Mariana
Quando Henrique me chamou para jantar, achei estranho. Ele disse que era um lugar especial, mas não esperava que fosse tão... sofisticado. Quando vi o nome do restaurante na mensagem, engoli em seco. Era um dos lugares mais caros e famosos da cidade. Eu nunca tinha pisado ali antes.— Henrique, você tem certeza? — perguntei, hesitante.Ele riu do outro lado da linha.— Tenho, Mariana. Eu quero que você e Isabela jantem comigo lá hoje.— Mas é um restaurante muito caro...— E daí? — Ele interrompeu. — Eu quero te levar lá, quero que você tenha uma noite especial. Você aceita?Suspirei, sentindo meu coração bater mais rápido. Henrique sempre fazia questão de me mostrar que eu merecia coisas boas, que eu não precisava me preocupar com isso.— Tá bom, nós vamos.Eu podia ouvir o sorriso dele pela ligação.— Ótimo. Vou esperar vocês lá.Desliguei o telefone e olhei para Isabela, quMarianaO jantar tinha sido perfeito. Meu coração ainda estava acelerado pelo pedido, pelas palavras de Henrique, pela intensidade de tudo que estava acontecendo. Eu nunca imaginei que alguém faria algo assim por mim e por Isabela. E agora, ainda tentando me acostumar com a aliança no meu dedo, Henrique solta mais uma surpresa.— Agora, preciso te levar a um lugar especial.Franzi a testa, segurando Isabela no colo.— Para onde?Ele sorriu de lado, com aquele olhar misterioso que já estava começando a conhecer.— Para conhecer a sua nova casa.Senti meu estômago revirar.— Minha nova casa?— Melhor dizendo — ele corrigiu —, a nossa casa.Meus olhos se arregalaram.— Henrique...— Mariana, eu quero que você e Isabela tenham um lar de verdade. Quero que se sintam seguras, confortáveis.Engoli em seco. Isso era grande demais.— Você tem certeza de tudo isso? — p
MarianaO carro parou em frente ao prédio, e eu soltei um suspiro profundo.O dia tinha sido intenso. Eu ainda sentia o gosto do beijo de Henrique nos meus lábios, ainda ouvia suas palavras ecoando na minha mente. Tudo parecia um sonho, um daqueles que a gente acorda com medo de ser bom demais para ser verdade.— Sábado, depois que conhecer meus pais, pode se mudar — ele disse, com aquele sorriso seguro, como se tudo fosse simples assim.Minha garganta secou.— Parece loucura.— Parece certo — ele corrigiu, olhando para mim como se tivesse certeza absoluta de cada palavra.Mordi o lábio, sem saber como reagir. Mas no fundo, eu sabia... Não existia mais volta.— Tudo bem.Henrique sorriu de lado e se inclinou. Meu coração disparou antes mesmo de seus lábios tocarem os meus. O beijo foi suave, mas intenso. Um selinho demorado, um toque de despedida e de promessa ao mesmo tempo.Quando nos afasta
Mariana O sábado chegou mais rápido do que eu esperava. Passei a manhã inteira ansiosa, arrumando Isabela e tentando decidir qual roupa usar. Meu coração estava acelerado, e minhas mãos suavam um pouco. Conhecer a família de Henrique era um passo muito grande, e eu não fazia ideia de como seria recebida. Henrique chegou pouco antes do meio-dia para nos buscar. Assim que o vi na porta, segurando um pequeno buquê de flores, senti um calor gostoso no peito. — Para você — ele disse, me entregando as flores com um sorriso. — Henrique... não precisava. — Precisava, sim — ele afirmou, pegando Isabela no colo e beijando sua bochecha. — Vamos? No caminho, tentei disfarçar meu nervosismo, mas Henrique percebeu. — Você está tensa. — Um pouco. Ele sorriu, pegando m
Mariana Quando chegamos à casa de Henrique, um aconchego diferente pairava no ar. A casa estava silenciosa, as luzes suaves criavam um ambiente acolhedor, e eu sentia a tranquilidade de finalmente estar em um lugar onde poderia relaxar sem medo. — Você está confortável? — perguntou Henrique, notando meu olhar pensativo enquanto nos dirigíamos para o quarto. Eu olhei para ele, meu coração batendo mais rápido. Aquele momento parecia estar acontecendo tão naturalmente, como se tudo finalmente se encaixasse. — Sim, estou — respondi, sorrindo timidamente. Henrique se aproximou e pegou minha mão com carinho. Ele estava vestido com uma camisa simples e calça confortável, mas sua presença fazia meu corpo se aquecer de uma forma inexplicável. — Vou colocar a Isabela para dormir — falei, tentando me distrair da tensão crescente. Ele assentiu e me a
Henrique Acordei cedo, como sempre, com uma sensação de paz que me envolvia desde que Mariana e Isabela estavam em minha vida. O cheiro suave do café que começava a invadir a casa parecia ser o sinal de que o dia prometia ser mais calmo e harmonioso do que os anteriores. Mariana estava ainda dormindo ao meu lado, com o rosto sereno, sua respiração leve. Isabela, no entanto, estava no seu quartinho, dormindo tranquilamente. De vez em quando, eu ia olhar para ver se estava tudo bem, e isso me dava uma sensação indescritível de paz. Eu sabia que, com elas, tudo seria diferente, mas também sabia que o caminho à frente não seria fácil. Mariana ainda lidava com sua luta contra o câncer, e eu estava ali para apoiá-la em cada passo. Levantei-me cuidadosamente, tentando não fazer barulho. Peguei a bandeja que havia preparado com café, pães frescos, frutas e sucos naturais. O aroma da comida se misturava ao cheiro do café que pass
Henrique A segunda-feira chegou rápido. O dia em que Mariana e Isabela finalmente se mudariam para a minha casa. Desde que ela aceitou o convite, minha ansiedade só aumentava. Eu queria que tudo estivesse perfeito para recebê-las. Passei o fim de semana organizando os últimos detalhes, ajustando o quartinho de Isabela, deixando o ambiente mais aconchegante para Mariana, preparando o nosso espaço para que ela se sentisse realmente em casa. Quando cheguei ao apartamento dela pela manhã, Mariana já estava terminando de ajeitar as últimas caixas. Isabela estava no bebê conforto, tranquila, enquanto Mariana dobrava algumas roupas. Ela levantou os olhos para mim e sorriu de leve. — Pronto para essa bagunça? — Ela brincou, apontando para as caixas. — Pronto para qualquer coisa que envolva você e a nossa filha. — Respondi sem hesitar, me aproximando para dar um beijo suave em sua testa. Ela sorriu, e eu vi no olhar d
Mariana A manhã começou cedo. Henrique e eu tomamos café juntos, conversamos um pouco sobre como seria o dia e, logo depois, deixamos Isabela com minha sogra para irmos à igreja marcar a data do nosso casamento. Ainda parecia surreal pensar nisso. Casamento. Meu casamento. Dentro do carro, enquanto Henrique dirigia, eu observava o caminho pela janela, tentando processar tudo. Nunca imaginei que um dia estaria noiva, muito menos organizando uma cerimônia. Sempre achei que minha vida tomaria outros rumos, que eu ficaria sozinha, criando minha filha sem grandes expectativas para o amor. Mas Henrique apareceu e virou tudo de cabeça para baixo. — Em que tanto pensa? — A voz dele me trouxe de volta. Virei o rosto para encará-lo e sorri de leve. — Ainda estou me acostumando com a ideia. — Respondi sincera. Ele sorriu, pegando minha mão por um instante antes de voltar a focar na estrada.
Mariana A manhã estava um pouco mais tranquila do que eu esperava. Depois de tanto tempo organizando os detalhes do casamento, de pensar em como tudo ia acontecer, foi um alívio ver as coisas se encaixando. Hoje, no entanto, a parte mais... íntima dos preparativos estava me deixando nervosa. Karina, Virgínia e eu íamos ao shopping comprar lingeries para a lua de mel. O simples pensamento disso me fez corar. Karina parecia empolgada, animada para me mostrar todas as opções, enquanto Virgínia, minha sogra, parecia completamente à vontade, como se essa fosse uma tarefa corriqueira para ela. Eu, por outro lado, estava morrendo de vergonha. — Vamos, Mariana, você não pode deixar de comprar umas coisinhas para a noite de núpcias. Isso é essencial! — Karina disse, puxando-me pelo braço para a loja. Eu sorri nervosa, olhando ao redor e tentando me acostumar com a ideia. — Não sei, menina