Virgínia Depois que Henrique saiu, me sentei no sofá e respirei fundo. Meus pensamentos estavam a mil. Meu filho estava prestes a enfrentar uma batalha difícil, e eu sabia que ele precisaria de toda a ajuda possível. Mas ele não estava sozinho. Nossa família sempre foi unida, sempre se apoiou nos momentos difíceis, e dessa vez não seria diferente. Se Henrique escolheu lutar por Mariana e Isabela, nós iríamos lutar com ele. Mas havia mais pessoas que precisavam saber disso. Peguei o telefone e disquei um número que conhecia de cor. Não demorou muito para que a ligação fosse atendida. — Alô? A voz do outro lado me trouxe uma onda de nostalgia e carinho. Era Laura, mãe de Gabriela. — Laura, sou eu. — Querida! Que surpresa boa! Como você está? Como está Henrique? Engoli em seco antes de responder. — Ele está bem… Mas eu liguei porque preciso contar algo importante. Ela ficou em silêncio por um momento, mas sua respiração indicava que estava atenta. — O que aconteceu? Respi
Virgínia Depois de desligar o telefone com Laura e Gustavo, uma sensação de alívio tomou conta de mim. Senti uma onda de calor e esperança, uma sensação rara desde que Gabriela se foi. Sempre soube que, apesar de estarmos todos diferentes, nossa família ainda tinha muito amor para oferecer. Não importa o que o futuro trouxesse, nós estaríamos juntos, e isso era o que mais importava. Foi com esse pensamento que me preparei para fazer a última ligação do dia. Henrique ainda estava em casa, mas sabia que ele precisava de um empurrão. Ele precisava entender que não estava sozinho, que a família dele, e agora Mariana e Isabela, estavam em um círculo de proteção. Um círculo que, eu sabia, seria inquebrável. Peguei o telefone, dei uma olhada para o retrato de Gabriela que ainda estava sobre a mesinha na sala, e discando o número do meu filho. O telefone tocou por alguns segundos até que ele atendeu. A voz dele estava cansada, mas eu sabia que ele ainda não tinha percebido o que sign
Clara A tensão na sala estava insuportável. Marcelo, o nosso advogado, sentou-se à nossa frente, seu semblante sério e profissional, como sempre, enquanto tentava nos acalmar diante do impasse que se apresentava. A recusa de Mariana em fornecer o material genético de Isabela de forma voluntária era um obstáculo inesperado. Eu já estava nervosa, e Leonardo parecia ainda mais abalado. Marcelo abriu a pasta, tirou alguns papéis e, com um suspiro, começou a explicar a situação. — O que temos agora é que Mariana se recusou a fornecer o material genético de Isabela, como discutido anteriormente. Para conseguirmos isso, será necessário entrar com um pedido formal de reconhecimento de paternidade. Isso significa que teremos que recorrer ao tribunal. Leonardo ficou em silêncio, processando a informação. Seu olhar estava fixo em Marcelo, a frustração tomando conta de seu rosto. — Como assim, Mariana não quer dar o material? — ele perguntou, a voz baixa, como se não acreditasse no que estav
Leonardo Clara estava visivelmente irritada, seu rosto vermelho de raiva enquanto ficava de pé, andando de um lado para o outro no pequeno quarto do hotel. Eu, por outro lado, estava inquieto, tentando analisar a situação de uma maneira mais racional. Não que eu não estivesse tão frustrado quanto ela – estava, mas as palavras de Clara me atingiam de uma forma que me fazia sentir que tudo estava fora de controle.Ela parou diante de mim, parando abruptamente ao me encarar com os olhos cheios de fogo.— Nós temos que ir até o apartamento de Mariana, — Clara disse, a voz tensa, o tom de comando claro em suas palavras. — Devemos convencê-la a entregar Isabela de uma maneira amigável, Leonardo.Eu suspirei, tentando manter a calma, mas a frustração já estava transbordando em mim. As coisas não estavam saindo do jeito que planejávamos, e eu não sabia mais o que fazer. Mariana se recusou a fornecer o material genético, e isso só mostrava o quanto ela e
Mariana Eu não sabia exatamente o que esperar, mas sabia que minha decisão estava tomada. Henrique me pediu para recusar o reconhecimento de paternidade amigável de Leonardo, e foi exatamente o que fiz. Quando ele soube da minha resposta, parecia estar aliviado, mas, ao mesmo tempo, preocupado com o que viria a seguir. E, agora, com a notícia de que Leonardo provavelmente entraria com um processo na justiça, eu só podia me preparar para o que fosse acontecer. Eu estava em casa, com Isabela brincando na sala ao fundo, quando o telefone tocou. Era Henrique. Eu sabia que ele queria saber como as coisas tinham se desenrolado, então não demorei em atender. — Oi, Henrique. — Falei, tentando disfarçar o nervosismo na minha voz. — Oi, Mariana. Como você está? — A voz dele estava calma, mas eu sentia a preocupação nele. — E quanto à situação com o Leonardo? — Eu fiz o que você me pediu. Recusei o reconhecimento de paternidade amigável. — Eu respirei fundo, sentindo a tensão aumentar no me
Virgínia O telefone tocou e, ao ver o nome de Henrique na tela, senti um aperto no peito. Meu filho raramente ligava para falar de algo pessoal, então já imaginei que fosse sobre Mariana e Isabela. Atendi de imediato, ansiosa para ouvir o que ele tinha a dizer. — Mãe, pode marcar o almoço para sábado. Fiquei em silêncio por um momento, absorvendo aquelas palavras. Eu já esperava por isso, mas ouvir Henrique dizer em voz alta me trouxe um alívio que eu não sabia que precisava. — Então ela aceitou? — perguntei, um sorriso começando a se formar no meu rosto. — Aceitou — ele confirmou, mas havia hesitação em sua voz. — Só que está nervosa... com medo de ser rejeitada. Suspirei, sentindo um misto de compaixão e impaciência. Mariana passou por muita coisa, eu sabia disso, mas Henrique estava aqui agora, e ela não precisava mais enfrentar nada sozinha. — Henrique, pelo am
MarianaQuando Henrique me chamou para jantar, achei estranho. Ele disse que era um lugar especial, mas não esperava que fosse tão... sofisticado. Quando vi o nome do restaurante na mensagem, engoli em seco. Era um dos lugares mais caros e famosos da cidade. Eu nunca tinha pisado ali antes.— Henrique, você tem certeza? — perguntei, hesitante.Ele riu do outro lado da linha.— Tenho, Mariana. Eu quero que você e Isabela jantem comigo lá hoje.— Mas é um restaurante muito caro...— E daí? — Ele interrompeu. — Eu quero te levar lá, quero que você tenha uma noite especial. Você aceita?Suspirei, sentindo meu coração bater mais rápido. Henrique sempre fazia questão de me mostrar que eu merecia coisas boas, que eu não precisava me preocupar com isso.— Tá bom, nós vamos.Eu podia ouvir o sorriso dele pela ligação.— Ótimo. Vou esperar vocês lá.Desliguei o telefone e olhei para Isabela, qu
MarianaO jantar tinha sido perfeito. Meu coração ainda estava acelerado pelo pedido, pelas palavras de Henrique, pela intensidade de tudo que estava acontecendo. Eu nunca imaginei que alguém faria algo assim por mim e por Isabela. E agora, ainda tentando me acostumar com a aliança no meu dedo, Henrique solta mais uma surpresa.— Agora, preciso te levar a um lugar especial.Franzi a testa, segurando Isabela no colo.— Para onde?Ele sorriu de lado, com aquele olhar misterioso que já estava começando a conhecer.— Para conhecer a sua nova casa.Senti meu estômago revirar.— Minha nova casa?— Melhor dizendo — ele corrigiu —, a nossa casa.Meus olhos se arregalaram.— Henrique...— Mariana, eu quero que você e Isabela tenham um lar de verdade. Quero que se sintam seguras, confortáveis.Engoli em seco. Isso era grande demais.— Você tem certeza de tudo isso? — p