L’ caso fosse vista de cima, mas todas eram belíssimas e me fazia sentir em um sonho.
Mais ao fundo, pude ver o grande – que agora estava maior ainda – relógio. Notei também que havia uma grande porta na torre do relógio. Vi duas grandes torres que não tinha visto no quarto do castelo, todas seguindo as cores da cidade, e uma casa bem grande, com um sino em uma pequena torre que ficava no telhado. Provavelmente deveria ser a igreja.
As ruas eram largas, mas não muito. Suas estradas eram todas feitas de uma pedra com um tom bem claro de azul, diferente de todas as pedras que já havia visto. Eram grandes e foscas, mas também delicadas, parecia um mosaico.
Comecei a reparar melhor nas pessoas. Era totalmente surreal! Nem nos meus sonhos mais bizarros eu vi algo parecido.
Haviam muitas pessoas, todas vestidas com roupas parecidas com as minhas e as de Alexis. Havia uma moça com uma capa azul, uma blusa rosa clara e uma calça vermelha. Reparei também em um rapaz de cabelos loiros, que vestia um tipo de uniforme escolar. Era uma camisa grande e azul claro, com detalhes na borda da manga de azul escuro e a calça também azul clara. Havia uma moça loira, muito bonita, com uma tiara verde no cabelo e um vestido branco e verde, com detalhes em amarelo. Mas não foi isso que me assustou.
Além das pessoas, haviam também criaturas estranhas. Eram lobos andando sob duas pernas e vestidos com uma camisa preta, ombreiras, um cinto preto, uma calça de tecido grosso e marrom, com espadas guardas em um suporte nas costas. Tinha também um peixe gigante, com pernas e que falava e uns seres de pedra. Havia um gato que era do tamanho de um homem e andava com roupas pretas, com detalhes listrados de vermelho e luvas, com um brinco na orelha.
– São seres errantes! – Alexis falou em um tom tão baixo que quase não pude ouvi-lo. – Ninguém sabe quando, nem como eles apareceram em Monterra, a única coisa que se sabe é que não podemos confiar plenamente neles.
Continuamos andando pelas estradas lotadas e eu continuei achando seres curiosos no decorrei do “passeio”.
Vi uma pequena moça, de cabelos vermelhos e um vestido longo rosa, com algo pendurado nas pequenas tranças – três ou quatro tranças – e com orelhas de gato.
– São cecianos! – novamente Alexis falou baixo – Os habitantes dos reinos do continente sul são bem “diferentes” dos habitantes dos reinos do continente norte.
– Por quê? – mantive o mesmo tom de voz dele.
– Há muitos anos os habitantes do continente sul se envolveram com seres errantes. – ele respondia sem olhar para mim – Era de se esperar que o resultado fosse esse! Com o tempo cada reino do continente sul conseguiu adquirir características próprias. Vê o rabinho dela?
Reparei melhor e vi que ela realmente tinha um rabinho, igual a de um gato, porém vermelho. E vi também grandes unhas quando ela mexeu em uma de suas tranças. Ri baixo e Alexis me acompanhou. Era a primeira vez que o via com um sorriso leve, sem nenhuma maldade ou deboche.
O último ser que reparei, foi o ser que fiquei mais intrigada. Apesar de estar um pouco escuro – e ele com uma capa que cobria todo o seu corpo e um lenço que tapava sua boca e nariz – pude notar algumas características curiosas. Seu cabelo, loiro claro e liso, estava caído sobre os olhos azuis, e estavam fitando algumas frutas enquanto passávamos ao seu lado. Sua pele parecia meio avermelhada e ele tinha a aparência de sujo, como se fosse feito de pedra.
– O que é aquilo? – falei baixo e apontei com os olhos.
– Não fique fitando-o! – ele foi mais grosso desta vez – Deve ser um padjiano!
– Padjiano? – perguntei para mim mesma.
– Do reino de Padja! – ele respondeu em um tom debochado – Eles não são pessoas muito sociáveis, a família real do reino de Padja já fez negócios com a minha família. Eles eram um pouco “estranhos”.
– Estranhos? – novamente perguntei para mim mesma.
– Eles costumavam falar pouco e pareciam estar sempre desconfiando de alguma coisa. Fora o jeito, sempre sérios. – ele voltava a me responder com mais delicadeza.
Apesar do aviso, continuei fitando aquele ser misterioso. Era como se tivesse ficado hipnotizada com a sua presença. Algo nele me deixava instigada em observá-lo.
Quando parei de olhar, tive a sensação de que agora eu estava sendo observada. Era uma sensação apavorante. Olhei para trás para conferir. Como suspeitava. Agora ele era quem me fitava. Estava parado, no meio da estrada, olhando para mim. Algo parecia me dizer que eu o veria novamente.
– Estamos quase chegando! – ele sussurrou.
– Estamos? – estava meio zonza com o ser encapuzado.
– É surda? – estava bom demais para ser verdade.
Ignorei. Como estava fazendo quase sempre. Manter-me calada era a melhor estratégia que encontrei. Minha situação havia melhorado, não queria que pudesse voltar ao “vou lhe cortar a cabeça”. Definitivamente o Alexis não pode conhecer a Rainha de Copas.
Um barulho horroroso chamou a atenção de algumas pessoas para mim. Era a minha barriga. Infelizmente estava morta de fome, provavelmente devido ao fato de ter ficado o dia inteiro com um bolo e meio suco de morango com hortelã na barriga.
– O que estas fazendo? – Alexis sussurrou entre os dentes.
– Estou com fome! – respondi sussurrando – Desculpe, mas eu não controlo isso!
– Vai deixar a mocinha com fome? – uma voz firme e misteriosa surgia por de trás de nós.
Virei para ver quem perguntava e levei um grande susto. O rapaz de capuz estava poucos centímetros do cavalo de Alexis. Ele havia retirado o lenço e pude notar melhor o seu rosto.
Apesar da aparência bruta, ele tinha um rosto muito bonito. Seu nariz era pequeno, ao contrário do que imaginei, e sua boca era levemente grande. O rosto dele era menos avermelhado do que aparentou da primeira vez que o vi e seu cabelo não era loiro claro, era branco. Apenas os olhos continuavam exatamente como havia visto: azuis!
– Vai deixar a mocinha com fome? – ele perguntou novamente e se aproximou um pouco mais.
– O que tem com isso? – enfim Alexis dividiu a arrogância que guardava para mim com alguém.
– Nada. – ele continuou se aproximando – Só acho um tanto grosseiro deixar uma bela moça com fome!
Ele se aproximou um pouco mais e pude vê-lo tocando em minha mão. Era uma maçã. A aparência era um pouco estranha, parecia mais um coração sem o formato triangular do fim, mas era tão vermelha e apetitosa quanto uma maçã.
– Pode comer, não tenha medo! – o rapaz sorriu encantadoramente. Fiquei sem ação.
Alexis me fitou, olhou para o rapaz e em seguida acenou com a cabeça. Era um sim. Poderia comer a maçã – ou o que quer que fosse.
– Obrigada! – agradeci.
– Tente ser mais cavalheiro com essa bela moça! – o rapaz parecia calmo.
Alexis fez uma careta e seguiu em frente, ignorando completamente o rapaz.
Apesar da aparência, a fruta estava realmente apetitosa. O gosto lembrava um pouco maçã, mas parecia também com o gosto do morango e levemente o gosto de banana. Era quase como uma vitamina de frutas, faltou apenas o mamão para ficar do jeito que eu gosto.
– Não gostei daquele rapaz! – não sabia se Alexis tinha dito isso para mim ou para ele mesmo.
– Eu achei um rapaz muito simpático e educado, diferente de certas pessoas que conheço! – fiz uma indireta. Ele entendeu na hora.
– É mesmo uma insolente! – Alexis fitou-me com raiva.
– E você é um grosseiro! – rebati.
– Plebeia atrevida! – ele devolveu.
– Príncipe metido e grosseiro! – acrescentei.
– Me deixa... – Alexis respirou fundo antes de continuar.
– Eu te deixo nervoso? – continuei provocando – Neste caso, estamos quites!
– Diga-me o motivo de ser tão insuportável? – ele parou o cavalo.
– Eu sou insuportável? – me indignei – Olha aqui seu principezinho...
Soltei-me da cintura de Alexis. O ódio subiu a minha cabeça, enquanto eu acabei descendo ao chão.
O tombo era inevitável, eu sou mestre em me desequilibrar. Bati com a cabeça. Que dor!
Não tenho certeza se fiquei desacordada ou se apenas fechei e abri os olhos, mas eu sei que a última coisa que me lembro depois de ter ido ao chão, foi-me ver no colo de Alexis.
– Plebeia? Plebeia? Plebeia? – ouvi a voz de Alexis – Beatriz?
– Alexis? – fingi estar ainda desacordada – Eu morri ou você está realmente me chamando pelo nome?
Ouvi um suspiro que pareceu um alivio, depois vi uma cara feia se formando no rosto de Alexis e se dirigindo a mim.
– Seja mais cuidadosa plebeia! – ele não foi tão duro desta vez – Poderia ter se machucado seriamente. E a responsabilidade cairia sobre meus ombros!
– Pare de reclamar! – disse com uma voz meio “grogue”.
– Nós já chegamos, ouviu? – ele falou baixo – Por isso, trate de se levantar e recobrar todos os sentidos!
Balancei a cabeça e dei dois tapinhas no rosto. Notei que não estávamos no cavalo. Estranhei, mas não quis perguntar nada.
Nós estávamos parados em uma casa toda feita de madeira, de cores branca e marrom. Havia um cercado em volta de toda a casa, com uma escada também de madeira. A casa tinha uma entrada triangular, seguindo o formato do telhado e ao fundo havia uma imensa árvore.
Tinha também uma estrada de madeira, seguindo até a escada. O restante era um belo gramado, mais ao fundo arbustos e perto da casa um canteiro de flores.
– Está é a casa de Neandro, meu irmão mais velho. – notei certo desdém na voz de Alexis. – Vamos seguindo!
Olhei para trás e notei que estávamos bem longe da cidade. Vi as luzes, bem distante, mas não reconheci o caminho que tínhamos passado.
– Alexis? – perguntei. Alexis bateu na porta – Eu fiquei quanto tempo desacordada?
– Pelo menos 20 minutos! – me surpreendi com a resposta.
– Mas eu me sinto tão bem, não pareço ter feito uma viagem deitada em um cavalo! – comentei por comentar.
– Provavelmente seja pelo fato de não ter viajado deitada em um cavalo. – ele bateu a porta novamente. Vi que havia vários guardas, longe, cercando a casa. – Eu lhe carreguei no colo. – ele parecia constrangido.
– Durante 20 minutos? – estava espantada. A porta se abriu.
Quem atendeu a porta foi uma belíssima mulher. Uma das mais belas que já havia visto.
Sua aparência era doce e delicada, mas ao mesmo tempo forte e decidida. Sua pele branca parecia porcelana, seus cabelos eram longos e loiros e seu corpo era incrivelmente lindo. Mas nada se comparava aos seus olhos. Eram os olhos mais marcantes e belos que já havia visto. Eram de um azul irreal, extremamente perfeitos, eles eram muito expressivos. Notava, apenas neles, uma grande garra e determinação, pareciam olhos de uma guerreira, mas eram também misteriosos e cheios de sedução. Emanavam um hibrido de inocência e sensualidade, mas tudo isso estava ofuscado por uma grande tristeza.
– Príncipe Alexis?! – a moça parecia estar muito surpresa com a visita.
– Vim falar com Neandro! – a voz de Alexis estava afogada em desprezo.
– Entre, por favor! – a voz da moça era incrivelmente bela. Era uma voz poderosa, mas estava intimidada e totalmente submissa a presença de Alexis.
– Sente-se! – seus belos olhos pareciam ter medo de encarar o rosto de Alexis.
– Obrigado, mas prefiro manter-me de pé! – Alexis parecia não gostar nenhum pouco da moça.
– Neandro foi a Koram, já tem cerca de um mês! – ela parecia constrangida em estar sentada – Não tomou conhecimento desta viajem, presumo.
– Sabe que o que Neandro faz não é de meu interesse! – a indiferença de Alexis para com aquela moça estava me cortando o coração.
– Gostaria de deixar o recado comigo? – a moça fitou-me rapidamente.
– São assuntos estritamente pessoais! – Alexis continuava a tratar a moça com dureza. Não aguentei.
– Pare com isso! – gritei. A moça arregalou seus belíssimos olhos, que pareciam estar prontos para engolir alguém na sua imensidão azul. Ela estava muito espantada.
– Cale-se plebeia insolente! – Alexis foi mais rude do que de costume.
– Não me mande calar a boca! – a cada resposta que dava, as expressões de horror e espanto da pobre moça aumentavam.
Alexis bufou e quase pude sentir suas mãos em meu pescoço. Ele respirou fundo e fechou os olhos.
– Meu pai pediu para trazer esta moça para este lugar! – ele tentava manter a calma – O nome dela é Beatriz...
– Misse! – completei.
– O que? – ele olhou intrigado.
– Meu nome completo é Beatriz Misse! – sorri inocentemente. Ele me ignorou.
– Ela ficará aqui. – Alexis continuou – Não estranhe caso se depare com guardas escondidos em sua propriedade, eles estão protegendo-a.
– Mas... – ela tentou falar.
– Não me faça perguntas. Não há necessidade de que dirija a voz para mim. – Alexis estava me deixando nervosa.
– Pare de tratar a moça desta forma Alexis! – gritei.
– Não me de ordens! – Alexis gritou.
– Não grite comigo! – estava a um passo de chora, mas sabia que não podia.
– Insolente! – o silêncio tomou conta do local. Após esse grito, apenas um eco “insolente” pode ser ouvido.
Desta vez ele não havia apenas gritado. Ele não havia apenas sido grosseiro ou arrogante. Desta vez ele havia sido aterrorizante.
Encolhi-me e segurei o choro. Sem dúvida não era um príncipe que estava na minha frente, era um monstro. É o pior de tudo, não havia entendido o motivo dessa alteração tão brusca de humor.
– Cuide bem dela! – Alexis quebrou o silencio – Quando Neandro voltar peça para um dos soldados para que avise a mim ou ao meu pai. Com licença!
Alexis saiu e deixou um clima sombrio pairando pela casa. Era um clima frio e mórbido junto com um silêncio que ninguém parecia ter coragem de quebra. Mas nada me intrigava mais do que o fato do meu coração estar totalmente despedaçado, completamente decepcionado. Por quê?
Poucos segundos após Alexis sair, deixei-me vencer pela dor que estava invadindo o meu peito. Chorei de uma forma como nunca havia chorado e desejava – mais que nunca – estar em casa, no meu quarto. O único lugar realmente seguro para mim.
Senti alguém me abraçando e voltei a lembrar que não estava sozinha. A moça estava ajoelhada, segurando meus ombros e encostando minha cabeça em seu colo. Só então percebi que estava no chão. – Não fique constrangida, eu já o conheço há muito tempo! – a moça parecia entender exatamente o que eu estava sentindo. – Acho que nem tivemos a oportunidade de nos apresentarmos? Meu nome é Lifa! Meu despertar no dia seguinte não foi muito diferente do dia anterior. Acho que ainda demoraria um pouco para me acostumar de que não estou mais em casa. O café da manhã foi tão saboroso quanto o da manhã anterior – talvez até mais – e eu começava a me apegar aquela casa como se fosse minha, mesmo estando há tão pouco tempo nela. – Beatriz? – Lifa me chamava com a delicadeza de uma rainha – Venha, p06. O Cristal de Damares
Corremos direto para a cozinha. Lifa estava estirada no chão, com uma jarra de porcelana quebrada ao seu lado. Tanto eu quanto Neandro estávamos apavorados. Neandro a pegou no colo e colocou em sua cama. Ele pediu para que eu trouxesse um copo d'água. Corri imediatamente, tropecei em meus pés com a pressa e peguei o jarro que estava em cima da mesa, quase furei meu pé com os cacos. Antes de sair da cozinha, tive que voltar novamente, o jarro era de leite. Peguei
– Onde você conseguiu isso? – Neandro cochichava.– Eu... Eu... Eu... – não sabia o que dizer. – Isso é uma coisa muito grave! – Neandro tomou o objeto da minha mão.– Eu realmente não sei de onde surgiu. – disse assustada.
Assim que peguei minhas coisas fui imediatamente para a sala. Alexis e Neandro estavam sentados, completamente calados.– Nós iremos direto para o castelo? – perguntei. – Não, vamos passar em alguns lugares antes. – ele respondeu sorrindo. – Alexis... – Neandro olhou torto para ele
Estar no meio do mar me fazia muito bem, apesar do medo. Não acreditava no ditado machista que dizia que “mulher em navios dá azar”, mas eu não era qualquer mulher, eu simplesmente era a garota mais azarada do mundo. Apesar de que minha taxa de má sorte estava baixa desde que havia chegado a Monterra. Estava no camarote de Neandro, quando Alexis apareceu. – Está enjoada? – ele debochou.– Pela sua cara já deve ter vomitado umas
No final do terceiro dia eu e Alexis já estávamos enjoados de ver oceano para tudo que é lado. A imensidão azul já não era mais tão bela quanto da primeira vez que vi. Aportamos à noite em Cecia. como previsto. Quando chegamos quase beijei o chão – obviamente não fiz isso, mas agradeci por estar em terra firme e seca.O porto de Cecia não era muito diferente do porto de Nebro. Havia muitos barcos e muitas pessoas – mas ainda não vencia o número de pessoas que usavam o porto da Capital. Neandro parecia conhecer praticamente todo mundo com quem esbarrava. E parecia
O nosso pedaço de terra andou novamente e nos levou de volta para dois caminhos atrás do que já havíamos passado. – Calma Beatriz! – Nicardo colocava a mão em meu ombro.Neandro estava tão chocado quanto eu. Também parecia não saber o que dizer e tinha medo dele estar me culpando, mesmo eu também sentido culpada. O silêncio tomou conta de nosso pedaço de terra, até que Nicardo resolveu por um fim nisto. <