Ao ver a esposa ajudando o filho a se acomodar na cama, Fábio sentiu uma pontada de inveja por não ser ele a receber tal cuidado. "Se eu tivesse sofrido um acidente de carro, Nádia agiria assim comigo?" — Mãe, quando o papai entrou, ele pensou que eu estava gravemente ferido, não foi por mal que ele te enganou. Não fique brava. Ele não queria que a relação entre seus pais continuasse a se deteriorar. A raiva de Fábio por Roberto finalmente diminuiu um pouco, afinal, ele ainda tinha algum mérito ao defendê-lo. — Não tem problema, eu já estou acostumada. Não é a primeira nem a segunda vez que ele me engana. — Disse Nádia casualmente, insinuando algo mais com suas palavras. Fábio ficou sem palavras. Seu coração parecia estar sendo perfurado! — Sua esposa está onde? — Perguntou Nádia. — Jaque está com problemas de estômago e também está internada no hospital. Precisa ficar alguns dias, então, por favor, não conte a ela sobre meu acidente. — O quê? Ela está internada? —
Jaqueline estava no hospital, e o médico responsável por ela chegou para uma visita, acompanhado por um grupo de estagiários. Enquanto eles a examinavam, Jaqueline se sentia nervosa sob tantos olhares, mas sabia que este era um procedimento necessário. Cada médico passou por isso, e se os pacientes se recusassem a ser examinados por estagiários, não haveria médicos no mundo. Ela só podia suportar a vergonha até o final do exame.O médico principal disse: — Você precisa tomar muito cuidado. Nos próximos dias, não faça nada além de descansar na cama. Se houver mais sangramento, o bebê pode não sobreviver.Jaqueline acenou com a cabeça, compreendendo:— Entendi, obrigada, doutor.Após a saída dos médicos, Jaqueline suspirou aliviada e acariciou sua barriga, murmurando:— Filho, sua mãe vai proteger você. Eu prometo que não deixarei você se machucar novamente.— Você não estava internada por causa de um desconforto estomacal? Como acabou aqui para cuidar da gravidez?De repente, Jaqueli
— Aquele cara teve sorte, o carro ficou todo deformado, mas ele não se machucou gravemente, não perdeu nenhum braço ou perna. Vai ficar bem em alguns dias, não se preocupe.Jaqueline suspirou aliviada.— Ainda bem. Por que ele sofreria um acidente de carro assim, de repente?— Por dirigir cansado. — Nádia explicou. — Ontem à noite, ele bateu em um poste enquanto dirigia.— Dirigir cansado? Como isso aconteceu? Será que foi por minha causa? — Jaqueline começou a se sentir inquieta.— Sua causa? O que você quer dizer? — Nádia perguntou curiosamente.— Na noite anterior, ele ficou aqui a noite toda, não dormiu bem.— E quando ele saiu?Jaqueline respondeu:— Ele saiu bem cedo ontem, pensei que fosse para casa descansar. Agora que penso nisso, já que ele estava dirigindo cansado, isso significa que ele definitivamente não descansou durante o dia. Por que ele não dormiu mais algumas horas? Estava cansado e ainda assim decidiu dirigir! Ah... — Jaqueline se sentia muito culpada! — Desculpe, m
Depois do trabalho, Hebe chegou ao hospital onde Roberto estava internado. Como enfermeira, ela sabia como extrair informações, utilizando uma técnica de conversa perfeita para descobrir o quarto de Roberto. A porta estava entreaberta, e Hebe esticou o pescoço para espiar discretamente pela fresta.Ela viu uma mulher ajoelhada ao lado da cama de um homem, chorando:— Roberto, meu coração dói tanto. Você está sentindo dor?— Estou bem, Ângela, não chore. — Roberto levantou a mão para enxugar suas lágrimas. — Eu pedi para você não vir, mas você insistiu. Sua saúde já está debilitada.— Não importa, eu quero estar ao seu lado. Você está machucado e sozinho, o que é muito triste. Não quero que você fique só, sei que você não quer preocupar sua família, então não contou a eles. Se eu não ficar, quem ficará?Ângela realmente sabia o que dizer, aquelas eram as palavras certas para tocar o coração de alguém.— Ontem você passou o dia inteiro comigo, e à noite, quando voltava de carro, certam
Hebe entrou furiosa no quarto do hospital de Jaqueline.— Hebe, como ele está? — Jaqueline aguardava ansiosamente.— Você ainda se preocupa com aquele idiota? Você não sabe que ele está muito feliz agora?— O que você quer dizer? — Jaqueline franziu a testa, evidenciando confusão em seus olhos. — Ele não estava machucado? É grave?— Veja você mesma. — Hebe entregou o vídeo que havia gravado a ela.Jaqueline pegou o celular e assistiu ao vídeo do começo ao fim.Seus dedos pareceram perder toda a força, e o celular deslizou de suas mãos, caindo sobre o cobertor."Com Ângela ao seu lado, como ele poderia estar mal? Basta Ângela chorar que ele amolece. Ele sempre é gentil com essa mulher."Mas Roberto sempre criticava sua esposa primeiro, depois a confortava, alternando entre momentos bons e ruins, ora frio, ora quente, o que a deixava confusa sobre quais eram, na verdade, os sentimentos dele por ela.Até mesmo um irmão não teria uma relação tão instável com sua irmã.Hebe pegou o celular
Jaqueline viu Roberto e, subitamente, se sentiu desconfortável.Porém, ao observá-lo melhor, se tranquilizou.Decidida a evitar mais sofrimentos, falou de forma distante:— O que você está fazendo aqui?Roberto, ao perceber a frieza de Jaqueline, franziu o cenho:— Você não estava recebendo alta do hospital? Eu vim te visitar.— Obrigada. — Ela respondeu, mantendo a cortesia.O olhar irritado de Roberto se fixou em George, que surgia constantemente ao redor.— O Sr. George parece realmente gostar de fazer amizade com mulheres casadas.— Presidente Roberto, se não estou enganado, Jaqueline mencionou que vocês já formalizaram o divórcio.Ao ouvir o nome "Jaqueline", um lampejo de raiva cruzou os olhos de Roberto.— Como você a chama?— Foi ela quem concordou que eu a chamasse assim.Jaqueline deu um passo à frente, puxando George para trás dela. — Somos amigos, e eu não serei mais a Sra. Santana, não é normal ele me chamar pelo meu nome?Isso deixou claro que Roberto não tinha motivos p
Ela não precisava mais se preocupar com Roberto e podia dizer o que quisesse na frente dele, pois não se sentia mais culpada. A expressão de Roberto era sombria.— Bem, vou indo então. — George foi cortês do início ao fim, uma verdadeira gentileza comparada à natureza instável de Roberto.— Desculpe mesmo por ter feito você ter vir me ver. — Jaqueline parecia constrangida.— Eu estava a caminho da empresa e aproveitei para te visitar. Não se sinta pressionada, preciso ir agora. Até mais.Após se despedir de George, a expressão cortês de Jaqueline endurece ao enfrentar Roberto novamente. O pager de Hebe tocou. Ela precisava ir, mas estava um pouco preocupada com Jaqueline, então disse a Roberto:— O estômago ruim da Jaque é por causa do estresse que ela sofre. Não a maltrate mais.Roberto, raramente manso, apenas concordou, o que era um pouco surpreendente.— Hebe, vá logo. — Jaqueline ouviu o som do pager.Hebe acenou com a cabeça e deixou o quarto do hospital.— Vamos para casa. — R
Jaqueline chegou ao restaurante, e Nádia ainda não tinha chegado. Poucos minutos antes, Nádia enviou uma mensagem informando que se atrasaria um pouco e pediu para Jaqueline esperar sentada. Ao ser guiada pelo garçom até o local onde deveria encontrar Nádia, Jaqueline viu uma mulher sentada ali. Seu rosto imediatamente se fechou.— Ângela, o que você está fazendo aqui?Ângela, visivelmente confusa ao ver Jaqueline, ergueu a cabeça com orgulho e respondeu:— Não posso almoçar com minha futura sogra?— Futura sogra? Você está falando da mãe de Roberto?— Quem mais seria? — Retrucou Ângela com um ar de superioridade. — Nádia me ligou ontem à noite, disse que queria ter uma refeição comigo hoje. Ela foi muito simpática, parece realmente apoiar o relacionamento do filho. Afinal, ela se importa muito com ele, visto que passou por uma gravidez de nove meses.Jaqueline respondeu friamente:— Quer dizer que a avó e o pai dele não se importam com ele? É isso que você está insinuando?— Eu não