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Cansado e moído, o CEO se perguntou quando a filha deixaria de espernear. 

Não queria mamadeira, não queria dormir, já lhe havia trocado a frauda e dado um banho. O quê mais ele poderia fazer?

Em fim, dizem muito “ tal pai, tal filho” e isso realmente os caía como uma luva, pois Charlotte era tão difícil quanto Christopher.

O CEO sentiu o estômago arder e resolveu descer à cozinha para investigar a geladeira. Parou as escadas percebendo a porta de entrada se abrir, e por fim fechar, já com a secretária do lado de dentro.

— Não devia estar andando por aí senhor, não vai se recuperar se não descansar. 

— Cuido sozinho dos meus assuntos. — Respondeu terminando de descer os últimos degrais.

— Sim, posso ver. Mas também posso ver quê estar cansado e esta princesa... — Se aproximou acariciando a cabeça da pequena, em um berreiro no colo do pai. — Não tem culpa de nada, não devia estar chorando.

A intromissão havia acabado com seu humor, não gostava de críticas e não aceitava ajuda a não ser a de Louise. O que uma secretária tinha de tão importante, para vir lhe dizer tais coisas? 

— Porque está aqui? 

— Prometi a sua irmã, cuidá-lo. — Respondeu  Alyssa cruzando os braços.

— Não preciso, vá. 

— Olha, não ligo se quiser me demitir, mas isso tá entalado aqui. — Ela levou a mão a garganta e sua paciência estava estourada.

— Se continuar aqui, é exatamente o quê vai acontecer.

— Já que é assim, aí vai. — Respirou fundo. — Este seu mau humor e jeito explosivo de lhe dar com as coisas não resolvera nada, além disso, aceitar a ajuda de outras pessoas não mata nem fere, então se realmente se importar com a sua filha, vou ficar.

Ele não gostou, mas ela tinha a razão, mau estava se aguentando e não podia dar conta de Charlotte sozinho. Já Alyssa sabia que havia o convencido e esticou os braços para pegar a pequena do colo do pai.

— Não, eu posso carregá-la.

— Está cansado. Vá se deitar e deixa que eu dou conta. — Pegou Charlotte do colo do pai, e a garota que até o momento passava de uma crise de choro a outra, de repente calou-se.

— Tome cuidado, ela não é qualquer criança. 

— Todas as crianças são diferentes, eu sou mãe e sei muito bem disso. — Respondeu a secretária causando uma surpresa no olhar do CEO.

— Como?

— Tenho um filho também, quatro meses. Se chama Bernardo, mas o chamo de Beni. 

Ouvi-la dizer aquilo, para ele soava tão incrível. Não era do tipo que sabia tudo sobre seus funcionários, mas o básico como o fato dela ter um filho deveria estar em sua ficha no RH, apesar de quê nos últimos meses ele esteve tão aéreo quem nem se quer leu com atenção seu currículo.

Para não socializar demais, Christopher subiu as escadas, se sentindo um pouco mais despreocupado em deixar Charlotte pela primeira vez nas mãos de estranhos.

A menina era tudo para ele, sua vida e seu mundo. Era certo que nunca amou a mãe da menina, Cecília preferia farra e diversão, foi um milagre a filha ter nascido com saúde. Sua felicidade foi plena ao ganhar a guarda da pequena.

Era difícil, ver sua garotinha tão bem, no colo dela. Antes que terminasse de subir as escadas, Alyssa o chamou.

— Senhor, já passam das oito, e minha babá não costuma ficar além das oito e meia.

— E o quê tem? — Respondeu frio.

— Posso pedir que ela traga meu filho aqui?

— Não me importo. — Deu de ombros desaparecendo no segundo andar.

Por outro lado, Alyssa desapareceu na cozinha e aproveitou para ligar. A senhora era um amor de pessoa, mas ela não queria abusar e pediu que trouxesse seu bebê até o endereço do seu CEO.

Passou um tempo preparando a sopa, e se perguntou se ele comia legumes, já tinha pedido algumas vezes o almoço para ele no escritório e nem se quer uma vez pediu salada ou legumes.

— Um tiro no escuro, mas isto está tão bom que duvido que ele não coma. — Disse a si mesma provando um pouco do caldo. 

[...] 

Se preparando para subir com a sopa, deixou Charlotte no bebê conforto que encontrou na sala e subiu com a bandeja.

Bateu na porta do quarto antes de entrar, mas sem resposta, pensou que ele tivesse voltado a dormir.

Entrou e não o encontrando na cama, deixou a bandeja sobre o criado mudo. E ao dar um passo atrás, deu de costas com um CEO, totalmente nu.

— Ah! — Gritou se afastando do homem e ao mesmo tempo o fazendo cair para trás.

Ele também gritou, e tateando tudo ao seu redor, agarrou a coberta da cama.

— Por quê está sem roupa! Por acaso está louco?

— Porque está no meu quarto e gritando comigo? Você é quem está louca. — Disse Christopher levantando de olhos fechados.

Vendo a situação e com tudo quê estava no caminho, mesmo apreensiva, Alyssa decidiu ajudá-lo e assim se levantou.

— O quê aconteceu?

— Deixei shampoo cair no olho, vim pegar a toalha que esqueci e encontrei uma enxerida no meu quarto. — Respondeu jogando a culpa sobre Alyssa.

— Em primeiro lugar, sinto muito por ter entrado assim, mas eu bati na porta.

— Claro. — Resmungou ele.

— Em segundo. Não sou enxerida, vim deixar uma tigela de sopa para repor suas energias, e um senhor desorientado tombou com minhas costas.

— Desorientado? Cuide suas palavras.

— É o senhor quem... — Antes quê pudesse terminar, a campainha toca e parece que não é a primeira vez.

— Não vai ver quem é? — Perguntou o CEO se agarrando a coberta e tateando o caminho de volta ao banheiro.

— Estou indo. — Respondeu deixando de lado o CEO e seu magnífico comportamento.

Desceu as escadas e ao atender a porta, o filho esticou os bracinhos ao vê-la. 

— Meu filhote. — Beijou as bochechas do pequeno e o abraçou contra seu peito. — Obrigada Sra. Eliza, e desculpe-me fazê-la vir até aqui.

— Sabe que pode contar comigo, boa noite Alyssa.

— Boa noite. — Se despediu, deixando a senhora ir.

Fechou a porta, e deixou o bebê conforto de Beni perto do de Charlotte, tão pronto os bebês se viram, se agarravam pelas mãozinhas e faziam sons inteligíveis um para o outro.

— É o início de uma amizade aqui? — Riu Alyssa do entrosamento espontâneo das crianças.

— Parece que sim. — A voz de seu chefe, atrás dela a fez se sentir desconfortável relembrando o de a pouco.

— Pra trás. — Pediu passando por ele, com mais espaço para não encostar.

Ele riu em silêncio, gostou de vê-la desconfortável, para ele pareceu engraçado. 

Sentou-se ao lado das crianças no sofá, e começou a brincar com eles. Charlotte que antes nunca foi muito com a cara do pai, pareceu mais relaxada. 

— Comeu?! — Gritou Alyssa de outro cômodo.

— Sim. — Respondeu procurando de onde ela vinha.

Logo em seguida ela surgiu do quarto de Louise que ficava no primeiro andar, com um termômetro.

Entregou para o maior, e esperou em silêncio até que a temperatura fosse tirada.

— Trinta e oito, está de brincadeira?

— O quê?

— Era para estar repousando, o que aconteceu hoje não foi para se ignorar. — Alyssa falou de forma tão séria, que ele nem ousou retruca-la. — Vamos subir e você vai deitar.

Em silêncio subiu as escadas, acompanhado dela. Se deitou e mais do quê de pressa Alyssa depositou compressas frias em sua testa.

— Vai abaixar logo, mas tem que descansar.

— As crianças estão lá embaixo. — Disse Christopher.

— Louise está chegando, ela disse que ficará com eles até sua febre abaixar. 

— Como assim? Falou com ela?

— Trocamos telefones.

— Ótimo. — Resmungou o CEO.

Para Alyssa ele poderia até ser Insuportável por fora, mas ela podia enxergá-lo por dentro, supunha quê haviam motivos e ele não estava bem. 

Continua...

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