- Fabio! Você não deve exagerar na sua brincadeira! - Disse Matilde, tentando se soltar de Fabio.Matilde lutou várias vezes com esforço, Fabio tinha uma pegada forte, ele apertava o pulso dela tão forte que parecia querer esmagá-lo e não estava disposto a soltar.Fabio lançou um olhar para o celular ao lado que ainda estava tocando, com uma mão segurava Matilde em seus braços e com a outra atendeu a chamada, e a colocou próximo ao ouvido de Matilde, dizendo em voz baixa, para que apenas os dois pudessem ouvir:- Você não queria falar com seu noivo? Agora que a chamada está conectada, por que você não fala? - Disse Fabio.- Você! - Murmurou Matilde, irritada com Fabio.- Matilde, onde você está? Por que não consigo te encontrar? - Perguntou Domingos, ansioso, do outro lado da linha.Matilde não sabia como explicar.- Estou bem, Domingos, hoje não poderei fazer o ultrassom, você pode ir de carro para a escola. - Respondeu Matilde, forçando um tom calmo.- Mas nós já estamos na nossa vez
"Senhor Q? O Senhor Q é na verdade o Fabio."Os olhos de Matilde tremeram levemente, com um vislumbre de surpresa no fundo deles.Matilde deveria ter adivinhado, quem mais doaria generosamente cinco milhões de reais anonimamente, senão Fabio?Ela pressionou os lábios firmemente.- Você usou a identidade do Senhor Q, para se informar sobre mim? Qual é a sua verdadeira intenção? Certamente, nada relacionado a ajudar as crianças das montanhas… - Questionou Matilde.Enquanto isso, Fabio não tirava os olhos dela nem por um segundo.- Minha intenção Matilde? Eu apenas queria saber onde você estava, como estava vivendo, se estava passando por alguma dificuldade ou por qualquer outro motivo, precisava da minha ajuda. Aliás, se é por causa da Luísa que você está me afastando, eu posso te dar um tempo, mas se for por causa daquele Correia, de antemão aviso que não poderei desistir de você. - Disse Fabio.As mãos de Matilde se apertaram gradualmente.- Fabio, vou dizer mais uma vez, eu não vou me
- Assistente Diogo, obrigada por me trazer de volta, pode ir agora. – Disse Matilde, se virando para Diogo, em tom polido e distante.Diogo acenou com a cabeça e lançou um olhar para Domingos.- Sra. Matilde, tome cuidado. – Disse Diogo.Após dizer isso, Diogo se virou, abriu a porta do carro e entrou no veículo.Matilde observava o carro de luxo preto se afastando lentamente.- Matilde, por que o Sr. Diogo te chama de Sra. Matilde? – Perguntou Diogo, confuso com o que tinha acabado de ouvir.- Ele diz o que quer, além disso, está ficando tarde, vamos voltar. – Respondeu Matilde, desviando o assunto.Mas Domingos não se deixou enganar.- Matilde, o que aconteceu com você hoje? Por que não atendeu o telefone e por que saiu do hospital tão de repente? Eu fiquei preocupado o dia todo. – Insistiu Domingos.Matilde sabia que Domingos a pressionaria assim.- Desculpa Domingos, eu sei que deveria ter te explicado por que saí do hospital antes dos exames, sem mais nem menos. Mas sinto muito, n
Na manhã seguinte, bem cedo, Matilde estava prestes a ir para a sala de aula com seus livros, quando, de repente, foi chamada ao escritório pelo diretor.Assim que entrou no escritório, viu que Fabio já estava lá, conversando animadamente com o diretor.- Dra. Matilde, o Presidente Lemes mencionou que tentou entrar em contato com você ontem na cidade das Montanhas. Por que você não me disse? Se eu soubesse, teria me preparado melhor para esta honrosa visita. – Disse o Diretor, com um sorriso gentil.Matilde por um momento, ficou desorientada com a presença de Fabio.- Desculpe, diretor. Ontem voltei tarde do centro e acabei esquecendo de te informar. – Respondeu Matilde, mordendo os lábios.- Não tem problema, Dra. Matilde. O Presidente Lemes já me contou que vocês conversam de vez em quando. Ele gostaria de visitar nossa escola e também queria conhecer as paisagens do Condado de SP. O que acha de ganhar o dia de folga para acompanhar o Presidente Lemes? – Disse o Diretor, alegremente.
Após a visita à escola, Fabio sugeriu que vissem as paisagens do Condado de SP.Matilde não teve escolha senão o acompanhar na visita ao Condado de SP.Fabio dirigia, enquanto Matilde se acomodava no assento traseiro.- Há quanto tempo você conhece seu namorado? - Perguntou Fabio, lançando para Matilde um olhar pelo retrovisor.Matilde hesitou, levando alguns segundos para perceber que Fabio se referia a ela e Domingos.Matilde não respondeu.- O que Domingos tem de bom para você querer ficar neste lugar pobre e viver com ele? - Continuou Fabio, em um tom debochado.Quando Fabio se tornava indiferente, falava com um toque de arrogância, especialmente agora que seu relacionamento com Matilde estava frio, suas palavras soavam ainda mais cortantes em seus ouvidos, como se ele estivesse zombando deles.- Domingos pode não ser rico como você, mas ele é confiável. Ele me dá segurança, pensa sempre em mim e não me força a fazer o que eu não quero. Ele também me coloca no centro de tudo e me a
Após terminar de comer seu delicioso macarrão com carne em um pequeno restaurante, Matilde mal havia colocado seus talheres de lado quando Fabio falou: - Já terminou de comer? Se sim, podemos ir embora.Matilde franziu ligeiramente a testa, ela tinha acabado de andar vários quilômetros e queria descansar um pouco sentada, mas considerando que Fabio já expressou o desejo de sair, ela não disse mais nada e o seguiu até o carro.Sentada no banco traseiro, Matilde pensou que Fabio iria levar ela de volta à escola, mas percebeu que o carro estava indo para fora do Condado de SP.- Fabio, para onde você está me levando? - Perguntou Matilde, franzindo a testa.- Quero dar uma volta no centro da cidade. - Disse Fabio, apertando seus finos lábios em um tom frio e indiferente.Para evitar que Matilde ficasse desconfiada, Fabio acrescentou: - O diretor já te deu um dia de folga, você passou a manhã comigo, não deve se importar em passar a tarde também.Matilde mordeu lábios, esse homem não sabia
Matilde estava amarrada na mesa de cirurgia, braços e pernas presos aos quatro cantos da cama, completamente imobilizada.- Fabio! Você é desumano! Me solte! Socorro! - Gritava Matilde, com raiva e desesperada.- Sr. Fabio, como vamos proceder com a cirurgia? - Perguntaram as médicas, sem ter certeza do que estavam prestes a fazer.- Não vão anestesiar? Comecem. - Ordenou Fabio, em um tom indiferente, olhando friamente para as médicas.Matilde permaneceu imóvel na mesa de cirurgia, olhando para Fabio com os cantos dos olhos vermelhos de sangue.- Fabio! Eu te odeio! Eu te odeio! - Gritava Matilde.- Me odeie, faça e sinta o que quiser, não me importo. - Disse Fabio, respirando fundo e impaciente com os ataques de Matilde."Desde que eu possa manter ela junto a mim, desde que ela me pertença, está tudo bem."As lágrimas de Matilde escorriam pelos cantos dos olhos e seus dentes rangiam de medo e fúria. Ela olhava fixamente para a silhueta de Fabio deixando a sala de cirurgia.- Fabio, vo
Eram cerca de cinco horas da manhã quando Matilde, se revirando na pequena cama do dormitório da escola, despertou com o canto dos galos e não conseguiu mais adormecer.No seu celular, havia uma mensagem de texto de Fabio: "Matilde, esta manhã deixarei a cidade das montanhas. Se cuide, não vou mais te forçar a nada. Se ainda desejar, posso continuar sendo o Sr. Q, como antes, fingindo que realmente somos apenas amigos virtuais. Se precisar de algo, saiba que estarei sempre disponível para ajudar."A assinatura era do Sr. Q.Matilde leu a mensagem com os olhos ligeiramente úmidos."Se quer ser o Sr. Q, uma pessoa que me oferece conforto e preocupação, por que aparecer diante de mim e revelar que o Sr. Q, na realidade é o Fabio? Agora que sei de tudo, como posso falar com o Sr. Q tão casualmente? Além disso, já excluí o Sr. Q dos meus contatos no twitter. Se decidimos nos separar de verdade, então é melhor não mantermos mais contato."Matilde desligou o celular e enterrou o rosto no trav