O mês de junho na cidade das Montanhas não é tão sufocante quanto nas grandes cidades, o sol não castiga a terra com sua fúria e a brisa matinal da montanha traz um leve frescor, proporcionando um conforto encantadoramente romântico.Matilde, ultrapassando o quinto mês de gestação, via sua barriga crescer cada dia mais.Domingos era um bom homem. Além de não ter desprezado Matilde por ter engravidado antes do casamento, aceitou a criança e se dispôs a compartilhar a responsabilidade de cuidar dela como se fosse seu próprio filho.Em contrapartida, o amor de Matilde por Domingos não era o mesmo. Porém, dia após dia, Matilde se sentia tocada com as gentis atitudes de Domingos, mesmo ela tendo o rejeitado, Domingos ainda a ajudava constantemente.Na região da montanha, para uma moça grávida, muitas coisas são inconvenientes, mas Domingos não deixava Matilde desamparada, nem por um segundo.Com o tempo, todos da região da montanha, passaram a os ver como um casal de fato.Os camponeses, co
No hospital, no departamento de obstetrícia e ginecologia.Domingos ajudou Matilde a se sentar na cadeira de descanso do lado de fora. Após pegar uma senha para a fila do hospital, ele olhou para o grande monitor acima de sua cabeça.- Há muitas pessoas na fila do hospital agora, provavelmente teremos que esperar pelo menos meia hora. Notei que você não tomou café da manhã, quer que eu compre algo para comer? - Perguntou Domingos.Matilde se sentiu enjoada durante o caminho, e embora não tivesse vomitado, ela realmente não tinha desejo de comer.- Fique tranquilo, não quero comer nada. - Respondeu Matilde.- Mesmo que você não queira comer, o bebê precisa, não acha? Vou comprar um café da manhã gostoso e um café quente para você. Além disso, você está pálida, vai passar mal se não comer. - Insistiu Domingos. Enquanto falava, Domingos se levantou para comprar o café da manhã para Matilde: - Espere aqui, eu volto logo.- Sério, não precisa se incomodar, é muito trabalhoso você ter que ir
Matilde foi forçada por Fabio a entrar no carro e então, ele trancou a porta.Matilde tentou abrir, bateu na janela várias vezes até que, quando Fabio deu partida no carro, ela viu Domingos através da janela, entrando no hospital com o café da manhã que tinha acabado de comprar.Fabio, um homem astuto, percebeu o olhar de Matilde e seguiu sua direção, avistando Domingos não muito distante.- Eu pensei que o homem com quem você iria casar fosse excepcional, mas vejo que ele não é grande coisa. - Disse Fabio, com desprezo. Matilde o encarou furiosamente e o deu um tapa.- Com quem eu me caso não é da sua conta! - Retrucou Matilde. Fabio segurou seu delicado pulso e com sua outra mão grande tocou a elevação do seu ventre, pressionando Matilde entre o assento do carro e seu peito.- Matilde, você se esqueceu do que me disse uma vez? - Disse Fabio, cerrando os olhos.Matilde o encarou.- O nosso relacionamento do início ao fim foi um engano! Já terminou! - Retrucou Matilde.- Se você me e
Matilde estava presa no quarto de Fabio.- Fabio, isso é quase um sequestro! Acredita que eu chamo a polícia? - Disse Matilde, com o celular na mão em tom de ameaça.Com os olhos fixos em Matilde, o olhar de Fabio era de desprezo. Impaciente, ajustou a gravata em seu pescoço e começou a caminhar em sua direção com passos largos.- Tenta. O que acha que a polícia faria se eu dissesse que você é minha esposa? - Disse Fabio.- Louco! Nós nem casamos! - Respondeu Matilde.- Não seja por isso, trouxe o contrato de casamento. Assina! - Disse Fabio, pegando os dois contratos da mesa da suíte e os jogando na frente dela.Matilde engoliu seco, e o encarou com indignação.- Por que você quer se casar comigo? - Questionou Matilde."Primeiro, ele não me ama. Segundo, ele sabe que estou grávida de outro homem, por que ele ainda insiste em me perseguir?"Fabio a olhou e seus olhos frios de repente suavizaram.- Não quero te perder de novo. - Murmurou Fabio.Após a perda de Luísa, ele levou dez anos
- Fabio! Você não deve exagerar na sua brincadeira! - Disse Matilde, tentando se soltar de Fabio.Matilde lutou várias vezes com esforço, Fabio tinha uma pegada forte, ele apertava o pulso dela tão forte que parecia querer esmagá-lo e não estava disposto a soltar.Fabio lançou um olhar para o celular ao lado que ainda estava tocando, com uma mão segurava Matilde em seus braços e com a outra atendeu a chamada, e a colocou próximo ao ouvido de Matilde, dizendo em voz baixa, para que apenas os dois pudessem ouvir:- Você não queria falar com seu noivo? Agora que a chamada está conectada, por que você não fala? - Disse Fabio.- Você! - Murmurou Matilde, irritada com Fabio.- Matilde, onde você está? Por que não consigo te encontrar? - Perguntou Domingos, ansioso, do outro lado da linha.Matilde não sabia como explicar.- Estou bem, Domingos, hoje não poderei fazer o ultrassom, você pode ir de carro para a escola. - Respondeu Matilde, forçando um tom calmo.- Mas nós já estamos na nossa vez
"Senhor Q? O Senhor Q é na verdade o Fabio."Os olhos de Matilde tremeram levemente, com um vislumbre de surpresa no fundo deles.Matilde deveria ter adivinhado, quem mais doaria generosamente cinco milhões de reais anonimamente, senão Fabio?Ela pressionou os lábios firmemente.- Você usou a identidade do Senhor Q, para se informar sobre mim? Qual é a sua verdadeira intenção? Certamente, nada relacionado a ajudar as crianças das montanhas… - Questionou Matilde.Enquanto isso, Fabio não tirava os olhos dela nem por um segundo.- Minha intenção Matilde? Eu apenas queria saber onde você estava, como estava vivendo, se estava passando por alguma dificuldade ou por qualquer outro motivo, precisava da minha ajuda. Aliás, se é por causa da Luísa que você está me afastando, eu posso te dar um tempo, mas se for por causa daquele Correia, de antemão aviso que não poderei desistir de você. - Disse Fabio.As mãos de Matilde se apertaram gradualmente.- Fabio, vou dizer mais uma vez, eu não vou me
- Assistente Diogo, obrigada por me trazer de volta, pode ir agora. – Disse Matilde, se virando para Diogo, em tom polido e distante.Diogo acenou com a cabeça e lançou um olhar para Domingos.- Sra. Matilde, tome cuidado. – Disse Diogo.Após dizer isso, Diogo se virou, abriu a porta do carro e entrou no veículo.Matilde observava o carro de luxo preto se afastando lentamente.- Matilde, por que o Sr. Diogo te chama de Sra. Matilde? – Perguntou Diogo, confuso com o que tinha acabado de ouvir.- Ele diz o que quer, além disso, está ficando tarde, vamos voltar. – Respondeu Matilde, desviando o assunto.Mas Domingos não se deixou enganar.- Matilde, o que aconteceu com você hoje? Por que não atendeu o telefone e por que saiu do hospital tão de repente? Eu fiquei preocupado o dia todo. – Insistiu Domingos.Matilde sabia que Domingos a pressionaria assim.- Desculpa Domingos, eu sei que deveria ter te explicado por que saí do hospital antes dos exames, sem mais nem menos. Mas sinto muito, n
Na manhã seguinte, bem cedo, Matilde estava prestes a ir para a sala de aula com seus livros, quando, de repente, foi chamada ao escritório pelo diretor.Assim que entrou no escritório, viu que Fabio já estava lá, conversando animadamente com o diretor.- Dra. Matilde, o Presidente Lemes mencionou que tentou entrar em contato com você ontem na cidade das Montanhas. Por que você não me disse? Se eu soubesse, teria me preparado melhor para esta honrosa visita. – Disse o Diretor, com um sorriso gentil.Matilde por um momento, ficou desorientada com a presença de Fabio.- Desculpe, diretor. Ontem voltei tarde do centro e acabei esquecendo de te informar. – Respondeu Matilde, mordendo os lábios.- Não tem problema, Dra. Matilde. O Presidente Lemes já me contou que vocês conversam de vez em quando. Ele gostaria de visitar nossa escola e também queria conhecer as paisagens do Condado de SP. O que acha de ganhar o dia de folga para acompanhar o Presidente Lemes? – Disse o Diretor, alegremente.