Naquela noite, Fábio se sentou sozinho no hall da escada, atualizando o Twitter incessantemente até o amanhecer, mas Matilde não respondeu ao comentário da conta desconhecida. O Natal era dia de festa, mas para Fábio, este Natal era como todos os outros; não havia nada para esperar.A relação entre Fábio e seu pai sempre fora distante. Quando Luísa ainda estava viva, Fábio não era tão frio. Mas ele perdeu a única pessoa que realmente se importava. O alvoroço do Natal, para Fábio, não tinha sentido algum....O Natal terminou, deixando uma sensação de saudade nas pessoas, e Cidade S finalmente acolheu a primavera.Durante esse período, Fábio vinha seguindo o Twitter de Matilde anonimamente. Devido às mensagens frequentes, Matilde começou a responder à conta chamada Sr. Q. Passado algum tempo, Matilde percebeu que Sr. Q a seguiu no Twitter, e, por algum motivo, ela aceitou.Matilde sempre achou que conhecia o Sr. Q de algum lugar, mas não conseguia colocar o dedo em que era. Ela abriu a
Matilde não esperava que o Sr. Q, concordasse em doar para a escola.- Não tem medo de que eu seja uma fraude? - Questionou Matilde, que estava inquietamente curiosa, sobre a origem desse Sr. Q, e em dúvida, se deveria dizer que o cavalheiro era audacioso ou simplesmente muito rico.- Eu não faço nada sem ter certeza. Se concordei em doar para a sua escola, certamente fiz uma pesquisa prévia sobre vocês. - Respondeu Sr. Q.Matilde ficou sem palavras.Curiosa, ela pesquisou a conta do Sr. Q no twitter e entrou em seu perfil. A conta aparentava ser recém-criada, pois não havia nenhum conteúdo nela…Matilde apenas sentia que o Sr. Q, talvez realmente quisesse fazer caridade, optando por não revelar sua identidade e por esta razão utilizava uma conta nova no twitter.- Obrigada. Como devo te chamar? - Questionou Matilde.- Pode me chamar de Sr. Q. - Respondeu o homem misterioso.Sr. Q, era realmente uma pessoa misteriosa....Imediatamente Matilde foi procurar o diretor, pois não poderia t
O mês de junho na cidade das Montanhas não é tão sufocante quanto nas grandes cidades, o sol não castiga a terra com sua fúria e a brisa matinal da montanha traz um leve frescor, proporcionando um conforto encantadoramente romântico.Matilde, ultrapassando o quinto mês de gestação, via sua barriga crescer cada dia mais.Domingos era um bom homem. Além de não ter desprezado Matilde por ter engravidado antes do casamento, aceitou a criança e se dispôs a compartilhar a responsabilidade de cuidar dela como se fosse seu próprio filho.Em contrapartida, o amor de Matilde por Domingos não era o mesmo. Porém, dia após dia, Matilde se sentia tocada com as gentis atitudes de Domingos, mesmo ela tendo o rejeitado, Domingos ainda a ajudava constantemente.Na região da montanha, para uma moça grávida, muitas coisas são inconvenientes, mas Domingos não deixava Matilde desamparada, nem por um segundo.Com o tempo, todos da região da montanha, passaram a os ver como um casal de fato.Os camponeses, co
No hospital, no departamento de obstetrícia e ginecologia.Domingos ajudou Matilde a se sentar na cadeira de descanso do lado de fora. Após pegar uma senha para a fila do hospital, ele olhou para o grande monitor acima de sua cabeça.- Há muitas pessoas na fila do hospital agora, provavelmente teremos que esperar pelo menos meia hora. Notei que você não tomou café da manhã, quer que eu compre algo para comer? - Perguntou Domingos.Matilde se sentiu enjoada durante o caminho, e embora não tivesse vomitado, ela realmente não tinha desejo de comer.- Fique tranquilo, não quero comer nada. - Respondeu Matilde.- Mesmo que você não queira comer, o bebê precisa, não acha? Vou comprar um café da manhã gostoso e um café quente para você. Além disso, você está pálida, vai passar mal se não comer. - Insistiu Domingos. Enquanto falava, Domingos se levantou para comprar o café da manhã para Matilde: - Espere aqui, eu volto logo.- Sério, não precisa se incomodar, é muito trabalhoso você ter que ir
Matilde foi forçada por Fabio a entrar no carro e então, ele trancou a porta.Matilde tentou abrir, bateu na janela várias vezes até que, quando Fabio deu partida no carro, ela viu Domingos através da janela, entrando no hospital com o café da manhã que tinha acabado de comprar.Fabio, um homem astuto, percebeu o olhar de Matilde e seguiu sua direção, avistando Domingos não muito distante.- Eu pensei que o homem com quem você iria casar fosse excepcional, mas vejo que ele não é grande coisa. - Disse Fabio, com desprezo. Matilde o encarou furiosamente e o deu um tapa.- Com quem eu me caso não é da sua conta! - Retrucou Matilde. Fabio segurou seu delicado pulso e com sua outra mão grande tocou a elevação do seu ventre, pressionando Matilde entre o assento do carro e seu peito.- Matilde, você se esqueceu do que me disse uma vez? - Disse Fabio, cerrando os olhos.Matilde o encarou.- O nosso relacionamento do início ao fim foi um engano! Já terminou! - Retrucou Matilde.- Se você me e
Matilde estava presa no quarto de Fabio.- Fabio, isso é quase um sequestro! Acredita que eu chamo a polícia? - Disse Matilde, com o celular na mão em tom de ameaça.Com os olhos fixos em Matilde, o olhar de Fabio era de desprezo. Impaciente, ajustou a gravata em seu pescoço e começou a caminhar em sua direção com passos largos.- Tenta. O que acha que a polícia faria se eu dissesse que você é minha esposa? - Disse Fabio.- Louco! Nós nem casamos! - Respondeu Matilde.- Não seja por isso, trouxe o contrato de casamento. Assina! - Disse Fabio, pegando os dois contratos da mesa da suíte e os jogando na frente dela.Matilde engoliu seco, e o encarou com indignação.- Por que você quer se casar comigo? - Questionou Matilde."Primeiro, ele não me ama. Segundo, ele sabe que estou grávida de outro homem, por que ele ainda insiste em me perseguir?"Fabio a olhou e seus olhos frios de repente suavizaram.- Não quero te perder de novo. - Murmurou Fabio.Após a perda de Luísa, ele levou dez anos
- Fabio! Você não deve exagerar na sua brincadeira! - Disse Matilde, tentando se soltar de Fabio.Matilde lutou várias vezes com esforço, Fabio tinha uma pegada forte, ele apertava o pulso dela tão forte que parecia querer esmagá-lo e não estava disposto a soltar.Fabio lançou um olhar para o celular ao lado que ainda estava tocando, com uma mão segurava Matilde em seus braços e com a outra atendeu a chamada, e a colocou próximo ao ouvido de Matilde, dizendo em voz baixa, para que apenas os dois pudessem ouvir:- Você não queria falar com seu noivo? Agora que a chamada está conectada, por que você não fala? - Disse Fabio.- Você! - Murmurou Matilde, irritada com Fabio.- Matilde, onde você está? Por que não consigo te encontrar? - Perguntou Domingos, ansioso, do outro lado da linha.Matilde não sabia como explicar.- Estou bem, Domingos, hoje não poderei fazer o ultrassom, você pode ir de carro para a escola. - Respondeu Matilde, forçando um tom calmo.- Mas nós já estamos na nossa vez
"Senhor Q? O Senhor Q é na verdade o Fabio."Os olhos de Matilde tremeram levemente, com um vislumbre de surpresa no fundo deles.Matilde deveria ter adivinhado, quem mais doaria generosamente cinco milhões de reais anonimamente, senão Fabio?Ela pressionou os lábios firmemente.- Você usou a identidade do Senhor Q, para se informar sobre mim? Qual é a sua verdadeira intenção? Certamente, nada relacionado a ajudar as crianças das montanhas… - Questionou Matilde.Enquanto isso, Fabio não tirava os olhos dela nem por um segundo.- Minha intenção Matilde? Eu apenas queria saber onde você estava, como estava vivendo, se estava passando por alguma dificuldade ou por qualquer outro motivo, precisava da minha ajuda. Aliás, se é por causa da Luísa que você está me afastando, eu posso te dar um tempo, mas se for por causa daquele Correia, de antemão aviso que não poderei desistir de você. - Disse Fabio.As mãos de Matilde se apertaram gradualmente.- Fabio, vou dizer mais uma vez, eu não vou me