Pedro caminha até Miguel, que anda de um lado para o outro, com passos pesados e claramente impaciente. A tensão no ar é quase tangível, e os passos de Miguel reverberam pela mansão silenciosa e o ar parecia estar muito mais denso.Assim que Miguel o vê, interrompe sua caminhada abruptamente, virando-se para Pedro com olhos afiados e carregados de expectativa.— E aí, ela já conseguiu contatar as irmãs? — Miguel pergunta, a voz carregada de urgência.Pedro balança a cabeça, a expressão cansada, ele suspira enquanto passa aos mãos pelos cabelos.— Ainda não. Aqui é horrível de sinal — ele responde, sem muito ânimo.Miguel bufa alto, os músculos do maxilar tensos.— Ela é uma bruxa! — Miguel se exalta, jogando as mãos para o alto. — Deveria abrir a porra de um portal direto para o território delas!Pedro cruza os braços, encarando Miguel com uma calma forçada.— Quem tem a joia do portal e pode abrir portais é Alys, não Mariana — Ele rebate, encarando Miguel de frente. — E antes que com
A caverna é iluminada apenas pelas chamas tremulas das velas que Mara acendia meticulosamente uma a uma na borda do altar no centro da caverna, sua expressão fria e concentrada. Cada vela parecia lançar sombras que dançavam nas paredes rochosas, dando ao ambiente uma aura opressora e inquietante.Ao redor do altar de pedra, Melody movia-se, posicionando as plantas que traziam uma energia inquietante de forma estratégica. O cheiro pesado de terra úmida e algo amargo permeava o ar, tornando o ambiente ainda mais opressor. As folhas das plantas brilhavam levemente, como se estivessem vivas, pulsando com energia mágica.Sasha, presa às correntes que a segura contra a parede da caverna, mexe os pulsos mais uma vez, tentando se soltar. Seus músculos queimam pelo esforço, mas o metal não cede. O som das correntes ecoa, misturando-se com o estalar das velas e o farfalhar das folhas que Melody manipulava.— Que tipo de ritual pretendem fazer comigo? — Sasha grita, sua voz reverberando pela cav
Lukan senta-se no altar, as pernas cruzadas ao lado de Sasha. Os olhos desse lycan brilham com uma mistura de ansiedade e ambição. Sua respiração está acelerada, quase ofegante, ele já consegue sentir o gosto eminente da vitória que o aguarda enquanto observa Melody preparando os últimos retoques necessários. Tudo o que ele planejou por anos está prestes a se realizar. Ele sente o peso do momento, a expectativa crescendo dentro dele como uma fera prestes a ser libertada. Ele se concentra em controlar sua respiração. Antes o ritual seria para evocar um entidade que desse mais poder a Lukan, em troca de um sacrifico, mas agora, com Sasha em suas mãos, o ritual seria outro.Com o poder da atual Genuína Lunam e do próximo Genuíno Alfa em seu ventre, Melody irá transferir os poderes dos lobos para Lukan, ninguém nunca conseguirá ser mais forte do que ele.Melody pausa, observando os olhos de Lukan brilharem com um desejo quase infantil. Um riso baixo escapa de seus lábios, um som frio e d
Miguel fecha os punhos, sua respiração pesada e carregada de ansiedade. Cada músculo do seu corpo está tenso, e o peso da responsabilidade o sufoca. O momento exige pressa, mas o feitiço para localizar sua companheira gastou mais tempo do que ele esperava, deixando-o ainda mais impaciente. Cada segundo arrastando-o para um abismo de tensão crescente.— Muito bem, cheguem mais perto — diz Alys, com firmeza, e estende suas mãos para as suas irmãs. O brilho determinado em seus olhos mascara a ansiedade que sente, mas há um vislumbre de nervosismo em sua expressão.Alys quer muito conhecer a lycan que sua irmã mais nova amadrinhou, contudo, ela sente um arreio ao pensar que finalmente, depois de tantos anos, finalmente irá reencontrar sua irmã mais velha, Melody.Há cinquenta anos, quando viu o massacre horrendo que Melody fez, a interação entre elas foi amarga, e agora, a culpa que carrega só faz as suas mãos suarem.Liana, ao lado de Alys, aperta a mão dela, tentando transmitir uma calm
— Soltem-na agora! — Miguel rosna, sua respiração pesada e rouca, seus olhos fixos em Sasha, mas o fedor da magia negra e a presença dos lobos solitários o impedem de agir com descuido. Ele sente cada fibra de seu corpo gritar pela luta, sua fêmea está presa e vulnerável, e ele não pode permitir que o ritual continue, precisa tirá-la de lá.Melody não reage, continua focada no livro nas mãos da Luna Cimex Mara, recitando cada palavra com precisão e frieza. Sua postura é rígida, sua mão segura a adaga. As palavras que saem de sua boca são incompreensíveis, mas carregam uma energia opressora, que parece absorver o ar ao redor.— Oh, Genuíno, até que você demorou de chegar — a voz de Lukan corta o ambiente, carregada de sarcasmo e desdém, um sorriso sínico brinca em seus lábios, mas ele não pode um músculo para se levantar do altar, seus os fixos em Sasha, aguardando ansiosamente a transferência dos poderes. — Só estava faltando você para o show.Miguel trinca os dentes. Ele sente seu sa
Miguel sente o peso dos lobos solitários em seu corpo, cada um deles se movendo como se fossem partes de uma máquina incansável. Ele balança o corpo violentamente, jogando dois dos lobos para longe, mas o terceiro se mantém firme, cravando suas mandíbulas profundamente em seu ombro. Um rugido de dor e fúria explode de Miguel enquanto ele gira o corpo e se joga contra a parede da caverna, esmagando o inimigo entre seu peso e a rocha. O som do impacto é gutural, seguido por um grito de agonia do lobo que cai, inerte, ao chão.Mas não há tempo para respirar. Dois novos inimigos avançam, suas garras reluzindo à luz das velas que cercam o altar. Miguel encara o desafio, seus olhos dourados brilhando com a intensidade de um trovão prestes a estourar. Ele investe contra os lobos, suas garras cortando o ar. Uma de suas investidas atinge o rosto de um dos lobos, que recua uivando de dor, mas o outro aproveita a brecha e crava os dentes profundamente na coxa de Miguel.Toda vez que recebe uma m
Mariana desvia os olhos marejados de Sasha para Melody, que permanece concentrada, recitando palavras incompreensíveis do livro de rituais proibidos. O coração de Mariana aperta, uma dor quase insuportável ao ver o que sua querida irmã está prestes a usar sua afilhada como sacrifício. As lágrimas ameaçam cair, mas ela as contém, substituindo o desespero pela determinação.Ela inspira profundamente, sentindo o calor familiar percorrer suas veias. As chamas dançam em suas mãos, crescendo com intensidade enquanto ela foca no alvo: o livro que uma lycan segura com firmeza, o objeto que alimenta aquele ritual terrível.⸺ Você não é assim, irmã, isso tem que parar! ⸺ Mariana grita, a voz carregada de emoção e fúria.Com um movimento rápido, ela lança uma bola de fogo direto em direção ao livro. A esfera ardente corta o ar, iluminando a caverna com um brilho intenso. Mariana não desvia o olhar, esperando ver o impacto destruir o livro e encerrar aquele ritual antes que seja tarde demais.Mas
— Aonde está indo, bruxa? — Lukan rosna, suas sobrancelhas franzidas enquanto observa Melody se afastar do altar, tomando o livro das mãos de Mara, dando as costas e caminhando para fora do escudo que ela criou para não deixar que nada atrapalhasse o ritual.Melody se vira lentamente, os olhos repletos de um desprezo frio, enquanto um sorriso cínico se abre em seus lábios finos, então ela se vira novamente, voltando a caminhar lentamente.— Ei! Volte aqui, maldita! Termine o ritual! Passe os poderes dela e do filhote para mim! — Lukan grita, se levantando do seu lugar no altar e avançando em direção a bruxa.Melody ergue uma sobrancelha e dá uma risada curta, sentindo-se divertida com a cara que Lukan está. — Eu jamais daria poder nenhum a qualquer lycan maldito. Vocês são criaturas insignificantes e merecem a extinção — sua voz é calma, mas carregada de veneno.Antes que Lukan possa reagir, Melody estende a mão e quebra a barreira que ela havia criado. A bolha de magia negra se diss