Povoado de Águas Claras.Após jantarem na Mansão Almeida, Amélia, acompanhada por Tiago e carregada de doces, desceu apressada para a rua. O vilarejo era cheio de rostos conhecidos e de muitas crianças. As crianças brincavam nas ruas, fazendo o ambiente parecer mais animado do que na cidade.Com uma luminária fluorescente em mãos, Amélia a sacudiu diante dos olhos de Tiago. Atrás da fraca luz fluorescente, seu rosto se iluminava com um sorriso radiante.Não muito longe, as vozes de crianças cantando preenchiam o coração de Tiago, fazendo-o sentir a alegria do feriado.Ele sabia que a razão pela qual Amélia o levou de volta para o Povoado de Águas Claras não era porque ela queria voltar. Desde o momento em que chegaram, ela reclamou do aquecimento insuficiente em casa e do fato de que ficava com o nariz escorrendo por causa disso. Mas Tiago sabia que ela queria que ele experimentasse a alegria da festa.Subitamente, Amélia se aproximou e sussurrou em seu ouvido, olhando-o fixamente.-
Em uma sala privativa de um pequeno restaurante, uma mesa estava repleta de rostos conhecidos. Amélia, com sua boa memória, reconheceu cada um deles. Os homens não tinham mudado muito, talvez um pouco mais cheinhos, enquanto a maioria das mulheres estava mais bonita, graças à maquiagem. Alguns rostos eram praticamente os mesmos que ela se lembrava.Depois de se sentarem, Amélia foi logo cercada por algumas de suas amigas.- Amélia, você trabalha em um hospital, não é?Com um sorriso, Amélia respondeu:- Sim, eu trabalhava em um hospital, mas agora não estou mais lá.Uma amiga fez uma brincadeira:- Nossa, a comida do refeitório do hospital deve ser realmente boa. Você está mais cheinha, Amélia.Outra amiga, com uma expressão de desgosto, respondeu:- Que mulher gosta de ouvir que está mais gorda?O rosto de Amélia ficou vermelho. Tiago, sentado ao lado dela, falou calmamente:- Amélia não está gorda, ela está grávida.As amigas pararam por um momento e, em seguida, expressaram sua surp
Amélia aproveitou o momento em que Tiago foi tomar banho para procurar seu antigo celular que usava na escola.Já que estava há tanto tempo sem uso e não ligava mais, Amélia revirou a gaveta atrás do carregador e colocou o aparelho para carregar.Com olhares furtivos em direção ao banheiro, ela esperava que o celular iniciasse. Devido aos anos de inatividade, o aparelho só ligou normalmente após alguns minutos.Assim que ligou, uma mensagem não lida surgiu na tela.Amélia abriu: "Amélia, vamos para a mesma universidade, ok?"Ela rapidamente retirou e cortou o chip do celular, inutilizando-o, e perguntou à sua mãe:- Mãe, tem algum lugar que recicle celulares antigos? Vamos vender este.- Ninguém mais recicla esses modelos antigos.Amélia desligou o celular novamente e o colocou de volta na gaveta original, selando-o ali para sempre....Quando Tiago saiu do banho, Amélia já estava enrolada no cobertor, adormecida.Tiago, ainda com o calor do banho em seu corpo, a abraçou.- Por que voc
Naquela noite, Fábio se sentou sozinho no hall da escada, atualizando o Twitter incessantemente até o amanhecer, mas Matilde não respondeu ao comentário da conta desconhecida. O Natal era dia de festa, mas para Fábio, este Natal era como todos os outros; não havia nada para esperar.A relação entre Fábio e seu pai sempre fora distante. Quando Luísa ainda estava viva, Fábio não era tão frio. Mas ele perdeu a única pessoa que realmente se importava. O alvoroço do Natal, para Fábio, não tinha sentido algum....O Natal terminou, deixando uma sensação de saudade nas pessoas, e Cidade S finalmente acolheu a primavera.Durante esse período, Fábio vinha seguindo o Twitter de Matilde anonimamente. Devido às mensagens frequentes, Matilde começou a responder à conta chamada Sr. Q. Passado algum tempo, Matilde percebeu que Sr. Q a seguiu no Twitter, e, por algum motivo, ela aceitou.Matilde sempre achou que conhecia o Sr. Q de algum lugar, mas não conseguia colocar o dedo em que era. Ela abriu a
Matilde não esperava que o Sr. Q, concordasse em doar para a escola.- Não tem medo de que eu seja uma fraude? - Questionou Matilde, que estava inquietamente curiosa, sobre a origem desse Sr. Q, e em dúvida, se deveria dizer que o cavalheiro era audacioso ou simplesmente muito rico.- Eu não faço nada sem ter certeza. Se concordei em doar para a sua escola, certamente fiz uma pesquisa prévia sobre vocês. - Respondeu Sr. Q.Matilde ficou sem palavras.Curiosa, ela pesquisou a conta do Sr. Q no twitter e entrou em seu perfil. A conta aparentava ser recém-criada, pois não havia nenhum conteúdo nela…Matilde apenas sentia que o Sr. Q, talvez realmente quisesse fazer caridade, optando por não revelar sua identidade e por esta razão utilizava uma conta nova no twitter.- Obrigada. Como devo te chamar? - Questionou Matilde.- Pode me chamar de Sr. Q. - Respondeu o homem misterioso.Sr. Q, era realmente uma pessoa misteriosa....Imediatamente Matilde foi procurar o diretor, pois não poderia t
O mês de junho na cidade das Montanhas não é tão sufocante quanto nas grandes cidades, o sol não castiga a terra com sua fúria e a brisa matinal da montanha traz um leve frescor, proporcionando um conforto encantadoramente romântico.Matilde, ultrapassando o quinto mês de gestação, via sua barriga crescer cada dia mais.Domingos era um bom homem. Além de não ter desprezado Matilde por ter engravidado antes do casamento, aceitou a criança e se dispôs a compartilhar a responsabilidade de cuidar dela como se fosse seu próprio filho.Em contrapartida, o amor de Matilde por Domingos não era o mesmo. Porém, dia após dia, Matilde se sentia tocada com as gentis atitudes de Domingos, mesmo ela tendo o rejeitado, Domingos ainda a ajudava constantemente.Na região da montanha, para uma moça grávida, muitas coisas são inconvenientes, mas Domingos não deixava Matilde desamparada, nem por um segundo.Com o tempo, todos da região da montanha, passaram a os ver como um casal de fato.Os camponeses, co
No hospital, no departamento de obstetrícia e ginecologia.Domingos ajudou Matilde a se sentar na cadeira de descanso do lado de fora. Após pegar uma senha para a fila do hospital, ele olhou para o grande monitor acima de sua cabeça.- Há muitas pessoas na fila do hospital agora, provavelmente teremos que esperar pelo menos meia hora. Notei que você não tomou café da manhã, quer que eu compre algo para comer? - Perguntou Domingos.Matilde se sentiu enjoada durante o caminho, e embora não tivesse vomitado, ela realmente não tinha desejo de comer.- Fique tranquilo, não quero comer nada. - Respondeu Matilde.- Mesmo que você não queira comer, o bebê precisa, não acha? Vou comprar um café da manhã gostoso e um café quente para você. Além disso, você está pálida, vai passar mal se não comer. - Insistiu Domingos. Enquanto falava, Domingos se levantou para comprar o café da manhã para Matilde: - Espere aqui, eu volto logo.- Sério, não precisa se incomodar, é muito trabalhoso você ter que ir
Matilde foi forçada por Fabio a entrar no carro e então, ele trancou a porta.Matilde tentou abrir, bateu na janela várias vezes até que, quando Fabio deu partida no carro, ela viu Domingos através da janela, entrando no hospital com o café da manhã que tinha acabado de comprar.Fabio, um homem astuto, percebeu o olhar de Matilde e seguiu sua direção, avistando Domingos não muito distante.- Eu pensei que o homem com quem você iria casar fosse excepcional, mas vejo que ele não é grande coisa. - Disse Fabio, com desprezo. Matilde o encarou furiosamente e o deu um tapa.- Com quem eu me caso não é da sua conta! - Retrucou Matilde. Fabio segurou seu delicado pulso e com sua outra mão grande tocou a elevação do seu ventre, pressionando Matilde entre o assento do carro e seu peito.- Matilde, você se esqueceu do que me disse uma vez? - Disse Fabio, cerrando os olhos.Matilde o encarou.- O nosso relacionamento do início ao fim foi um engano! Já terminou! - Retrucou Matilde.- Se você me e