No caminho de volta para casa, Lucas, ao volante, disse:- Se você realmente gosta de observar as baleias por bastante tempo, da próxima vez nós vamos direto para uma praia em um motorhome.Rita sorriu e respondeu:- Sim.Se ela tivesse a chance de voltar a Cidade S, ela realmente gostaria de ir à praia com ele para esperar as baleias, ver o nascer e o pôr do sol.No entanto, ela não tinha certeza se ainda teria essa sorte....Ao chegar na Mansão da Baía Rasa, Rita estava bastante avoada. Lucas a abraçou por trás, beijou-lhe a testa e perguntou em voz baixa:- O que aconteceu? Você parece desanimada.- Nada, eu estava apenas pensando... Quando vamos à praia para ver as baleias?Lucas deu um sorriso leve e disse:- Espere até as férias, acredito que viram em alguns dias. Eu a levarei lá, podemos ficar na praia por três dias e três noites se quiser.- Não temos que visitar os parentes durante os feriados?- Temos muitos parentes, mas como George é o mais velho, todos em nossa família sã
- Rita, peço-te e te imploro: não entre em contato com Lucas de forma alguma, ok? Você conhece o caráter dele melhor do que ninguém. Mesmo que tenham laços de sangue, mesmo que sua identidade possa ser revelada, ele não desistirá de voltar com você. E se ele realmente decidir ficar contigo sem pensar nas consequências, você sabe quantos serão afetados?Os olhos de Rita se encheram de lágrimas. Elaela respirou fundo e disse:- Eu entendi, pai. Não vou entrar em contato com o Lucas.Rita entregou o celular que estava em seu bolso para George, simbolizando que não contataria com mais ninguém da Cidade S.George, pegando o telefone, aconselhou:- Ao chegar em Florença, seja cuidadosa. É um lugar desconhecido e, sendo você jovem, é bom manter-se em segurança. Se decidir procurar um emprego ou não, é contigo. Se precisar de dinheiro, ligue para minha assistente. Os contatos dela também estão na bolsa.O assistente atrás do velho falou:- Senhorita, se tiver qualquer problema, pode me ligar a
Lucas dirigiu a uma velocidadede 200 km/h de volta para a Mansão dos Souza. Era madrugada e um silêncio dominava a casa. Não havia sinal de Amanda e Mateus brincando. Apenas George estava sentado sozinho no sofá da sala, parecendo até estar esperando por ele.Lucas entrou em casa visivelmente furioso e sem sequer saudar George, imediatamente o questionou:- Onde você levou a Rita?George apertou firmemente sua bengala d olhou fixamente para Lucas com uma expressão de cansaço. Vendo o desespero de Lucas, seus olhos revelaram uma leve irritação.- Olhe para você agora! Rita está segura! Não há motivo para preocupações!- Ela estaria segura comigo! Você a leva embora sem dizer uma palavra e ficaagora ai em paz, tudo em silêncio. Já parou para pensar como ela se sente?- Lucas! Que atitude é essa? Sou seu pai! Você entra aqui assim, tão agressivo! Ainda estou vivo! Esta casa ainda é minha!Lucas respirou fundo, seus olhos ficaram frios como gelo. Ele pressionou as têmporas, tentando conter
No caminho de volta para casa, Lucas, talvez pela ansidade começou a sentir intensas dores estomacais, sua barriga tremia, as costas ficaram ensopadas de suor. Dentro do carro, com umas de suas mãos Lucas segurava o volante e com a outra, apertava o seu abdômen.Desde que começou a namorar Rita, sua gastrite nunca tinha atacado dessa forma..Em meio a essa situação, Lucas se lembrou da primeira vez que teve dor de estômago na frente dela. Rita, sem muito saber o que realmente estava acorrendo com ele, pegou um pedaço de babosa no canto do escritório, foi até a cozinha, trouxe um copo de água gelada e mandou ele tomar.Na época Lucas achou que essa atitude de Ritafoi muito cruel. Ele estava com dor e ainda assim ela o fez comer babosa crua com água gelada, dava vontade de estrangular ela.Mas quando ela disse que era um remédio caseiro para gastrite, ele acreditou sem questionar.Como ele poderia acreditar em um remédio sem base científica como esse? A única razão para engolir a babosa
Já na véspera de Ano Novo, as ruas estavam todas enfeitadas por com luzes, decorações temáticas, lojas abertas até mais tarde, pessoas lotando o comércio,, toda uma atmosfera alegre se construía na cidade.Pelo retrovisor, Francisco olhava Lucas sentado no banco de trás. O homem tinha um olhar profundo ao observar toda a alegria da rua pela janela do carro.Francisco não resistiu em perguntar: - Patrão, vamos para a Mansão dos Souza?Lucas soltou um bufo de desdém: - Eu não fui claro o suficiente ontem?É verdade, ontem o patrão disse que se não visse a esposa, George também não precisava contar em vê-lo pelo resto da vida.Mas... Ainda assim, hoje é véspera de Ano Novo. Faltar ao jantar da virada é impossível.O celular de Lucas tocou.Era Amanda ligando.- Alô papai.Deitada no grande sofá, mexendo nos pezinhos e segurando o celular, Amanda falava com os grandes olhos abertos.- Papai, quando você e a Ritinha voltam pra casa? O vovô mandou colocar as faixas de Ano Novo e os letras
Francisco mordeu os lábios e perguntou: - Patrão, perdoe minha franqueza, mas o senhor não teme que, se trouxer a senhora de volta, o mundo inteiro se oponha e difame o relacionamento de vocês?- E daí? Não estou com ela para agradar os outros. Além disso, nunca fui inimigo do mundo, tentar uma vez na vida não faria mal.O tom de Lucas era despreocupado. Francisco percebeu sua seriedade e determinação.Francisco sorriu, olhando para os fogos explosivos no céu. - O patrão é o patrão, diferente da gente.- Bajular não vai aumentar seu bônus.Francisco ainda sorria. - Um bônus de fim de ano seria bom.Lucas esboçou um sorriso, tragando o cigarro com os olhos estreitos.Quando Amanda veio correndo, Lucas apagou o cigarro,jogou no gramado e se abaixou para pegá-la no colo.Lucas disse a Francisco: - Chegou a hora, vá dormir.Carregando Amanda, Lucas foi para dentro. Francisco olhou suas costas e desejou: - Feliz Ano Novo, patrão!Aquela noite, Amanda dormiu junto com Lucas.Quando já
Amélia com os olhos arregalados, boquiaberta e incrédula, repetiu: - Você quer dizer que está agora... Aqui embaixo do meu prédio em Povoado de Águas Claras?- Dou um minuto para descer.Da cozinha, ouvia os pais: - Amélia, os raviólis estão prontos, vem se servir e dizer qual o molho que você quer colocar!Amélia sussurrou no telefone: - Estou quase comendo raviólis!- Ou prefere que eu suba ai direto pra te procurar?Mesmo o tom de Tiago ser neutro, Amélia sentiu a ameaça.Quando ia argumentar, ele desligou na cara dela.Amélia olhou incrédula para o telefone mudo, ficou completamente inconformada e apreensiva.Por que o demônio veio até Povoado de Aguas Claras numa grande noite de Ano Novo? Será que veio visitar parentes de novo?Com medo dele realmente subir e os pais confundirem com Breno, ela desceu rapidamente.Quando os pais voltaram da cozinha com os raviólis, Amélia já havia sumido.- Ei? Onde essa menina foi parar?- Sumiu! Amy? Amy?Amélia desceu correndo com seu grosso c
Amélia que tinha o rosto pressionado nas costas largas do homem, sacudiu a cabeça com força.Era longe de ser algum tipo de assédio.Tiago sentiu ela negando com a cabeça e o coração que estava suspenso se aquietou.Ele tentou manter a voz fria: - Então por que está me abraçando?Amélia olhou para o alto, inspirou fundo e reuniu coragem: - Numa grande noite de Ano Novo, você dirigiu toda essa distância da cidade até aqui, só para dizer algumas poucas frases e ir embora? Seria um desperdício de gasolina... Desperdício de gasolina?Tiago teve vontade de rir, que raciocínio era esse da garota?Nesse momento, o que importava mais, a gasolina ou ele?Mas com aqueles braços finos circulando firme sua cintura, não conseguia afastá-la.Amélia, não ouvindo resposta, comentou: - Perguntou se eu queria ficar com você, foi muito repentino. Eu... Preciso de um tempo para pensar direito.Tiago comprimiu os lábios, soltou as mãozinhas dela e sentou no carro.Amélia ficou parada do lado de fora, e