ALEXANDRA
Henry Russell, um de homem de 45 anos de idade, era calmo e calculista. Os olhos negros penetrantes passavam confiança em todas as suas palavras proferidas. A barba sempre feita permitia a visão do seu rosto quadrado. A cor jambo de sua pele harmonizava com os lábios carnudos e nariz afilado. O corpo definido em 1,83 metros de altura e o semblante fechado intimidava a maioria das pessoas, mas não a mim. Filho de um dos caseiros ficou órfão aos dois anos de idade e fora adotado por minha família. Era o melhor amigo do meu pai e ele o considerava como um irmão. Amante das artes marciais, ele fazia questão de treinar comigo quase todos os dias. Sendo filha única e após a morte dos meus pais, ele era o mais próximo do que eu tinha de uma família.
Henry havia deixado claro que seria uma burrice fazer a fusão. Ignorei, mais uma vez, os seus conselhos n
SARAH— Meu Deus! Você está um desastre!Eu ouvi as palavras da minha sincera amiga Brenda, enquanto descia a escada enrolada em um fino cobertor. Ignorando a presença dela e de Casey, fui direto para a cozinha. Precisava de um café antes da conversa, pois me sentia mesmo um desastre! Preparei o néctar dos deuses, conhecido como cappuccino e voltei para a sala.— O que diabos aconteceu com você? — Ela insistiu.— Alexandra Ayers, a cretina! Foi isso o que aconteceu comigo.— Ai meu Deus, ela está no seu quarto?— Não, sua idiota! — Atirei uma almofada nas duas e ouvi um protesto de Casey.— Ué! Com essa cara de pós-sexo, pensei que ela tivesse destruído você! — Brenda gargalhou.Acordei sozinha em plena madrugada, no sofá da sala, com minha intimidade coberta apenas com u
ALEXANDRAO primeiro comportamento agressivo que tive foi na escola, aos treze anos. Um carinha imbecil, durante uma discussão, jogou refrigerante em uma das minhas amigas, e nem mesmo vi o momento em que dei um soco nele. Logo, formou-se uma roda com vários adolescentes, gritando e incentivando a briga. O moleque ficou sem um dos dentes e eu acabei sendo expulsa.Naquele ano começaram os ataques e na maioria das vezes eram incontroláveis, afetando assim a minha e a vida de outras pessoas. Por esse motivo, meus pais me levaram a um psicólogo. Com o passar do tempo, comecei a me entender e a controlar minha raiva. Entretanto, quando aconteciam coisas mais graves eu precisava de ajuda para me acalmar.Após a tentativa falha da ioga, Henry me apresentou as artes marciais e assim tive uma melhora considerável. Em momentos de crise eu ia para o meu salão de lutas e descontava toda a fúria
DIAS DEPOISSARAHDecidi mudar o escritório para a AYERS e esse era o último dia da JKM. Casey, Brenda e April estavam ajudando com a mudança. Antes de retirarmos as últimas caixas, Alexandra entrou em minha sala sem que ninguém percebesse.Se eu e Alexandra não éramos ninfomaníacas, com certeza estávamos, no mínimo, viciadas em sexo.— Sarah! Pelo amor de Deus, o que mais precisa fazer aí dentro? Vamos embora! — Brenda gritou e bateu com força na porta do escritório.— Vocês podem ir, eu... — Abafei mais um gemido no pescoço de Lexa enquanto ela me penetrava, entrando e saindo, rapidamente.Eu estava sentada, totalmente aberta para ela, em cima da mesa.— Eu vou depois Brenda. — Gritei de volta.— Mas que droga, Sarah! Ao menos diga se
Brenda desceu do meu carro no estacionamento do NYPD e me entregou a chave, contrariada por eu não querer a sua companhia. Eu entendia que ela estava preocupada e queria ficar ao meu lado, mas senti a necessidade de ficar sozinha por um tempo, então, saí do Departamento e dirigi sem destino pelas ruas de Nova York. Parecendo se compadecer do meu sofrimento, o tempo fechou deixando o céu cinza. A chuva fina que caía acompanhava o ritmo das lágrimas quentes que desciam por minha face, enquanto eu recordava os bons momentos ao lado do meu pai. Eu só queria poder abraçá-lo mais uma vez.Pensei em ir visitar a minha mãe e dizer o quanto eu sentia a sua falta e a amava, mas vê-la sem reação fazia com que eu me sentisse ainda mais impotente. O psiquiatra indicado pelo Dr. Gartner, havia me informado, há alguns dias, que o estado de saúde dela não tinha sofrido nenhuma alter
Depois de uma semana no chalé, convenci Alexandra a voltarmos a tempo para a ceia de natal. Ela se recusava a me deixar sozinha, desde que tive um colapso em sua frente.Infelizmente voltamos a discutir sobre a minha assistente:— Eu disse a você que não havia necessidade de declarar o recesso tão cedo, Lexa! Não tenho culpa se não consigo encontrar a April. Já disse mil vezes que o celular dela está desligado! E quer saber? Não vou demiti-la no dia de natal! — Eu estava irritada com o assunto.— Não sabia que ela era tão importante assim para você!Estávamos a caminho da Cleveland Clinic. Queria visitar a minha mãe antes da ceia e Lexa fez questão de me acompanhar. Dentro do bugatti veyron, ela apertou com força o volante, controlando sua ira. Estava ficando cada vez mais difícil conversar com ela. Precisava anal
Os fogos de artifício no réveillon visto de um barco, em um passeio, com vista para Manhattan, era algo espetacular de assistir. Tão maravilhoso quanto ver a bola gigante cair do edifício One Times Square atingindo seu ponto final marcando meia-noite. As comemorações eram de deixar qualquer um arrepiado! Sair em seguida à procura de uma boate para dançar também era algo que eu adorava! Porém, nada, absolutamente nada, se comparava com o réveillon que tive a sós com Alexandra em seu chalé.Contrariando a vontade dos nossos amigos, fugimos após as festividades de natal e nos escondemos em nosso refúgio. E lá, eu consegui ver fogos de artifícios, e ouvi os gritos, mas dos meus gemidos altos de prazer, misturados com os dela, que o sexo nos proporcionava.O chalé era no meio do nada e não tinha rede para o celular. Isso nos deixava em paz, ma
ALEXANDRAEu sabia o quanto Sarah tinha se preparado para aquela apresentação. Após o réveillon, que decidimos passarmos a sós no meu chalé, ou "nosso refúgio", como costumava dizer, ela não fez outra coisa a não ser ficar com a sua amiga Casey e trabalhar no PH. No maldito projeto que eu tinha dado a minha palavra a ela de que o aprovaria e que agora não seria mais possível. No maldito projeto que estava acabando com a minha relação e comigo.— Você não pode validá-lo. Precisamos conversar. — Henry segredou em meu ouvido enquanto Casey seguia com a apresentação.Imediatamente neguei com a cabeça. Eu não iria acabar com todo o trabalho da Sarah! Ele voltou a falar baixo:— Lexa, nós já temos esse projeto com a autoria de outra pessoa. Andrew o com
Acordei exausta, fraca, ainda sob efeito dos medicamentos. Uma sensação ruim se alastrou por todo o meu corpo. Me coloquei para fora da cama e sentei em uma cadeira próxima controlando a respiração. Ouvi o barulho do chuveiro e, enquanto Sarah estava no banho, desci para tomar um calmante. A casa estava silenciosa e deduzi que Casey e Brenda haviam saído. Provavelmente, elas queriam nos dar privacidade. Passando pela sala vi a bolsa de Sarah jogada num canto do sofá. Aproximei e, por estar aberta, vi metade da magnum dentro dela. Senti outro aperto em meu peito e fiquei ainda mais angustiada. Lamentei por ela ter a necessidade de levar a arma para qualquer lugar que fosse tentando sentir-se protegida.Dirigi-me para a cozinha e após tomar a medicação retornei para o quarto. Passando novamente pela sala, estranhamente a porta de entrada abriu-se. Franzi a testa confusa e, por instinto, tranquei.Sarah