— Você ainda está brava comigo? — Ao ver o rosto da mulher cheio de ressentimento, ele percebeu que ela provavelmente o detestava profundamente.— Como eu poderia ter coragem de ficar com raiva de você? Vá ficar com a Ângela, assim não precisa ver uma mulher tão maldosa como eu e se decepcionar!Dizer que ela não estava brava seria mentir, seu coração estava repleto de rancor contra ele.Ao ouvir a palavra "maldosa", o homem sentiu uma dor súbita no coração; ela havia escutado todas as suas palavras de raiva.Justamente quando Roberto não sabia o que dizer, Jaqueline começou a tossir novamente.Roberto rapidamente a puxou para perto, batendo levemente em suas costas, com uma voz suave:— Que tal medirmos sua temperatura? Seja boa.— Me solte. — Jaqueline resistiu contra seu peito, tentando empurrá-lo.Mas ele a segurou firmemente, não permitindo que ela se movesse.— Vamos medir sua temperatura, e então eu te solto, caso contrário, continuarei te abraçando assim.Ele poderia ficar abra
Ela mantinha o termômetro na boca, aparentando exaustão, mas havia um lampejo de irritação em sua expressão que a tornava um tanto adorável e também despertava compaixão.À medida que o tempo passava, Roberto retirava o termômetro de sua boca e observava a temperatura, trinta e oito graus.Era uma febre moderada.Contudo, ao ver esse número, Roberto franzia a testa, preocupado:— Vou te levar ao hospital para te hidratar.— Não, eu não quero ir ao hospital. — Jaqueline se mostrava bastante resistente à ideia.— Mas você está febril, precisa de cuidados...— Roberto, por que insiste em me levar ao hospital? Você me traumatizou com isso, lembra? Foi você que me trouxe ao hospital e por isso estou assim, o que mais você quer?Jaqueline falava isso propositalmente, ela tinha um grande receio de ir ao hospital, preocupada que exames pudessem revelar sua gravidez.Roberto pausava, então respondia:— Você não precisa ir ao hospital, posso chamar um médico para vir aqui e te aplicar soro.— O
Ele passou a noite em claro, ficando ao lado dela, atento a qualquer movimento para verificar se ela estava desconfortável ou precisava de água. Somente ao amanhecer, Roberto levantou a mão para verificar a temperatura da testa de Jaqueline. Ao perceber que a febre havia passado, ele finalmente respirou aliviado. Roberto estava exausto. Se sentou na cama, esfregou o nariz com os dedos e caminhou sonolento em direção ao banheiro, acidentalmente chutando a lixeira no caminho. Ele se assustou, preocupado em acordar Jaqueline, mas, por sorte, ela continuava dormindo profundamente. Ao se agachar para recolocar a lixeira no lugar, notou duas pílulas dentro dela. Ele estava com uma expressão de confusão."A Jaque não disse que tomou o remédio? Mas por que está no lixo? Por que ela mentiria para mim? São só duas cápsulas, por que ela não as tomou? Ela não é de evitar remédios." Uma inquietação cresceu dentro dele. Se virou e olhou intensamente para a mulher adormecida na cama.
Jaqueline desejava nunca ter feito aquela ligação, ela até conseguia imaginar aquela cena. Ela não conseguia suportar, então simplesmente desligou o telefone. Com força, jogou o celular de lado e caiu chorando na cama.— Roberto, seu canalha, canalha!Pensar no que Roberto estava fazendo no banheiro com Ângela, talvez esfregando o corpo dela, ou talvez eles dois tomando banho juntos, quase a partia como um raio. Ainda assim, havia espaço para ela sentir dor. Ela pensou que bastava não olhar, não pensar, mas acabou ouvindo e não conseguia controlar seus pensamentos. Até respirar era doloroso, sentindo uma opressão no peito. Por causa do bebê em seu ventre, ela tinha que se esforçar para respirar fundo.O almoço foi rapidamente preparado, e Jaqueline foi até a sala de jantar para comer. Ela não tinha apetite, mas por causa do bebê, se forçou a comer, empurrando a comida goela abaixo com dificuldade. Seu estômago revirava, especialmente ao pensar no que Roberto e Ângela faziam no ba
— Ontem à noite você se aninhou em meus braços, e agora não me deixa tocar em você, que birra é essa? — Roberto franzia a testa.— Estou mesmo de birra, você esqueceu? Eu até joguei água no rosto da Ângela! Vá procurá-la, ela é de bom humor, não venha atrás de mim!Sua voz soava extremamente ciumenta.— Você ainda está brava com o que aconteceu ontem à noite?— Eu não quero falar sobre ontem à noite!Jaqueline percebeu que, mais do que os eventos da noite anterior, o que aconteceu esta manhã a irritava ainda mais.— Admito que fui impulsivo ontem à noite. Ângela tentou se suicidar, eu não pensei direito, não sei exatamente o que aconteceu entre vocês, mas podemos recuar um passo e não falar mais nisso, está bem?Jaqueline resmungou friamente:— Quando você ficou irritado, simplesmente me arrastou até lá e me forçou a pedir desculpas a ela de maneira agressiva. Agora diz para esquecermos, como se tudo devesse ser do seu jeito.— Então eu peço desculpas. — Roberto deu um passo à frente.
— Quando você me ligou, eu estava no banheiro com a Ângela. — Disse Roberto, ignorando a recusa dela, e acrescentou.— Não fale mais sobre isso, eu não quero ouvir! — Jaqueline cobriu os ouvidos. — Eu não quero saber o que vocês estavam fazendo lá!Roberto se aproximou e segurou suas mãos, forçando-as a baixar:— Por que não ouvir? O que você acha que eu estava fazendo com ela?— Você sabe muito bem o que fez. — Ela respondeu, furiosa.— Ha ha. — Roberto riu de repente. — Jaque, você finalmente entende esse sentimento?Jaqueline hesitou:— O que você quer dizer?— Ontem à noite, no hospital, você me culpou por não ouvir sua explicação, mas agora você também não quer ouvir a minha.Jaqueline parou.Ela realmente não queria ouvir a explicação dele, mas o que aconteceu entre ele e Ângela não necessitava de explicações.— Não é a mesma coisa! — Jaqueline retrucou, relutante.— O que há de diferente? — Roberto questionou. — Você só ouviu que eu estava com ela no banheiro, mas não quer saber
Cada vez que ele menciona isso, Jaqueline sente uma dor, pois ela sabe que não era verdade o que disse naquela época, ela o amava profundamente, como poderia estar cansada dele?— Se você não gosta de mim, por que guardar rancor? Eu e Ângela, por que você deveria sentir ciúmes?— E por que você fica infeliz quando estou com George? Se você pensa que não gosto de você, você pode ficar com outras mulheres, então vou procurar o George, procurar outros homens, afinal, homens é o que não falta nas ruas.— Jaqueline! — Roberto subitamente segurou seus ombros, com uma voz claramente irritada. — Não quero ouvir você falar assim novamente, entendeu?Olhando para o rosto irado dele, Jaqueline ficou surpresa e sentiu um arrepio, mas logo em seguida falou desafiadoramente:— Por que não posso falar? Você não sempre gostou de padrões duplos?— Isso não tem a ver com padrões duplos, você é uma mulher, segurança em primeiro lugar, como você pode sair procurando por homens perigosos? E se algo acontec
— Você está doente, por que eu não deveria voltar? — Roberto estava confuso com a pergunta dela. Afinal, ele é seu marido. Não deveria haver dúvidas sobre isso.— Ângela também está no hospital, não está?Ângela tentou suicídio cortando os pulsos, enquanto ela apenas tinha uma febre baixa. Embora sentisse que Ângela estava fingindo, pessoas que realmente desejam morrer raramente cortam os pulsos, para Roberto, Ângela era importante.— Você quer que eu volte para o hospital? — Roberto a encarou friamente, parecendo um pouco descontente.— Então volte, sua Ângela deve estar esperando por você.Ao ouvir o tom ciumento da mulher, Roberto também se sentiu impotente, sem saber se ela realmente queria que ele fosse embora ou se estava apenas com ciúmes.Ele suspirou e se sentou à beira da cama.Jaqueline viu sua expressão cansada e sentiu um aperto no coração, ele não tinha dormido a noite toda e, certamente, estava exausto. Se lembrando de quando ele se acidentou por dirigir cansado, ela nã