Alexandra entregou a chave do carro para o manobrista em frente ao Scalini Fedeli. Assim que nos acomodamos, ela decidia, com paciência, qual vinho seria melhor para acompanhar nossos pedidos e eu observava o aconchegante restaurante. Ela havia escolhido a parte mais reservada do lugar. Apenas mais duas pessoas estavam em outra mesa, ao que parecia, um casal, e pelo o que pude ver, já tinham a conta em mãos. Calculei mentalmente que, em mais alguns minutos, seriam apenas eu e ela.
As mesas, impecavelmente arrumadas com toalhas brancas, taças, velas e uma rosa no centro, deixava tudo ainda mais charmoso. Definitivamente, era o tipo de ambiente que combinava com ela, e claramente, não tinha nada a ver comigo! Sempre gostei de lugares mais agitados e, de preferência, com uma pista de dança, como a boate Lavo, o lugar onde nos conhecemos.
— É calmo aqui. — Comentei assim que o maî
Despertei com o barulho de um trovão. Apertei os olhos por causa da claridade que invadia meu quarto por uma fresta da cortina mal fechada. Parecia que o céu estava desabando na cidade de Nova York. Olhei para o relógio sobre o criado mudo: 09:43am.— Droga. Estou atrasada! —Comentei. Respirei fundo e virei para o outro lado.Sorri de leve ao ver uma Alexandra esparramada na cama, nua, com os cabelos bagunçados e a boca entreaberta. Ela ressonava tranquilamente, coberta apenas até a cintura. Mordi meu lábio inferior e a toquei levemente com o indicador, admirando a tatuagem negra que descia por suas costas, iniciando com algum desenho tribal e finalizando com círculos. Retirei cuidadosamente seus cabelos para observar outro desenho na nuca. Era o símbolo do infinito.Eu tinha visualizado tudo isso na noite passada, mas não tive tempo para apreciar. Durante
Depois de um fim de semana perfeito com Alexandra, voltei ao trabalho mais disposta. Sendo sincera, voltei para a vida mais disposta! Comecei a resolver todas as pendências e, no meio da semana, faltava apenas uma coisa: o encerramento da empresa. Não queria fechar a JKM, mas, infelizmente, não tive opção.Eu tinha dois objetivos importantes: o primeiro era descobrir a verdade sobre a morte do meu pai. O segundo era colocar em prática um dos seus maiores desejos que era o projeto com o qual ele estava trabalhando há anos. E para esse, comecei a dar início imediatamente.Saí do meu escritório e passei calada por minha assistente. Como eu esperava, ela me seguiu pelo corredor. Paramos de frente ao elevador e, assim que a porta abriu, entramos. Ela me olhou da cabeça aos pés, sem nenhum disfarce. Eu ainda não saberia dizer se esse era o jeito de ser dela ou se realmente ela tentava,
ALEXANDRAHenry Russell, um de homem de 45 anos de idade, era calmo e calculista. Os olhos negros penetrantes passavam confiança em todas as suas palavras proferidas. A barba sempre feita permitia a visão do seu rosto quadrado. A cor jambo de sua pele harmonizava com os lábios carnudos e nariz afilado. O corpo definido em 1,83 metros de altura e o semblante fechado intimidava a maioria das pessoas, mas não a mim. Filho de um dos caseiros ficou órfão aos dois anos de idade e fora adotado por minha família. Era o melhor amigo do meu pai e ele o considerava como um irmão. Amante das artes marciais, ele fazia questão de treinar comigo quase todos os dias. Sendo filha única e após a morte dos meus pais, ele era o mais próximo do que eu tinha de uma família.Henry havia deixado claro que seria uma burrice fazer a fusão. Ignorei, mais uma vez, os seus conselhos n
SARAH— Meu Deus! Você está um desastre!Eu ouvi as palavras da minha sincera amiga Brenda, enquanto descia a escada enrolada em um fino cobertor. Ignorando a presença dela e de Casey, fui direto para a cozinha. Precisava de um café antes da conversa, pois me sentia mesmo um desastre! Preparei o néctar dos deuses, conhecido como cappuccino e voltei para a sala.— O que diabos aconteceu com você? — Ela insistiu.— Alexandra Ayers, a cretina! Foi isso o que aconteceu comigo.— Ai meu Deus, ela está no seu quarto?— Não, sua idiota! — Atirei uma almofada nas duas e ouvi um protesto de Casey.— Ué! Com essa cara de pós-sexo, pensei que ela tivesse destruído você! — Brenda gargalhou.Acordei sozinha em plena madrugada, no sofá da sala, com minha intimidade coberta apenas com u
ALEXANDRAO primeiro comportamento agressivo que tive foi na escola, aos treze anos. Um carinha imbecil, durante uma discussão, jogou refrigerante em uma das minhas amigas, e nem mesmo vi o momento em que dei um soco nele. Logo, formou-se uma roda com vários adolescentes, gritando e incentivando a briga. O moleque ficou sem um dos dentes e eu acabei sendo expulsa.Naquele ano começaram os ataques e na maioria das vezes eram incontroláveis, afetando assim a minha e a vida de outras pessoas. Por esse motivo, meus pais me levaram a um psicólogo. Com o passar do tempo, comecei a me entender e a controlar minha raiva. Entretanto, quando aconteciam coisas mais graves eu precisava de ajuda para me acalmar.Após a tentativa falha da ioga, Henry me apresentou as artes marciais e assim tive uma melhora considerável. Em momentos de crise eu ia para o meu salão de lutas e descontava toda a fúria
DIAS DEPOISSARAHDecidi mudar o escritório para a AYERS e esse era o último dia da JKM. Casey, Brenda e April estavam ajudando com a mudança. Antes de retirarmos as últimas caixas, Alexandra entrou em minha sala sem que ninguém percebesse.Se eu e Alexandra não éramos ninfomaníacas, com certeza estávamos, no mínimo, viciadas em sexo.— Sarah! Pelo amor de Deus, o que mais precisa fazer aí dentro? Vamos embora! — Brenda gritou e bateu com força na porta do escritório.— Vocês podem ir, eu... — Abafei mais um gemido no pescoço de Lexa enquanto ela me penetrava, entrando e saindo, rapidamente.Eu estava sentada, totalmente aberta para ela, em cima da mesa.— Eu vou depois Brenda. — Gritei de volta.— Mas que droga, Sarah! Ao menos diga se
Brenda desceu do meu carro no estacionamento do NYPD e me entregou a chave, contrariada por eu não querer a sua companhia. Eu entendia que ela estava preocupada e queria ficar ao meu lado, mas senti a necessidade de ficar sozinha por um tempo, então, saí do Departamento e dirigi sem destino pelas ruas de Nova York. Parecendo se compadecer do meu sofrimento, o tempo fechou deixando o céu cinza. A chuva fina que caía acompanhava o ritmo das lágrimas quentes que desciam por minha face, enquanto eu recordava os bons momentos ao lado do meu pai. Eu só queria poder abraçá-lo mais uma vez.Pensei em ir visitar a minha mãe e dizer o quanto eu sentia a sua falta e a amava, mas vê-la sem reação fazia com que eu me sentisse ainda mais impotente. O psiquiatra indicado pelo Dr. Gartner, havia me informado, há alguns dias, que o estado de saúde dela não tinha sofrido nenhuma alter
Depois de uma semana no chalé, convenci Alexandra a voltarmos a tempo para a ceia de natal. Ela se recusava a me deixar sozinha, desde que tive um colapso em sua frente.Infelizmente voltamos a discutir sobre a minha assistente:— Eu disse a você que não havia necessidade de declarar o recesso tão cedo, Lexa! Não tenho culpa se não consigo encontrar a April. Já disse mil vezes que o celular dela está desligado! E quer saber? Não vou demiti-la no dia de natal! — Eu estava irritada com o assunto.— Não sabia que ela era tão importante assim para você!Estávamos a caminho da Cleveland Clinic. Queria visitar a minha mãe antes da ceia e Lexa fez questão de me acompanhar. Dentro do bugatti veyron, ela apertou com força o volante, controlando sua ira. Estava ficando cada vez mais difícil conversar com ela. Precisava anal