A FRONTEIRA É UM GIGANTESCO muro de energia que rodeia Bawarrod a apenas cinquenta quilômetros dos muros da cidade. Parece uma distância grande, mas para naves espaciais deve ser como centímetros. Levamos alguns minutos para atravessar em velocidade ultrassônica e, uma vez que ultrapassamos o perímetro de segurança, fico com a sensação de que a qualquer momento posso ser atacada por alienígenas.
O ALOJAMENTO DOS ESCRAVOS não é a melhor coisa do mundo, mas ao menos cada um tem sua tenda, separada pelas Nove Casas. A minha não é das maiores, sou apenas uma escrava. Os maiores números de escravos é Lunysum e Mordecai, suas tendas são várias e unidas.Os guardas nos rodeiam e estamos isolados dos outros alojamentos, parece limpo e seguro. Temos cobertores, água
— JAYLEE! VÁ SE ARRUMAR OU VOCÊ VAI se atrasar para a festa dos nobres! — mamãe grita, despertando-me do sono gostoso ao que estou entregue em um colchão macio. Rolo por dentro dos lençóis frescos e abro os olhos devagar. A luz alaranjada do pôr do sol entra pela pequena janela redonda do meu quarto.O apartamento é menor que o anterior, mas não estou em p
— VOCÊ DEVE PARAR AGORA. — Devon segura firme em meu ombro, puxando seu braço e arrancando da minha boca.Ele está ajoelhado na minha frente, seguro em seu braço e dou uma lambida em seu sangue mais uma vez. Meu corpo inteiro pega fogo, em descontrole, com toda a energia que tenho dentro de mim, não desejo por mais nada.
CAVALGAMOS POR TERRAS CONGELADAS, não há nenhuma luz, apenas a enorme escuridão da noite e o céu nublado, enegrecido. Com a visão noturna, o cenário fica um pouco azulado, sem sombras, como uma pintura a óleo mal feita. O vento gelado bate na minha nuca, bochecha e nariz, um pouco incômodo e causa um pequeno estremecer na mandíbula, entretanto, os vampiros não sentem o mesmo frio que eu.
CELESTE GIRA O GALHO NA MINHA DIREÇÃO. Rolo rapidamente para o lado inverso, escapando do golpe. Por cima da minha cabeça, ela joga o tronco em cima de Zane, que ergue as duas mãos e o galho volta na direção dela, atingindo-a com força. Os pés de salto fino arrastam pelo chão deixando duas marcas na neve e ela se estatela de costas, com o tronco na barriga. —
A DENSA NEVASCA SE MISTURA À POEIRA e fuligem das enormes labaredas de corpos decrépitos dos carniçais abatidos. O vento esfria uma das minhas bochechas, enquanto as chamas de uma fogueira de cadáveres esquenta a outra. Contemplo o cenário de batalha, que se estende por metros até os flancos próximos aos portões de N-D44, com a certeza de que estou ficando habituada ao cenário de destruição. O odor é terrível, mas não me importa. ENCHO MINHA BOCA COM O GOSTO DOCE DE DEVON, ainda assim, o beijo com demora e suavidade. Abro os olhos para encará-lo nesse instante em que me afasto, mordendo a boca, guardando para mim a sensação de seus lábios deliciosos contra os meus. Ele pigarreia, erguendo as duas sobrancelhas e os olhos dourados na minha direção. Estreito os olhos analisando-o bem. Essa reação.— ATRAVESSO PELAS MURALHAS QUE contornam a aldeia inuit para chegar aos aposentos de Bawarrod, um suntuoso castelo com a parte de trás colada na geleira, rodeado por árvores e um grande jardim. Chego acompanhada por uma escolta do Grande Império, seis guardas de armaduras caminharam comigo, dois à frente, dois ao meu lado e dois atrás, sinto-me até importante nesse momento, atraindo olhares curiosos. Há uma grande escadaria que preciso subir até chegar a uma enorme porta pontuda de madeira e ferro. Um dos guardas puxa uma alavanca em uma grande roldana de correntes, fazendo-as soltar. A porta sobe com um ranger.<(32) Azar no Jogo
(33) Silêncio na Casa Bawarrod