Os olhos de Marco, frios e ardentes, como uma fogueira na neve, denotavam que Jéssica, com sua pouca experiência, não conseguia decifrar seus pensamentos.Ela se perguntava se ele duvidava de suas intenções. Mas por que, então, ele a havia beijado daquela maneira?Marco levantou a mão e, circulando por trás dela, tocou repentinamente em um mecanismo escondido. Uma lâmina voou em direção à parede ao lado deles. Sentindo a lâmina passar, Marco percebeu a pequena mulher em seus braços tremer.Ele desviou o olhar para os cílios densos dela, que tremiam de medo, e com uma voz grave e baixa, advertiu:- Esta biblioteca está cheia de armadilhas, que podem tirar sua vida a qualquer momento. Se eu não tivesse chegado a tempo hoje, você poderia estar agora um corpo frio e sem vida.Jéssica pensou consigo mesma, com sarcasmo: "Se você não tivesse voltado, eu já teria organizado tudo aqui." No entanto, naquele momento, ela se esforçava para parecer um gato manso e obediente.- Nunca mais entrarei
No início da tarde, Jéssica repousava no sofá, desfrutando de uma soneca, enquanto Marco, desde que retornara, se mantinha ocupado no escritório no andar de cima, sem mais aparecer. Ao despertar de um longo cochilo, Jéssica se espreguiçou, se sentindo entediada. Subitamente, o som de um motor de carro ecoou no quintal. Olhando na direção do ruído, ela avistou um carro de luxo preto parando no local, de onde desceu uma jovem elegante em um vestido, aparentando ter uma idade próxima à dela, talvez um ou dois anos mais velha. A jovem, exalando arrogância, deixou para trás o motorista e o segurança, caminhando apressadamente em direção à mansão com seus saltos altos.Assim que entrou, a moça observou ao redor, franzindo suas delicadas sobrancelhas.- Quem é você? Nunca a vi nas visitas anteriores à casa do Marco. Você é a nova empregada? – A moça indagou a Jéssica. "Mas Marco disse que não gostava de interagir com mulheres. Por que contratou uma empregada tão jovem e bonita? Por mais bon
Os olhos de Maia revelavam uma mistura avassaladora de choque, raiva e tristeza.- Marco, como ela pode ser sua noiva? Por que você está dizendo isso? Essa mulher surgiu do nada. Eu nunca a vi antes. Como você pode ser tão precipitado em ficar com ela? – Maia desabafou, atônita. - Maia, eu gostei dela assim que a vi. - Marco olhou para a garota ao seu lado, retirou o braço e passou o braço ao redor dos ombros de Jéssica, falando friamente para Maia.Jéssica, perplexa, mal conseguia articular as palavras. Maia não conseguindo conter as lágrimas, olhou furiosamente para eles.- Marco, crescemos juntos. Como você pode gostar de outra pessoa tão rapidamente? Só eu posso ser sua noiva! E sou a única digna disso! Quem ela pensa que é? Como ela pode ser digna de você? Me diga? – Maia exclamou, avançando para agarrar Jéssica. - Maia, você está exagerando. - Marco segurou seu pulso firmemente.- Marco, como você pode me tratar assim? Eu gosto tanto de você. - Maia olhava fixamente para o home
Depois do jantar, Marco como de costume estava trabalhando em seu escritório, enquanto Jéssica, sem ter o que fazer, passeava pelo andar de baixo.De repente, um visitante chegou à Mansão da Árvore. Para ser exato, não era bem um visitante, mas sim Fábio, um dos subordinados de Marco na Organização Radiante.Jéssica já tinha ouvido falar de Fábio e de seu irmão Sérgio, ambos membros da Organização Radiante e considerados subordinados de confiança de Marco.Fábio entrou no pátio com um pastor alemão quase do tamanho de um humano. O cachorro sacudia a cabeça e o corpo de tal maneira que parecia pronto para atacar a qualquer momento.Quando Fábio entrou na casa e viu Jéssica, franziu a testa, mas como Jéssica tinha um olhar franco, ele pensou que tinha se enganado e, com um leve aceno de cabeça, cumprimentou a garota antes de subir para o escritório com o imenso pastor alemão.Depois que Fábio entrou no escritório, Jéssica suspirou aliviada. Felizmente, parecia que Fábio não a reconheceu.
Após a saída de Sérgio, Marco e seu pastor alemão deixaram o escritório e desceram as escadas.- Meu subordinado disse algo quando estava aqui? - Marco quebrou o silêncio. - Seu subordinado me elogiou e mencionou que eu sou muito bonita, parecida com uma mulher que ele gosta. - Jéssica respondeu, se lembrando de Sérgio em seus pensamentos.- Entendi. – Marco, aparentemente não surpreso, comentou casualmente. Ele se sentou no sofá, e o pastor alemão correu para perto dele. Sua voz masculina, calma e profunda, soou. - Na próxima vez que o vir, vou enviá-lo para o deserto por alguns meses.Jéssica sorriu secretamente para si mesma.- Esse grande cão foi um presente dos seus subordinados? - Jéssica indagou. - Não, ele é meu. Recentemente, eu trouxe um gato de rua para casa e, ocupado cuidando dele, não tive tempo de trazer o cachorro. – Marco explicou. - Um gato de rua? Estou aqui há vários dias e não vi nenhum gato. Onde está o gato? – Surpresa, Jéssica procurou ao redor. Ela parecia c
No palácio presidencial, podia se ouvir o som agudo da porcelana se quebrando em pedaços.O mordomo e os empregados, assustados, recuaram para fora da porta.- Princesa, por favor, se acalme! – O mordomo disse. Maia pegou um vaso caro e o jogou com força no chão.- Como posso me acalmar? Marco está com aquela mulher que veio de sei lá onde! E ele disse que vai se casar com ela! Eu sou a escolha perfeita para ser a esposa de Marco! O que aquela mulher tem que a faz merecer Marco? - Maia gritava e reclamava enquanto destruía, um por um, os objetos valiosos.Os empregados, com corações partidos, viam Maia perder o controle e destruir coisas que valiam bilhões de reais. “Que temperamento, a princesa realmente é caprichosa.”Enquanto o mordomo e os empregados não sabiam o que fazer, Isaac já havia voltado e, ouvindo o som de quebra-quebra no andar de cima, subiu os degraus com passos firmes.Ele olhou para o chão em desordem, franzindo a testa em desaprovação, e perguntou ao mordomo e aos
Marco continuava a ignorá-la.- Faz como quiser. – Ele respondeu de forma gélida. A resposta atingiu Jéssica como se tivesse sofrido um golpe de dez mil pontos de dano. “Então você está me ignorando de propósito, né? Então, esqueça o trabalho. Ela murmurou para si mesma. Jéssica observava o homem franzindo a testa, com um ar frio e sombrio. Ela mordeu os lábios e caminhou rapidamente até Marco, se sentando abruptamente em seu colo.Suas mãos também se agarraram firmemente ao pescoço de Marco.As sobrancelhas de Marco franziram ainda mais, olhando para ela friamente, com um brilho de irritação nos olhos.- Já não te disse que quando estou trabalhando, você não pode entrar no meu escritório? – Marco encarava os olhos da garota. - De qualquer forma, as regras do Marco são tantas, e não é só essa que eu não me lembro. Além do mais, quando você está trabalhando, Marco, e não presta atenção em mim, por que eu deveria cooperar com você? Quando eu te fiz uma pergunta, você também não me re
Após concluir suas tarefas, Jéssica saiu de uma cabine telefônica pública e, enquanto caminhava pela rua, percebeu que alguém a seguia na multidão. Ela suspeitava que fossem pessoas enviadas por Marco.Inicialmente, Jéssica planejava voltar diretamente para a Mansão da Árvore após terminar seus afazeres. No entanto, buscando cometer o crime perfeito sem deixar rastros, ela decidiu visitar o maior shopping de luxo da Cidade H.Após uma longa caminhada pelo shopping, Jéssica usou o cartão reserva da conta bancária que Marco havia dado a ela para comprar vários itens de luxo.Apesar de gastar muito dinheiro de Marco e ainda planejar trair sua confiança, Jéssica, que convivia diariamente com ele, começou a se sentir culpada e pecaminosa.Como uma forma de compensar Marco, ela decidiu usar o dinheiro dele para comprar um presente para ele.Em uma loja de roupas de luxo, Jéssica escolheu uma gravata que era perfeita para Marco.- Vou levar esta gravata. Por favor, embrulhe ela para mim. - Di