Após a visita à escola, Fabio sugeriu que vissem as paisagens do Condado de SP.Matilde não teve escolha senão o acompanhar na visita ao Condado de SP.Fabio dirigia, enquanto Matilde se acomodava no assento traseiro.- Há quanto tempo você conhece seu namorado? - Perguntou Fabio, lançando para Matilde um olhar pelo retrovisor.Matilde hesitou, levando alguns segundos para perceber que Fabio se referia a ela e Domingos.Matilde não respondeu.- O que Domingos tem de bom para você querer ficar neste lugar pobre e viver com ele? - Continuou Fabio, em um tom debochado.Quando Fabio se tornava indiferente, falava com um toque de arrogância, especialmente agora que seu relacionamento com Matilde estava frio, suas palavras soavam ainda mais cortantes em seus ouvidos, como se ele estivesse zombando deles.- Domingos pode não ser rico como você, mas ele é confiável. Ele me dá segurança, pensa sempre em mim e não me força a fazer o que eu não quero. Ele também me coloca no centro de tudo e me a
Após terminar de comer seu delicioso macarrão com carne em um pequeno restaurante, Matilde mal havia colocado seus talheres de lado quando Fabio falou: - Já terminou de comer? Se sim, podemos ir embora.Matilde franziu ligeiramente a testa, ela tinha acabado de andar vários quilômetros e queria descansar um pouco sentada, mas considerando que Fabio já expressou o desejo de sair, ela não disse mais nada e o seguiu até o carro.Sentada no banco traseiro, Matilde pensou que Fabio iria levar ela de volta à escola, mas percebeu que o carro estava indo para fora do Condado de SP.- Fabio, para onde você está me levando? - Perguntou Matilde, franzindo a testa.- Quero dar uma volta no centro da cidade. - Disse Fabio, apertando seus finos lábios em um tom frio e indiferente.Para evitar que Matilde ficasse desconfiada, Fabio acrescentou: - O diretor já te deu um dia de folga, você passou a manhã comigo, não deve se importar em passar a tarde também.Matilde mordeu lábios, esse homem não sabia
Matilde estava amarrada na mesa de cirurgia, braços e pernas presos aos quatro cantos da cama, completamente imobilizada.- Fabio! Você é desumano! Me solte! Socorro! - Gritava Matilde, com raiva e desesperada.- Sr. Fabio, como vamos proceder com a cirurgia? - Perguntaram as médicas, sem ter certeza do que estavam prestes a fazer.- Não vão anestesiar? Comecem. - Ordenou Fabio, em um tom indiferente, olhando friamente para as médicas.Matilde permaneceu imóvel na mesa de cirurgia, olhando para Fabio com os cantos dos olhos vermelhos de sangue.- Fabio! Eu te odeio! Eu te odeio! - Gritava Matilde.- Me odeie, faça e sinta o que quiser, não me importo. - Disse Fabio, respirando fundo e impaciente com os ataques de Matilde."Desde que eu possa manter ela junto a mim, desde que ela me pertença, está tudo bem."As lágrimas de Matilde escorriam pelos cantos dos olhos e seus dentes rangiam de medo e fúria. Ela olhava fixamente para a silhueta de Fabio deixando a sala de cirurgia.- Fabio, vo
Eram cerca de cinco horas da manhã quando Matilde, se revirando na pequena cama do dormitório da escola, despertou com o canto dos galos e não conseguiu mais adormecer.No seu celular, havia uma mensagem de texto de Fabio: "Matilde, esta manhã deixarei a cidade das montanhas. Se cuide, não vou mais te forçar a nada. Se ainda desejar, posso continuar sendo o Sr. Q, como antes, fingindo que realmente somos apenas amigos virtuais. Se precisar de algo, saiba que estarei sempre disponível para ajudar."A assinatura era do Sr. Q.Matilde leu a mensagem com os olhos ligeiramente úmidos."Se quer ser o Sr. Q, uma pessoa que me oferece conforto e preocupação, por que aparecer diante de mim e revelar que o Sr. Q, na realidade é o Fabio? Agora que sei de tudo, como posso falar com o Sr. Q tão casualmente? Além disso, já excluí o Sr. Q dos meus contatos no twitter. Se decidimos nos separar de verdade, então é melhor não mantermos mais contato."Matilde desligou o celular e enterrou o rosto no trav
A chuva se intensificava cada vez mais, e as equipes de resgate já não tinham socorristas o suficiente para enviar para as montanhas.Desta forma, os grupos de socorristas que tinham, não paravam de subir a montanha.Os membros da equipe informaram a Matilde que eles fariam o possível para encontrar Fabio, mas Matilde se sentia inquieta e, não demorou muito, para também correr até a montanha, a procura do pai de seu filho.Vestida com uma capa de chuva e botas de borracha, Matilde segurava uma lanterna para iluminar o caminho, gritando o nome de Fabio enquanto subia cuidadosamente pela trilha da montanha.Em razão da chuva forte, a estada montanhosa estava molhada e escorregadia, cada passo era tão árduo e cauteloso quanto andar sobre a superfície de um lago congelado, prestes a trincar.Matilde não tinha forças para chorar; ela precisava preservar energia para encontrar Fabio, gritando seu nome com toda a força, dominada pelo medo, mas com um coração determinado e corajoso.- Fabio, c
Matilde sentiu sua garganta enfraquecer, incapaz de produzir qualquer som.Ela apenas escutava Fabio dizer: - Espero que você esteja bem, mas não quero que esteja.Com os olhos vermelhos e toda machucada, Matilde olhou para ele.- Por quê? - Questionou Matilde, com a voz embargada.- Porque se você estiver bem, você vai me deixar. Então, desejo que você sofra, quero ver você chorar todos os dias após me deixar. - Respondeu Fabio, em um tom frio.Matilde, entre lágrimas, abriu um sorriso.- Que tipo de psicologia deturpada é essa? - Perguntou Matilde.Fabio parou em seus passos e fixou seus olhos em Matilde.- Não aguento ver você chorar e sofrer. Mesmo que seja por minha causa, não pode. - Disse Fabio, em um tom sério.Os cílios de Matilde tremeram levemente e as lágrimas deslizaram pelo seu rosto. Ela levantou a cabeça e beijou os lábios finos de Fabio.Diogo, por trás, prudentemente se virou, na tentativa de dar um pouco de intimidade para o casal....Chegando ao pé da montanha.A e
Fabio ainda estava incrédulo, incapaz de entender o motivo pelo qual Matilde tinha o dado um tapa.- Fabio, saia já daqui! - Exclamou Matilde, atirando um travesseiro em sua direção com fúria e o expulsando da cama.Fabio, apesar de seu amor por Matilde, não podia conter a ira que brotava em seu coração ao ver Matilde discutindo com ele por causa do filho dela com Domingos.Ele não se moveu para desviar e o travesseiro atingiu seu rosto, caindo aos seus pés.O olhar de Fabio era frio enquanto ele a encarava.- Você fica aí protegendo o filho desse tal de Correia, mas quando você estava em perigo na montanha, ele foi te procurar? Ele diz que gosta de você, que te ama, mas ignora até mesmo se você está viva ou morta! - Retrucou Fabio.Matilde retribuía o olhar furioso."Fabio é tão tolo! O que Domingos tem a ver com isso?"Matilde respirou fundo.- Eu entendo que Domingos não tenha ido me salvar na montanha. - Disse Matilde, tentando manter um tom calmo."Como você pode ser tão apegada e
Fabio dormiu profundamente essa noite, provavelmente por causa dos muitos acontecimentos do dia anterior e do grande esforço físico que tinha feito. Além de ter se molhado na chuva e adoecido na madrugada. Assim, o habitual sono leve deu lugar a um descanso pesado e contínuo, ao ponto de não perceber quando Matilde se levantou.Quando Fabio acordou, notou a ausência de Matilde ao seu lado, e também não a encontrou no dormitório. A lembrança da última vez que Matilde tinha o deixado, quando ele havia exagerado na bebida e dormido em um sono profundo, fez com que um nervosismo súbito o tomasse.- Matilde? Matilde! - Chamava Fabio, colocando as cobertas para o lado, saltando da cama, calçando chinelos, vestindo o roupão de Matilde e saindo em busca dela.Do outro lado, Matilde foi até o dormitório de Domingos para pegar roupas emprestadas para Fabio.Na noite anterior, a chuva tinha encharcado as de Fabio por completo, e ele e Diogo, que chegaram às pressas, não trouxeram roupas extras.M