— Vovó, não importa qual tenha sido o mal-entendido, realmente não deveria ter passado a noite na casa de um amigo. Mas fique tranquila, George e eu somos apenas amigos, não aconteceu nada entre nós. Ele é uma pessoa muito boa e nunca fez nada inapropriado comigo. Catarina sorriu suavemente: — Está tão apressada para defendê-lo. Parece que ele realmente é uma boa pessoa. — Vovó, ele é o presidente do Grupo Cardoso. — Grupo Cardoso? — Ao ouvir esse nome, Catarina pareceu entender. — Ah, então é isso. Parece que ele é filho do presidente do Grupo Cardoso. É alguém muito capaz. — Vovó. — Jaqueline se agachou no chão. — Se isso te desagrada, eu posso me afastar dele no futuro. Catarina suspirou: — Ele é seu amigo, e eu não posso proibir você de ter amigos. Agora que você e o Roberto já estão divorciados, que direito eu teria de exigir algo? — Vovó, a culpa é minha. Eu não consegui manter meu casamento com o Roberto. Eu te decepcionei. Se Roberto não tivesse pedido o divór
3Catarina, de repente, começou a rir: — Falei tanto e, no fim, o que chamou sua atenção foi que eu bati nele. Parece que você ainda se importa muito com ele. — Vovó, eu não! — Jaqueline respondeu com um sorriso constrangido. — Eu só... Só fiquei um pouco surpresa, só isso. — É mesmo? Só surpresa? — Catarina retrucou com desdém. — Que bom, então. A vovó deu uma lição nele por você. Aposto que ele ainda está deitado na cama agora. Jaqueline apertou a barra da roupa, nervosa e inquieta. Não pôde evitar pensar na imagem de Roberto machucado e se sentiu um pouco ansiosa. — Vovó, não importa o que tenha acontecido, a senhora não deveria ter se irritado e batido nele. Não é que eu esteja preocupada com ele, estou preocupada que a senhora se machuque. Bater em alguém também requer esforço. Apesar dessas palavras, Jaqueline não conseguiu evitar que a preocupação por Roberto tomasse conta de seus pensamentos. Ela nunca esperava que Roberto dissesse aquelas coisas e assumisse toda a
— Mordomo, o Roberto já organizou o trabalho de vocês? — O Sr. Roberto ainda não foi para sua nova residência. Ele ainda está no apartamento de vocês, na casa de recém-casados. Nós também não nos mudamos. — É mesmo? Vocês ainda estão na antiga mansão? — Ela ficou chocada, achando que Roberto teria se mudado no mesmo dia do divórcio. — Roberto... Ele está em casa agora? Ela perguntou novamente. — Está, sim. O Sr. Roberto está ferido. Pelo jeito, parece que foi a bengala da Sra. Catarina que causou isso. Ele vai precisar ficar de repouso por alguns dias. Jaqueline franziu as sobrancelhas, unindo elas. "Ultimamente, ele está sempre se machucando. Com certeza a avó bateu com força. Do contrário, ele não precisaria ficar dias deitado." — Sra. Santana, a senhora não gostaria de voltar para dar uma olhada no Sr. Roberto? — Eu... Acho que não seria apropriado voltar agora. Eu e ele já nos divorciamos. Eu não sou mais a Sra. Santana de vocês. — Mas a senhora ainda faz parte da
Roberto apertou o travesseiro sob ele, com as sobrancelhas franzidas. — Por que você veio? No começo, ele achava que estava tendo uma alucinação. Como assim as mãos do mordomo de repente pareciam tão delicadas como as de uma mulher? Até agora, ele ainda sentia que tudo era irreal. Será que a dor era tão intensa que ele começara a ter delírios? Sentindo que a pessoa atrás dele não respondia, Roberto deixou escapar um sorriso amargo nos lábios. Claro que era uma alucinação. Ele sabia que não havia chance daquela mulher estar ali. Ela provavelmente estava com George. Quando percebeu que era apenas um engano de sua cabeça, Roberto não falou mais nada. Só quando a pessoa atrás dele terminou de aplicar o remédio, uma voz feminina soou: — Pronto, vou colocar uma faixa agora. Se sente um pouco. Roberto ficou surpreso. Apesar da dor, ele rapidamente se sentou na cama e se virou para olhar para a mulher atrás dele. Jaqueline estava usando um vestido bege, com o cabelo preso em u
— Você já conhecia o George há muito tempo, mas me disse que vocês se conheceram na escola. Não foi uma mentira sua? — Eu... — Assim que esse assunto foi mencionado, Jaqueline ficou sem palavras. Quantas vezes mais ele teria que trazer isso à tona? — Roberto, você precisa ser tão cruel assim? — Cruel? Sou eu quem sou cruel ou é você quem mentiu? Depois você mesma admitiu, não foi? Você já estava com ele antes de tudo isso! Foi você quem disse isso com a própria boca, eu não inventei nada! Jaqueline realmente tinha dito que ela e George já estavam juntos há tempos, mas foi por pura raiva, um desabafo impulsivo. Ela se levantou da beira da cama. — Então você quer dizer que aquilo que você disse à sua avó não era verdade? — Exatamente! Eu só disse aquilo para acalmá-la, para que ela pensasse que eu estava assumindo toda a culpa. Assim, ela não pensaria que eu sou um idiota. Mas, no fim das contas, ela ainda me deu uma bronca, e até me bateu. Se eu soubesse que ia acabar assim,
Com um estalo, Roberto agarrou o pulso dela. — Não vá. Por alguma razão, ele sentiu uma súbita insegurança no coração, um desejo intenso de que ela ficasse. Não importava o quanto ele tivesse sido teimoso antes, naquele momento, parecia uma criança indefesa. A dor podia enlouquecer uma pessoa, mas também podia torná-la vulnerável. Às vezes, o que doía mais do que o corpo era o coração. Jaqueline baixou os olhos e olhou para a mão do homem. Mesmo enquanto ele segurava o pulso dela, suas mãos tremiam. Ele certamente estava com muita dor, isso não era algo que pudesse ser fingido. O rosto dele estava pálido, e gotas de suor escorriam pela testa. — Vou te levar ao hospital agora. — Disse Jaqueline. — Eu dirijo, tudo bem? Sua voz soava como se estivesse tentando acalmá-lo. — Eu não quero ir ao hospital. — Roberto levantou os olhos, tão escuros quanto a noite, sem fundo. — Esse remédio foi receitado pelo médico. Em poucos dias vai melhorar, não preciso ir ao hospital. Jaq
Jaqueline Valente estava encolhida na cama, acariciando levemente sua barriga. Ela suspirou de alívio, feliz por saber que o bebê estava bem. Na noite anterior, Roberto Santana havia retornado e queria ter um momento de intimidade com ela. Eles não se viam há dois meses e ela não teve coragem de recusar ele.Roberto já tinha terminado de se arrumar. Vestido com um terno cinza feito sob medida, ele exibia uma figura alta e esbelta, elegante e atraente. Sentado em uma cadeira, ele trabalhava em seu tablet, deslizando os dedos na tela de forma lenta e preguiçosa, exalando uma aura de sensualidade.Ele notou a mulher na cama, enrolada no cobertor, com apenas a cabeça de fora. Seus olhos negros e brilhantes o observavam atentamente. Com um tom indiferente, ele disse: — Acordou? Levanta e vem tomar café da manhã.— Está bem. — Respondeu Jaqueline, corando enquanto se levantava da cama e vestia seu pijama.Na sala de jantar, Jaqueline continuava a cutucar os ovos no prato com seu garfo, enq
Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso amargo.O que mais ela poderia desejar? Poder se casar com ele já havia esgotado toda a sorte que ela teria na próxima vida.Seus pais eram funcionários comuns do grupo SK. Em um incêndio, ficaram presos na sala de controle, mas antes de morrer conseguiram desligar um sistema importante, evitando a liberação de substâncias tóxicas e prevenindo mais mortes.Na época, a mídia noticiou o ocorrido por muitos dias e a última conversa dos seus pais com o mundo exterior ficou registrada.Com apenas 10 anos, ela teve que ir morar com sua tia.No entanto, a tia era fumante, alcoólatra e viciada em jogos de azar. Um ano depois, perdeu todo o dinheiro da indenização do grupo SK em apostas.Quando ela tinha 11 anos, sua tia a abandonou diretamente na porta da sede do grupo SK.Jaqueline ficou esperando na porta da empresa por dois dias, abraçada a sua mochila. Estava faminta e exausta, até que o presidente do grupo SK passou por ali e a levou para casa.Desde