Quando Roberto chegou ao quarto de Ângela, ela já estava deitada na cama. Ele, imediatamente preocupado, se sentou ao lado dela e perguntou:— Como você está?Ângela, pálida e visivelmente debilitada, até sua respiração era trêmula.— Roberto, você veio. Eu pedi que não te chamassem, sei o quanto você está ocupado. O que eles estavam pensando?Ela estava claramente irritada, tentando se levantar.— Não se mexa. — Ele a pressionou suavemente de volta à cama. — Fizeram bem em me chamar. Como você ficou tão doente?Ângela tossiu várias vezes e balançou a cabeça ao dizer:— A culpa é minha, meu corpo é fraco demais, detesto isso em mim. Seria melhor morrer, para não ter que sofrer assim.— Não diga bobagens. — Roberto franziu a testa, com os olhos cheios de preocupação.Naquele momento, a empregada o levou uma toalha, Roberto pegou a toalha, cobriu a cabeça de Ângela com ela e pressionou suavemente com a mão. — Não se preocupe, você vai melhorar logo.— E depois? Vou ficar doente novamen
Roberto não queria acreditar que Ângela fosse aquele tipo de pessoa. Ele até havia acusado Jaque por causa da pulseira, mas a expressão de Jaque naquela época não parecia de alguém que estava mentindo.— Aquela pulseira... Eu... Eu disse a ela naquela época que a pulseira era muito bonita e seria perfeita para te presentear, Roberto. Você esqueceu? Depois que você comprou aquela pulseira, eu acidentalmente a vi e pensei que era para mim, mas você me disse que era para a Jaqueline. Elogiei a pulseira, dizendo que era um belo presente para ela. Será que ela entendeu errado? A culpa é minha, eu deveria ter explicado melhor. Quer que eu vá falar com ela?Ângela estava visivelmente ansiosa e envergonhada. Esse tipo de situação, mesmo que Roberto a confrontasse com Jaqueline, não faria diferença, já que não havia evidências. A conversa no escritório, só elas duas sabiam, ela poderia dizer o que quisesse.Roberto pensou por um momento e finalmente disse friamente:— Da próxima vez, não preci
No dia seguinte, Roberto estava deitado na cama, com o rosto ainda marcado por hematomas e uma atadura na testa, porém, seu semblante era de lucidez. Osvaldo, sentado ao lado da cama, descascava uma maçã enquanto falava:— Presidente Roberto, o acidente foi realmente arriscado, o carro ficou completamente destruído, mas, felizmente, você não sofreu ferimentos graves. Não deveria dirigir quando está cansado.Na noite anterior, após ter ligado para o Presidente Roberto e ter ouvido um forte estrondo, Osvaldo sentiu como se sua alma tivesse se desprendido do corpo.Roberto olhou friamente para a maçã em suas mãos, com um vislumbre de irritação em seus olhos.— Quem te mandou comprar maçãs? Descarte elas!— Ah? — Osvaldo parou de descascar a maçã por um momento, surpreso. — O que você gostaria de comer então? Eu posso ir comprar."Por que ele tinha que ser tão grosseiro? Qual o problema com as maçãs?"Osvaldo não compreendia o motivo da irritação súbita de Roberto.Roberto lançou a ele um
Não demorou muito até que a porta se abrisse bruscamente e Fábio entrasse com passos largos.— Roberto.Ao se virar, Roberto franziu a testa ao avistar seu pai.— Pai, por que veio?"Como Osvaldo lida com essas coisas!?"— Você não queria que eu viesse? É claro, prefere manter tudo em segredo para que ninguém descubra que o presidente do Grupo Século foi tolo o suficiente para bater o carro em um poste.Fábio também estava procurando Roberto em todo lugar porque não conseguia entrar em contato com ele.Roberto, indiferente, respondeu:— Não foi de propósito que eu bati.— Acabei de verificar seu prontuário médico, você estava dirigindo cansado. Não foi você que trouxe para si mesmo? O que mais aconteceu?Roberto não queria prolongar a conversa:— O que tinha que acontecer, aconteceu, e estou bem. Não conte isso à vovó nem à Jaque.— Você ainda pensa na vovó e na sua esposa, e se tivesse morrido? Já pensou no que elas sentiriam? Isso tem a ver com a Ângela, não é?Antes de Ângela, tudo
Roberto olhou para o acordo de divórcio rasgado e, de repente, percebeu que não estava tão irritado quanto imaginou, apenas ficou atordoado por um momento.No entanto, logo percebeu que não deveria ter essa reação e, levantando os olhos friamente, disse: — Isso te diverte? Você não viu que a Jaque já assinou?— E daí que ela assinou? O divórcio foi sua ideia, não é? Você acha que eu não sei o que você está pensando?Roberto tinha o sangue de Fábio, e um pai sempre sabia o que seu filho estava tramando!— Rasgar não adianta, é apenas desperdício de papel. O acordo de divórcio pode ser impresso novamente.Determinado a se divorciar, Roberto ainda não tinha contado ao pai que Jaqueline estava ainda mais ansiosa pelo divórcio do que ele.Fábio, se sentindo miserável ao ver Roberto, se virou e saiu do quarto do hospital, se sentando na área de descanso e fixando o olhar na entrada.Ele olhou várias vezes para o relógio, pensando incessantemente, até que finalmente tirou o celular e discou
— Nádia, você poderia prometer não contar isso para a mãe? Ela não está bem de saúde e não aguentaria essa notícia.— Você quer dizer que toda a família Santana sabe, exceto Catarina?Fábio assentiu:— Sim, não conte a ela por enquanto. Eu vou resolver isso logo.— Você vai resolver? — Nádia riu novamente. — Você nem consegue lidar com seus próprios problemas, quanto mais os problemas do seu filho e da sua nora.A dor aguda atravessou o coração de Fábio ao ouvir o desprezo na voz de Nádia, mas seus olhos brilharam com determinação.— É justamente porque eu mesmo estou nesta bagunça que não permitirei que meu filho e minha nora passem pelo mesmo. Por que você não acredita que eu mudei?— Um assassino dizendo ao juiz, "por que você não acredita que eu mudei? Eu não vou matar de novo, você pode não me condenar à morte?" — Nádia retrucou.— Eu sou um assassino? — Fábio subitamente se irritou, elevando a voz. — Mesmo que alguém cometa um crime, há graus de severidade. Muitas pessoas têm seu
Ao ver a esposa ajudando o filho a se acomodar na cama, Fábio sentiu uma pontada de inveja por não ser ele a receber tal cuidado. "Se eu tivesse sofrido um acidente de carro, Nádia agiria assim comigo?" — Mãe, quando o papai entrou, ele pensou que eu estava gravemente ferido, não foi por mal que ele te enganou. Não fique brava. Ele não queria que a relação entre seus pais continuasse a se deteriorar. A raiva de Fábio por Roberto finalmente diminuiu um pouco, afinal, ele ainda tinha algum mérito ao defendê-lo. — Não tem problema, eu já estou acostumada. Não é a primeira nem a segunda vez que ele me engana. — Disse Nádia casualmente, insinuando algo mais com suas palavras. Fábio ficou sem palavras. Seu coração parecia estar sendo perfurado! — Sua esposa está onde? — Perguntou Nádia. — Jaque está com problemas de estômago e também está internada no hospital. Precisa ficar alguns dias, então, por favor, não conte a ela sobre meu acidente. — O quê? Ela está internada? —
Jaqueline estava no hospital, e o médico responsável por ela chegou para uma visita, acompanhado por um grupo de estagiários. Enquanto eles a examinavam, Jaqueline se sentia nervosa sob tantos olhares, mas sabia que este era um procedimento necessário. Cada médico passou por isso, e se os pacientes se recusassem a ser examinados por estagiários, não haveria médicos no mundo. Ela só podia suportar a vergonha até o final do exame.O médico principal disse: — Você precisa tomar muito cuidado. Nos próximos dias, não faça nada além de descansar na cama. Se houver mais sangramento, o bebê pode não sobreviver.Jaqueline acenou com a cabeça, compreendendo:— Entendi, obrigada, doutor.Após a saída dos médicos, Jaqueline suspirou aliviada e acariciou sua barriga, murmurando:— Filho, sua mãe vai proteger você. Eu prometo que não deixarei você se machucar novamente.— Você não estava internada por causa de um desconforto estomacal? Como acabou aqui para cuidar da gravidez?De repente, Jaqueli