Quando entrei em casa, eu estava com várias coisas na cabeça. Por que essas mudanças de atitude? Por que as vezes tão confiante e as vezes tão tenso? Por que ele me beijava de formas tão distintas?
Entrei no quarto e por um momento tomei o maior susto com Sam deitado na minha cama. Eu havia esquecido completamente da sua presença na minha casa aquela noite.
Ele estava dormindo de barriga para cima, com um braço acima da cabeça. Seus lábios estavam entreabertos e o cabelo espalhado pelo meu travesseiro. Parecia completamente relaxado, entregue ao sono mais profundo.
Eu n&
A semana seguinte começou a desenhar uma nova rotina na minha vida. Me encontrei com Muriel todas as noites, apenas para dar algumas voltas de carro e conversar um pouco, e claro, também trocar uma série de beijos, antes de ele me levar para casa cedo. A parte estranha foi que Sam pareceu estar se afastando um pouco com a desculpa de que estava precisando estudar. Ele já era veterano e nunca tinha ficado tão distante para estudar. Quando a quinta feira chegou, fui direto do trabalho para a casa de Sam depois de ter duas chamadas não atendidas. Algo parecia estar errado e eu precisava descobrir o qu
O jantar daquela noite foi realmente muito parecido com o da última vez que estive na casa do meu namorado. A mesa posta, a música suave... Todo um ambiente muito íntimo e romântico. Muriel estava cheio de confiança novamente, me lançando olhares que faziam arrepios correrem pela minha pele. Havia algo no ar, e nenhum de nós estava falando, uma tensão e um pouco de ansiedade pelo que viria a seguir. Não hesitei quando ele levantou da mesa, e logo estávamos nos atracando no sofá. Seu corpo mais uma vez pesava sobre o meu, e a minha mente estava longe, deixando que o corpo decidisse o que queria sentir naquele momento.&n
Comecei a hiperventilar. Gêmeos? - Sarah? – Sam se inclinou na minha direção – Você está muito branca. – sua mão tocou meu rosto – E muito gelada. - Me tira daqui. – pedi afundando no banco. - Sarah, eu preciso arrebentar alguém hoje. – ele retrucou, exalando raiva – É só me dizer, nem precisa me acompanhar. - Sam, por favor. – implorei com uma nova onda de lágrimas.&n
Quando acordei no meu quarto, as memórias da noite anterior começaram a pipocar na minha mente imediatamente, fazendo meus olhos marejarem. Eu não sabia o que era mais difícil de lidar. As mentiras de Muriel ou a declaração de Sam? Parecia que eu estava dentro de um furacão, rodando sem rumo e sem ter onde me segurar. Peguei meu celular, mas não havia absolutamente nada nele. O que eu esperava? Um contato de Muriel, algo que pudesse explicar tudo? Ou Sam? Não importava, porque não havia nada de nenhum dos dois. Ou eu deveria dizer três? Tentei buscar na minha mente
Em um instante os dois viraram um bolo de corpos no chão e eu gritei. Sam parecia estar em vantagem e, embora Muriel merecesse cada soco, eu não queria que nada da minha casa fosse destruído. - Parem! – gritei, sem saber como pará-los – Parem! Agora! Sam o largou primeiro, com uma expressão selvagem no rosto e sangue escorrendo do canto da boca. Eu nunca tinha visto meu melhor amigo desse jeito... - Sarah... – Muriel se levantou do chão com a camiseta rasgada – Por favor, me lig
Na segunda feira eu parecia incapaz de me manter focada no trabalho. Tinha cometido tantos erros que Luana tinha chamado minha atenção duas vezes, a segunda já com a paciência no fim. Para ajudar, o celular não parava de vibrar no meu bolso, me fazendo ficar cada vez mais agoniada. Era Muriel, eu tinha certeza, mesmo que depois da terceira vez eu tivesse parado de olhar. Eram cerca de três horas da tarde quando escutei uma comoção na loja. Preocupada que fosse alguma briga com clientes, andei rapidamente até a frente. Fiquei completamente surpresa com que vi. Muriel e Marcos discu
Não saí do quarto até a quarta feira. Estava completamente deprimida, sem vontade de falar com ninguém, e tinha desligado o celular para que parasse de vibrar com as ligações de Muriel. - Sarah? – minha mãe bateu na porta suavemente, depois a abriu. O quarto estava completamente escuro, todas as luzes apagadas e as janelas com as cortinas fechadas. Eu só queria me amontoar embaixo das cobertas. - Oi, mãe. – revirei na cama, para poder olhá-la. - Sei que est
Encarei o teto do meu quarto enquanto sentia a respiração de Sam no meu pescoço ir normalizando aos poucos. Eu percebia o suor se acumulando entre nossas peles e a sua mão apertando suavemente minha cintura, e não queria me mover para não acabar com a magia da situação. Poucos minutos depois Sam tirou a mão de mim para apoiar na escrivaninha e separou nossos corpos suavemente. Sua expressão era de plenitude, mas ainda havia algo que demonstrava que ele quase não acreditava que havia mesmo acontecido. Nós nos encaramos e finalmente a realidade da situação caiu sobre mim. Aquele era meu melhor amigo, uma das pessoas mais importantes de toda minha v