Calcei as sapatilhas simples de balé. Em seguida, peguei o controle remoto do pequeno aparelho de som que eu sempre mantinha no canto da parede.Avancei até a segunda música, escolhendo Nothing Else Matters, do Apocalyptica, e aumentei o volume para abafar o ruído do lado de fora, largando o controle e meu celular sobre a mesa.A batida marcou um, dois, três, quatro e cinco, e sincronizei meus passos à medida que outros instrumentos se juntavam à melodia; subi na ponta dos dedos e dei uma pirueta. Ergui os braços, dobrei os punhos e abri um pouco os dedos, curvando a cabeça e me movendo, deixando a música assumir o comando. Isso. O familiar frio no estômago tomou conta, e eu girei e avancei, balancei e mergulhei ao redor do salão, sentindo a energia da música percorrer minhas veias. Então sorri. O que eu dançava não era nada clássico, e provavelmente nunca faria essa performance, mas era meu momento de diversãoMovi-me por todo o lugar, sentindo o suor refrescar a pele e o cabelo
[CECILY RUSSEL]Killian acabou de me fazer gozar em seus dedos e já estou faminta por ele de novo. Não entendo como posso querer alguém tanto assim. Estou completamente louca por ele. Ele é a porra de um oximoro, que se contradiz das formas mais agonizantes. E apesar de sua moral quebrada, eu me sinto segura com ele. Sinto sua respiração no meu pescoço enquanto ele se inclina. Lábios macios acariciando minha orelha.Arrepios descem pela minha espinha como uma cachoeira furiosa.— Você é uma boa garota — responde ele.Eu me viro, pronta para repreendê-lo, mas não consigo falar nem uma sílaba e meus lábios são capturados entre os dele assim que fico cara a cara com ele.— Seu gosto é delicioso. E se tornou um vício. Sua mão envolve a parte de trás da minha cabeça, seus dedos se enroscam nas profundezas do meu cabelo e me puxam para mais perto.Chupo seu lábio inferior em minha boca, perdida em seu gosto, nessa sensação de seus lábios contra os meus.Ele devolve o sentimento, sugando
Fecho os olhos, resignação escorrendo dos meus poros. Sentindo a mudança, sua mão viaja pela minha barriga lisa.Fico tensa sob seu toque, arrepios percorrem minha pele.Seus dedos longos deslizam pela minha saia, puxando-o lentamente para baixo, deslizando o material em um ritmo doloroso. — Não me torture. — digo, com raiva de seu ritmo intencionalmente lento.Ele dá um sorriso perverso, e mesmo o espelho não pode diminuir a crueldade.Ele tem uma capacidade muito estranha de sugar o ar dos meus pulmões com um simples olhar. E quando suas palavras aterrorizantes acompanham o olhar mortal, pareço não ter pulmões.Ele retira minhas roupas, que caem em meus pés no chão.— Alguém pode entrar aqui. — sussurro, minha voz mal penetrando a tensão no ar.Ele sorri. Um sorriso perverso.— Acha que eles ficariam assistindo? — pergunta. — Você acha que eles apreciariam a visão de sua pele nua em exibição? Talvez eles gostariam de ver sua boceta pingando refletida de volta para eles em todos os
[KILLIAN WHITE]Estou irritado. Faz uma semana que a tive naquele salão de dança. Depois disso, estamos cada dia mais inseparáveis. Cecily está lenta mas seguramente se esculpindo em um lugar aconchegante no meu coração.Coração esse que eu a muito tempo achei que não tivesse mais. Apenas uma pedra fria e feia estava em seu lugar. Mas agora, sempre que Cecily está por perto, esse órgão entra e sai de sincronia. Tudo o que ela faz me move de uma maneira ou de outra.Pode ser tão pequeno quanto sorrir genuinamente cada vez que ela me vê. Ou quando compro livros novos pra ela.Ou quando trago os melhores doces, ou faço um jantar pra ela. Isso tudo até ontem à noite, quando ela decidiu me foder novamente.Ela passou as mãos em minhas cicatrizes, e tentou me fazer falar sobre. Mas eu não consigo. Eu simplesmente não quero que ela saiba sobre isso. Não quero deixar ela entrar nessa escuridão, não terá retorno. É feio, manchado, escuro, e sufocante. Ela jamais esquecerá se eu deixar
[ CECILY RUSSEL] A energia no estádio está além de infecciosa. Ela penetra na minha pele e desperta uma parte de mim que nunca pensei que existisse. Os cânticos da multidão, as meninas gritando com os jogadores, os pais torcendo de seu lugar conservador lá embaixo, Something Like This do Coldplay soando pelos alto-falantes. É um caos tão grande, além do Coldplay. Hoje parece uma fração da Premier League, um tipo de irmão mais novo. Alguns milhares de espectadores enchem o estádio da escola, cantando e carregando as varas preta e vermelha da Elite combinando com as cores da equipe. Vim assistir ao jogo de Ren hoje pois era muito importante pra ele. Eu e Reina nos sentamos no alto, e estamos esperando o jogo começar. —Então? — Reina se vira na cadeira para me encarar. Um brilho estúpido e alegre brilha em seus olhos. — Então? — Cadê Killian? Pensei que vocês estavam juntos. — Estamos. É... quer dizer... não sei ainda ao certo. — Por quê? — Nada de mais. Não conto a
[KILLIAN WHITE]Cecily disse que me ama. E não posso descrever o sentimento avassalador que tomou conta de mim. Porque porra, eu a amo. Sou louco por ela. E saber que ela também sente o mesmo, é tranquilizador. Eu queria apenas adorar seu corpo essa noite, mas ela não aceitaria sem que eu me abrisse com ela. Então estamos aqui, sentados no sofá do quarto em frente a lareira. "Ela vai te deixar quando souber o que você fez. Ela verá você como o fraco que você é."Engulo o nó na garganta enquanto aquela voz martela dentro da minha cabeça.Minha cabeça fodida começa a ficar embaçada e eu mergulho de cabeça no lago escuro do meu estado mental.Reviver aquele dia me fode de tantas maneiras. Tento libertar minha mão, mas o aperto firme de Cecily a mantém no lugar enquanto ela avalia minha expressão.— Eu estou aqui. Não tenha medo. Vai aos poucos. Eu te amo, nada do que me disser vai fazer eu te amar menos. As palavras ficam presas na minha garganta.O toque de Cecily fica mais suave
Estávamos parados ao lado da ponte George Washington. Onde havia um pequeno farol localizado em Fort Washington Park. Killian me trouxe aqui para que eu pudesse conhecer um dos lugares onde ele gostava de vir de madrugada com sua moto. Eu estava perdendo o medo daquela coisa, juro. Killian me fez tornar uma aventureira. Quer dizer, mais o menos isso. É certamente um lugar bonito. Já passei por essa ponte e nunca parei para analisar esse lado. Killian está parado atrás de mim, com os braços em minha cintura. O mar está revolto, uma enorme tempestade estava por vir e eu podia escutar as ondas proclamando a sua chegada.— Melhor irmos. Vai chover logo. Ele sussurra em meu ouvido, e eu arrepio. Mas que merda. Eu ainda estava dolorida da noite passada, e mesmo assim ainda queria mais. Killian me viciou nele, como um drogada anseia pela sua overdose. Isso poderia me levar a morte, mas eu com certeza morreria sorrindo. Seguimos até a moto, e antes que eu possa pegar meu capacete,
[CECILY RUSSEL]— Espero que vocês se divirtam. Meu pai da um último abraço em Daglene e em mim. Estamos indo almoçar juntas. Ela me convidou a uma semana atrás e eu aceitei. Já passou da hora de nos conhecermos melhor. Sei que meu pai se casará com ela em breve, ele só não fez ainda por minha causa.Seguimos até o carro onde Killian e um outro segurança está parado. Espera, ela tem um segurança também? Eu franzo a testa, surpresa. Será que ela vem recebendo ameaças também ou meu pai só está se precavendo? Aceno para o guarda-costas de Dandara e sorrio para Killian, sussurrando um oi. Ainda não contei ao meu pai sobre nossa relação. Mas terei que fazer logo, pois Killian deixou claro que não vai mais esperar. Sua família já sabe, fomos até sua casa essa semana para contar a novidade. Eu amo seus pais, e até mesmo Ethan, que o irrita a todo momento. É tão engraçado ver Killian com ciúmes. — Vamos, meu amor. Uma voz grossa faz minha pele arrepiar. Eu viro o rosto e vejo Killi