ALEXANDRA
Depois que conheci Sarah Mitchell a minha vida teve uma verdadeira metamorfose.
Tive esperança de ser uma pessoa melhor e quase acreditei que eu era uma pessoa normal e que não sofria com um transtorno psicológico. O meu sentimento por ela era muito mais do que uma simples paixão: era uma necessidade insana de tê-la que acabou tornando-se um vício. Ouvi-la dizer que me odiava abriu um enorme buraco em meu coração e quando ela saiu furiosa jurando que não nos veríamos mais, senti todas as coisas ruins que me perturbaram antes inundarem o meu peito.
Ainda no chalé, impedida por Henry de segui-la, me entreguei a dor, a raiva e ao pranto sem nenhum pudor. Eu queria chorar até expulsar tudo o que sentia por ela de dentro de mim e quando finalmente consegui me acalmar, eu quis vê-la novamente e isso confirmou que eu não poderia lutar contra este s
Os minutos se arrastavam enquanto a dor me consumia.— Eu sou uma assassina! Eu matei duas pessoas! — Gritei repetidas vezes em meu pensamento.Eu iria me condenar pelo o resto dos meus dias pelo assassinato de Nikki! Deixei de desejar a prisão e comecei a ansiar a morte.Enquanto eu chorava, April contou ainda que a sua irmã mais nova usou um sobrenome falso, e com o nome Nikki Lawson, ela trabalhou durante alguns meses, disfarçada como assistente, na empresa de Jake.April voltou a sentar e a sussurrar com a arma pressionando seus lábios:— Quando vocês duas se conheceram, Nikki já estava investigando Jake Mitchell. Acho que ela se esqueceu de contar esse pequeno detalhe, não é mesmo Lex? Não era assim que ela chamava você?Não respondi. Nem poderia, pois não conseguia parar de chorar.— Ela optou por não c
SARAHEu ouvi atenta a última resposta de John Myers para Luke:— Kendall!— John, você tem certeza de que esse é o nome que Nikki disse?— Absoluta!Nos últimos minutos da "visita", nós conseguimos descobrir a peça que faltava para completar todo o quebra cabeça: John contou que tinha ouvido uma conversa por celular, na Ayers, entre Nikki e a sua irmã, uma mulher chamada Katrina Kendall. Assim que ouviu o nome, Luke, espantado, sussurrou para mim:— Ela está sendo procurada pelo FBI!Não foi difícil chegarmos à conclusão de que "April Wiley" era o nome de outra pessoa que Kendall estava usando. Nikki foi assassinada pelo o meu pai e a sua irmã queria vingar-se de mim, e ao que parecia, para ela, a melhor forma seria ferindo Alexandra.— Provavelmente ela sabia sobre o caso entre
Densas lágrimas desceram por minha face depois de ter dado a última pincelada na tela. Recuei dois passos e vislumbrei os olhos verdes atrás da máscara preta que escorria sobre o rosto conhecido.Escondida do mundo dentro do meu ateliê, eu fiquei cansada de pintar paisagens e ao tentar passar para uma imagem tudo o que eu sentia, eu não me surpreendi com o resultado: eram os olhos dela! Eram os olhos de Alexandra Ayers que permaneciam atrás das minhas pálpebras, eu estando acordada ou não.Completamente exausta por tentar esconder os meus sentimentos, simplesmente coloquei-os para fora. Tive certeza de que eu nunca iria esquecê-la e então, como no começo da nossa história, voltei a sentir ódio.Senti ódio por tê-la conhecido naquela festa de halloween, ódio por sentir fraqueza perante ela a ponto de colocar em risco minhas amizades e perder totalme
ALEXANDRASarah e eu entramos de mãos dadas no Angels Orphanage. A pequena instituição abrigava crianças de várias idades, desde os recém-nascidos, até os adolescentes. Um lugar pequeno, aconchegante e tranquilo, mas certamente, nenhuma daquelas crianças queria crescer ali. Infelizmente, eu só poderia levar duas. Eu não queria dar falsas esperanças a eles, então, decidi que seria melhor conhecê-los somente quando tudo estivesse legalizado. Eu estava ansiosa para vê-los e com receio de que eles não gostassem de mim.Fomos recebidas pela zeladora do lugar, a Sra. Ophelia Carter: uma mulher loira, alta, de olhos verdes, com seus cinquenta e poucos anos de idade, carinhosa e extremamente simpática. Ela nos apresentou o lugar.— Achei o seu caso muito curioso, Senhorita Ayers. Não é comum recebermos pedidos de ado
SARAH Uma vez, eu fiz um pedido a uma estrela cadente: eu queria que a minha paixão fosse correspondida. A resposta veio no dia seguinte. Aos quinze anos de idade, eu me vi apaixonada por minha amiga. A dona do belo par de olhos verdes, cabelos negros que desciam até a cintura, nariz empinado e boca rosada. Recordo de termos sentado no chão do meu quarto, uma de frente para outra, numa noite de verão e, com o coração acelerado, contarmos nossos segredos mais íntimos. Eu tinha certeza de que ela iria dizer que também sentia o mesmo por mim, mas quando Brenda confessou sua paixão por outra pessoa, eu menti dizendo que estava interessada em Luke, seu irmão. Essa mentira quase custou nossa amizade, quando neguei o
Olhei diretamente para o rosto do homem: ele estava com os olhos entreabertos e lágrimas desciam lentamente por sua pele pálida. Quanto mais ele tentava, sem forças, me tirar de cima do seu corpo, mais eu apertava as minhas mãos em volta do seu pescoço. Eu o queria morto e em breve ele estaria.Mantive a frieza. Nunca havia sentido tanta raiva por alguém.— Por favor, eu tenho uma filha. Pare! Por favor, ela não pode me perder. —O homem insistia em falar, com a voz entrecortada, falha, sem fôlego. Mas isso não me abalou. Falando com sinceridade, aumentou ainda mais o meu ódio.— Ela não... Não vai conseguir viver sem mim. Eu...Ele não conseguiu completar a última frase. Não parei de esganar até vê-lo sem vida sob as minhas mãos, sob o meu corpo.— Você a ama?—
SARAHEm frente a enorme janela de vidro do escritório, eu olhava o pôr do sol entre os prédios de Nova York. O céu estava lindo, pincelado em tons de azul, amarelo e rosa. Não pude deixar de pensar que daria uma bela pintura. Nostalgia era o que eu sentia. O chegar da noite sempre lembrava o meu pai. Suspirei profundamente, sentindo a conhecida dor em meu peito.— Que saudade! — Disse, com pesar.O horário comercial chegava ao fim e o ambiente estava calmo. Observei a sala aconchegante e espaçosa à minha volta. O carpete cinza por todo piso acomodava a mesa e, ao lado esquerdo, um confortável sofá bege. Era fácil visualizar meu pai nesta sala; tinha muito dele aqui. Havia, também, uma mesa menor no canto direito, próximo do frigobar, onde ficavam algumas bebidas e guloseimas. Voltei para a mesa onde estavam abertos os jornais de meses
Virei meu quarto shot de tequila após quarenta minutos, não que eu estivesse contando, desde que aquela linda mulher me encarou e desapareceu. Precisava relaxar antes de ir à sua procura. Sentada no banco alto do bar, ainda conversava com Casey que, mesmo insistindo, não disse o que havia acontecido entre ela e Brenda.Chris apareceu pedindo a mesma bebida que a nossa e virando de uma vez antes de nos informar que havia encontrado o restante do grupo. Apontou para um lugar mais adiante e pude visualizar Luke e Haley, fantasiados de vampiros. Dylan era o Freddy Krueger e Janet estava de bruxa. Brenda não estava com eles. Chris disse que só a tinha visto no momento em que chegamos.— Ok, Casey, agora estou preocupada! — Falei, encarando.— Vamos dar uma volta e procurar por ela. — Ela respondeu subitamente me puxando entre o aglomerado de pessoas.Chris sequer teve a chance de nos ac