A PORTA ESTÁ TRANCADA, tento girar a maçaneta e ela não cede. Dou socos, talvez mamãe esteja dormindo exausta, mas não escuto nem Johin.
Aos poucos, a irritação da porta ter sido deixada trancada como se esquecessem de mim dá lugar à preocupação. E se mataram minha família? Posso ter feito algo muito grave ontem, algo que tenha irritado algu&eac
— NÃO ME INSULTE NA FRENTE DOS NOBRES. — Devon puxa um lenço vermelho do bolso da frente do paletó e estende para mim. Desde que nos encontramos, é a primeira vez que ele dirige palavras a mim.Pego o lenço macio, de qualidade, e seco os olhos, tentando não borrar a maquiagem. Olha, um gesto de bondade! Quase me convence que é um lorde, se eu não conhecesse o l
— JAYLEE, SAIA DO BANHO E VÁ BUSCAR sua prima! — Minha mãe espanca a porta do banheiro do meu quarto. — Você vai se atrasar!Desligo o chuveiro e me enrolo com o robe azul claro. Abro a porta, liberando o vapor do banho e encaro minha mãe, de saia cinza e blusa preta, os cabelos castanhos escuros presos em um coque, de brincos e bochechas coradas. Sabe quanto tempo eu não a ve
Um zumbido constante maculava a audição. Com as roupas manchadas de sangue, invadi a arqueria gritando, chamando por ajuda. Román estava lá com Devon e mais alguns nobres da casa Lunysum, treinando arco e flecha. Não sei se consegui pronunciar as palavras direito, mas me acompanharam ao local do incidente.Nytacha estava deitada com os olhos travados, como se fossem de vidro, focando no nada,
— ADIVINHA QUEM É? — pergunto, tapando os olhos de Lyek durante o horário de almoço, surpreendendo-o no momento em que ele abre sua marmita, sentado sobre o capô de um grande carro preto da garagem.O silêncio é entediante e há escuridão na garagem de paredes sujismundas. O teto é baixo, que dá sensação de confinamento, e
— LEIA E QUEIME NO CINZEIRO. — Antes de entrar na sala o homem de monóculo na minha frente me estende um pequeno envelope vermelho com o selo da Casa Riezdra. Abro o lacre e o envelope se abre em um papel. No centro, com letras de caligrafia, em tinta preta:&ldqu
HÁ UM BURACO NO CHÃO DE TANTO que ando de um lado ao outro. Meu coração bate pesado, meio sem ritmo. A porta abre, ferindo meus olhos com a iluminação. Tomo um susto e abaixo, me escondendo atrás do sofá. Devon joga Zane para dentro da saleta.— Tome todo o vermouth, não desperdice tempo. — E fecha a porta com um estrondo.<
O CORPO DE ZANE CAI NO CHÃO LEVANTANDO POEIRA. Solto das amarras, ele nem se mexe e encaro suas costas com marcas vermelhas e sangue. Nem sei dizer se ele ainda está vivo, as batidas do meu coração são doloridas e agoniadas.A multidão se dispersa. Há quem passe por Zane e cuspa perto dele, ou nele. Sinto raiva dessas pessoas por se julgarem superiores por obedecerem. São
MEU VESTIDO É VERMELHO ESCURO, colado ao corpo e em corte reto, com o final da saia bem aberto como uma tulipa. O busto de renda é transparente e me deixa com vergonha, pois dá para ver o contorno do bico dos meus seios.— Jay! — Zane passa o braço pelos meus ombros, ele está cheirando a sabonete. Ele beija meu rosto, mas estranha que estou com os braços cruzados por cima do