Jaqueline balançou a cabeça.Ao ver sua reação, Nádia soltou um riso de desdém:— Então, você não acha que casar com George foi um erro, e se Roberto não tivesse vindo procurar você, sua relação com George ainda estaria bem?Jaqueline afirmou com a cabeça:— Sim.— Se é assim, então a culpa é de Roberto, ele não deveria ter vindo procurar você, não deveria ter dito aquelas coisas.Jaqueline disse:— Sogra, as coisas já chegaram a este ponto, não adianta culpar ninguém. Só espero que todos se acalmem agora.— E depois? Depois que todos se acalmarem, você ainda vai encontrar Roberto? — Perguntou Nádia.Jaqueline fechou os olhos dolorosamente:— Não quero mais encontrar ele.— Você não quer perdoar Roberto, é isso?Jaqueline disse:— Entre eu e Roberto já não é mais uma questão de perdoar ou não. As coisas chegaram a este ponto, e ambos temos responsabilidade. Já que erramos, devemos pagar o preço. Agora, nós dois estamos divorciados, só ficando bem longe um do outro podemos evitar que a
— Divórcio?— Sim, você não disse que é um casamento de fachada? Se é um casamento falso, deve ter um prazo, não é possível que você vá viver com ele de verdade.Jaqueline disse:— Vamos deixar as coisas fluírem naturalmente. Quando ele encontrar uma mulher de quem goste, vai se divorciar de mim.Nádia riu novamente com raiva:— Você realmente é mais descuidada do que eu. Acho que foi por causa do divórcio com o Roberto que você perdeu a esperança e o respeito pelo casamento. Para você, o casamento não passa de uma ferramenta, e você já não se importa mais com isso, certo?— Sim. — Jaqueline admitiu sem rodeios. — O casamento com Roberto só me trouxe dor. O casamento já não tem nenhum significado para mim, é como uma ferramenta sem uso. Quando um amigo precisou, apenas emprestei essa ferramenta para ele.Com Jaqueline sendo tão direta, Nádia naturalmente não tinha mais nada a dizer. Ela realmente não se importava mais com seu próprio casamento, por isso podia facilmente usá-lo para aju
Noite Profunda.George dirigia sozinho a toda velocidade por uma estrada deserta e silenciosa, até parar em um bar isolado, onde várias motocicletas estavam estacionadas do lado de fora.Ele estava perturbado, saiu do carro e caminhou diretamente para o bar, querendo beber algo para esquecer suas emoções agitadas.A aparência dos clientes no bar era, em sua maioria, extravagante, com tatuagens pelo corpo. Do ponto de vista tradicional, não pareciam pessoas decentes.George entrou vestindo um terno, com aparência de uma pessoa de alto nível, destoando completamente do ambiente.Todos o encaravam.George ignorou todos e se sentou no balcão para pedir uma bebida.O bartender notou que George tomou vários drinques seguidos.— Senhor, é sua primeira vez aqui? Está com problemas?George ergueu o olhar e disse friamente:— Você só precisa servir as bebidas.A autoridade e a frieza que emanavam de George fizeram o bartender estremecer.Naquele lugar, ele estava acostumado com bandidos e arruac
No Dia Seguinte.— George, não! Não! — Jaqueline acordou de um pesadelo.Ela havia sonhado que George estava brigando com Roberto, e que Roberto tinha matado George.A primeira coisa que fez ao levantar da cama foi verificar seu telefone, para ver se George havia ligado para ela.Continuava sem nenhuma ligação.Jaqueline se levantou e terminou de se arrumar. Ela planejava ir à empresa de George para procurá-lo, suspeitando que ele estivesse deliberadamente ignorando suas ligações.Depois de terminar de se preparar, Jaqueline abriu a porta e ficou surpresa ao ver Roberto parado do lado de fora.Ela se assustou e tentou fechar a porta, mas, com um estrondo, Roberto levantou a mão e a impediu:— Espere.— Roberto, você não pode parar de me perturbar?Logo pela manhã, esse homem já a sufocava.— Jaqueline, você não pode conversar comigo civilizadamente? Estou aqui esperando desde às quatro da madrugada, e não bati na porta para não te incomodar, esperando que você saísse por conta própria.
Assim que Roberto afrouxou o aperto, Jaqueline puxou com força sua mão:— Não importa se eu te der tempo ou não, não há mais possibilidade entre nós. O que você pensa que eu sou? Quando você quer se divorciar, se divorcia e eu tenho que ir embora. Quando quer se casar novamente, eu deveria abandonar tudo por você?Roberto respondeu com raiva:— Abandonar tudo? Você está se referindo ao George? Ele é tudo para você?Jaqueline já não tinha forças para discutir com ele.Depois de terminar os procedimentos de emergência, o médico saiu do quarto:— Sr. Roberto, a Srta. Ângela tem apenas dois dias de vida. O banco de órgãos ainda não deu nenhuma notícia, as chances são mínimas. Faremos o possível para reduzir o sofrimento da Srta. Ângela.O olhar de Roberto parecia perdido, vazio e sem brilho.Jaqueline ficou ao lado, sem dizer nada. Palavras irônicas, de escárnio ou até mesmo de conforto, ela não conseguia pronunciar nenhuma delas.Se Ângela morresse ou não, para Jaqueline, não fazia difere
— Aquele paciente parece ter sido vítima de um ataque. No momento ainda não sabemos quem ele é, e a polícia está procurando seus familiares. Assim que obtivermos a assinatura dos familiares, a cirurgia poderá ser realizada imediatamente!Jaqueline, observando a empolgação deles, sentiu um peso no coração."Da perspectiva deles, é natural que estejam felizes, mas aquele ferido que eles mencionam, vítima de um ataque, simplesmente perdeu a vida em vão. No fim das contas, é a vida de uma pessoa em troca da vida de outra. Realmente, desde que não seja alguém importante para si, não importa quem morra."O médico continuou:— Os órgãos daquele paciente estão muito saudáveis. Se a família autorizar, suas córneas e todos os órgãos internos, até mesmo sua pele, poderão ser utilizados, salvando a vida de muitas pessoas.Roberto perguntou:— Você disse que ele foi vítima de um ataque?O médico assentiu:— Sim, julgando pelos ferimentos, ele deve ter sido atacado, e não tinha nenhum documento cons
— Por que você não diz nada? — Vendo o silêncio de Jaqueline, Roberto segurou seus ombros. — Eu te contei todos os meus pensamentos, mas você nunca me disse os seus. Então agora, me diz, o que você realmente pensa.— Chega. — Jaqueline o empurrou com força. — Você é irritante. Cuida da sua Ângela e para de me incomodar.Jaqueline se virou e saiu correndo.— Jaqueline. — Roberto estava prestes a segui-la quando uma voz fraca veio do quarto do hospital. — Roberto, onde você está?Roberto suspirou, olhou para o quarto e depois para a direção em que Jaqueline havia saído."Parece que a Jaqueline realmente não quer me ver. Tudo bem, deixar ela esfriar a cabeça também é bom. Eu tenho medo que, se eu pressionar demais, ela só fuja cada vez mais."Roberto entrou no quarto e se sentou ao lado da cama:— Ângela.— Roberto, o que é aquilo? — Ângela viu uma grande caixa de presente muito bonita, não muito longe.Roberto mudou de assunto:— Ângela, tenho uma boa notícia pra você, encontramos um cor
No consultório médico.— Sra. Jaqueline, eu compreendo perfeitamente seus sentimentos, mas como médico, preciso explicar para senhora a situação. O Sr. George, devido ao grave trauma cerebral, entrou em coma profundo de terceiro grau. Não apresenta reflexo pupilar à luz, nem reflexo corneano, de deglutição, de tosse ou reflexos tendinosos. Ele não possui respiração espontânea e só pode ser mantido vivo através de medicamentos e aparelhos. Embora seu coração ainda esteja batendo, o cérebro já não responde. Nessa situação, assim que desligarmos as máquinas, seu coração vai parar imediatamente de bater.Como esposa de George, Jaqueline tinha o direito de tomar decisões médicas em situações de emergência quando ele não pudesse fazê-lo por si mesmo.Bastava sua assinatura de consentimento para que a cirurgia de transplante de órgãos pudesse ser realizada imediatamente.Mas isso também significava que ela estaria desistindo de George.Os olhos de Jaqueline estavam vermelhos e inchados de tan