Maia sabia que esse estranho sentimento não podia ser levado adiante, já que Théo não era homem para ela, seja por suas atitudes, ou por sua classe social. O que ele estava se referindo era que devia protegê-la, porque era a sua obrigação, enquanto as duas estavam em sua casa. Pelo menos era isso que ela obrigava a sua mente a acreditar.— Tudo bem. — Se afastou dele. — Se você garante que ela estará segura, eu fico mais tranquila. Espero que você tenha razão, quando seu avô descobrir que acabou se casando com uma mãe solteira, ele irá querer que você desista disso e ele desistirá de te forçar a se casar com outra mulher.— E assim, vamos nos separar e cada um irá seguir a sua vida. — Ele completou.Entretanto, em sua voz, pareceu pesar uma pequena dose de melancolia, como se aquela frase o deixasse triste.— Por que saiu da conferência mais cedo? — Ela perguntou, vendo que havia ficado um silêncio no quarto.— Saí para ir ver como você estava. Imaginei se estaria com algum problema,
Ao acordar pela manhã, antes mesmo de abrir os olhos, Maia sentiu o cheiro intenso do perfume de Théo e pensou estar abraçando o seu travesseiro.— Por que você tem que ser tão cheiroso assim? — Perguntava, abraçando ainda mais.— Não me culpe por algo que não tenho controle. — Théo respondeu ofegante. Foi aí que ela se lembrou da noite passada. De imediato, pulou da cama, o que acabou assustando ele.— Maia, isso lá são modos, de me acordar pela manhã? — Perguntou ainda sonolento.— Eu não queria te acordar. — Falou, sentindo muita vergonha. Não acreditava que os dois haviam dormido juntos, abraçados e muito menos no que acabou de dizer.— Por que pulou tão bruscamente da cama? Por acaso estamos atrasados? — Não, não é isso. — Não sabia como se comportar.— Então vem e deita aqui de novo. Está muito frio para sair da cama assim. — Estendeu o braço, convidando-a a subir na cama novamente e se deitar ao seu lado.— Não vou mais me deitar. — Saiu de perto da cama, andando em direção ao
Não era fácil viver sendo a esposa de Théo Campos, já que sempre ouvia que não estava à sua altura. Sempre era comparada e, onde quer que fosse, havia alguém que quisesse roubar o seu lugar. O mais correto mesmo seria, depois de tudo, sumir daquele lugar, da vista de todas as pessoas, nem que por conta disso, deixasse algumas pessoas com quem acabou criando laços. Foi pensando assim que Maia deitou em sua cama improvisada no chão, para passar a última noite no navio.— Maia, ainda com essa ideia de dormir no chão? Essa é a nossa última noite aqui, deite-se na cama e vamos descansar. — Théo insistia, vendo os lençóis que ela jogava no chão.— Não se preocupe comigo, está tudo bem. — Respondeu curtamente.Não queria conversar muito, não iria mais cometer os erros que cometeu antes. Os dois deviam manter distância um do outro, para assim, não confundirem as coisas.— Não vou me aproximar de você, não precisa se preocupar com isso, deite-se aqui e fique confortável.— Eu já estou confortáv
Quando chegaram à mansão de Théo, depois de algumas horas de viagem, receberam a notícia de que Joaquim e a família Trajano haviam saído para o clube de golfe e só voltariam à noite.— Que ótima notícia, significa que poderei descansar em paz um pouco. — Théo falava aliviado.— Irei aproveitar e verei a minha filha. — Maia disse, alegre.— Como assim? Você nem descansou um pouco. — A questionou.— Estou com tanta saudade de minha filha, que não conseguiria pregar os olhos, imaginando que a gente está tão perto e mesmo assim ainda não a vi. — Seus olhos brilhavam.Era diferente ver Maia daquele jeito, ela parecia tão ansiosa, como se a vida dela dependesse daquilo. Talvez dependesse, já que para as mães, os filhos são a razão da existência delas.— Tudo bem, irei pedir que te levem lá.— Serei eternamente grata. — Sorriu, com um sorriso bonito e encantador, dando uma piscada de olho.Théo não conhecia a filha de sua esposa, e nem imaginava como a garotinha era, mas ficou feliz em saber
A cara do homem tremia de raiva, ele não entendia como sua ex podia ter mudado tanto, em tão pouco tempo.— Como você mudou Maia, nem parece a mesma pessoa, só porque se casou com aquele ricaço do Théo Campos.— O quê? — Surpreendeu-se, ao perceber que ele sabia o nome de seu esposo.— O que foi? Achou que eu não iria descobrir a identidade de seu novo marido? Se quisesse esconder uma coisa dessa, deveria se casar com um homem mais discreto, não um que está com a cara estampada nos jornais.— Não interessa para mim, se você sabe quem ele é ou não. — Mas para mim, me interessa muito! Quero saber que tipo de homem ele é, nunca se sabe como os padrastos tratam as enteadas.— Que absurdo está dizendo, Tiago? O Théo até arcou com os custos médicos da Lis, coisa que você nem se interessou em correr atrás. Se ele não gostasse dela, acha mesmo que faria isso?— Mesmo assim, hoje em dia não se pode confiar em ninguém. — Você sabe que eu sempre cuidei da Lis, jamais deixaria que alguém a fizes
Quando Maia chegou à mansão, estranhou que o silêncio na casa.Encontrou Théo sentado à mesa, na sala de jantar, em silêncio. Ele comia sozinho.— Boa noite. — O saudou.— Boa noite, por que demorou? — A voz dele soou suave.— Tive um imprevisto. — Respondeu, sentando-se à mesa com ele.Não iria falar qual foi o imprevisto, já que não queria que Théo se envolvesse em sua vida particular, ainda mais, sendo coisas que não tinham nada a ver com os dois.— Devia ter ligado e me avisado. Fiquei preocupado.Sua fala a pegou de surpresa, então acabou achando que ele disse aquilo, apenas porque alguém podia estar lhe vigiando.— Seu avô já chegou? — Cochichou.— Não, ele não vem hoje.— Sério? Por quê? — Voltou ao tom de voz normal.— Não sei, mas sei que isso me deixa mais aliviado, fiquei sabendo que ele e a família Trajano ficarão fora por três dias.— Por que isso te aliviaria? Quanto mais tempo ele passe fora, mais tempo ficaremos juntos.A feição de Théo mudou de repente, parecia que não
— O quê? — Balbuciou.— Foi o que acabou de ouvir. O que acha? — Continuou. — Você até que não é de se jogar fora. A frase acabou estragando tudo.— Não sou um objeto! — Disse ofendida.— Não foi o que eu quis dizer. — Corrigiu. — Fala a verdade, você se agrada também com a minha aparência. Por que não tentamos? Quem sabe pode dar certo.— Por que resolveu tirar a noite, para falar um monte de coisas estranhas? — Perguntou sem paciência, não gostava que as pessoas brincassem com ela.— O que foi que falei até agora, que acabou se tornando estranho?— Isso, por exemplo, que acabou de falar. O que acha que está dizendo? Eu não gosto que brinquem comigo deste jeito.— Não é uma brincadeira, Maia, por que ficou tão incomodada? — A olhou, esperando que respondesse. — Por acaso já está apaixonada por mim?— O quê? — Balbuciou novamente. — Por que me apaixonaria por você? Que motivos você me deu para sentir isso?— Só a minha cara bonita não basta? — Provocou.— Uma cara bonita pode até impr
Maia observava o quanto a menininha parecia ter gostado de Théo e achou bom, já que Lis poderia se sentir mais à vontade. Entretanto, alguma coisa estava lhe incomodando, só não sabia o que era.— Agora que vamos sair daqui, podemos passar para dar uma voltinha num parque, o que acha? — Théo continuava, tentando ganhar a confiança da garotinha.— Eu quero, eu quero! — Lis dizia eufórica!— Acho que não é uma boa ideia ainda. Meu amor. — Abaixou-se perto da filha. — Você precisa ir para casa e descansar um pouco.— Eu já descansei demais no hospital. — A menininha retrucou.— Verdade Maia, deixa-a passear um pouco. — Théo a defendeu, mostrando concordar com a criança.— Eu já disse que ela precisa ir para casa, Théo. — Disse nervosa, mas sem demonstração aparente.— Eu não quero ir agora, quero ir passear com o tio Théo no parque.— Lis! — A repreendeu. — A mamãe já falou o que vamos fazer. Teremos muito tempo para passear, você precisa se recuperar primeiro, filha.— Eu não quero, eu n