A DENSA NEVASCA SE MISTURA À POEIRA e fuligem das enormes labaredas de corpos decrépitos dos carniçais abatidos. O vento esfria uma das minhas bochechas, enquanto as chamas de uma fogueira de cadáveres esquenta a outra. Contemplo o cenário de batalha, que se estende por metros até os flancos próximos aos portões de N-D44, com a certeza de que estou ficando habituada ao cenário de destruição. O odor é terrível, mas não me importa.
ENCHO MINHA BOCA COM O GOSTO DOCE DE DEVON, ainda assim, o beijo com demora e suavidade. Abro os olhos para encará-lo nesse instante em que me afasto, mordendo a boca, guardando para mim a sensação de seus lábios deliciosos contra os meus. Ele pigarreia, erguendo as duas sobrancelhas e os olhos dourados na minha direção. Estreito os olhos analisando-o bem. Essa reação.— ATRAVESSO PELAS MURALHAS QUE contornam a aldeia inuit para chegar aos aposentos de Bawarrod, um suntuoso castelo com a parte de trás colada na geleira, rodeado por árvores e um grande jardim. Chego acompanhada por uma escolta do Grande Império, seis guardas de armaduras caminharam comigo, dois à frente, dois ao meu lado e dois atrás, sinto-me até importante nesse momento, atraindo olhares curiosos. Há uma grande escadaria que preciso subir até chegar a uma enorme porta pontuda de madeira e ferro. Um dos guardas puxa uma alavanca em uma grande roldana de correntes, fazendo-as soltar. A porta sobe com um ranger.<(33) Silêncio na Casa Bawarrod
UM POUCO ANTES DO AMANHECER, RESOLVO IR EMBORA, estou cansada e preciso dormir um pouco.— Por favor, volte breve. — Lady Lucretia me abraça forte, novamente como se eu fosse uma amiga que não vê há séculos, olho para Zane por cima do ombro e ele está sorrindo. — VOCÊ ESTÁ PRONTA? — A MÃO QUENTE DE DEVON está na minha nuca, firme, causando choques por todo o meu corpo.— Estou. — NÃO IMPORTA O QUE VOCÊ TENHA para dizer, não estou interessada em ouvir. Você não tem nem que se justificar, Lyek. Está seguindo a sua vida e isso é ótimo para você! — Jogo as palavras como um vento forte, a voz ardida.— Como você pode ser tão estúpida?! — Ele exala ar pela boca e segura no meu rosto com as duas m&atild(35) Masmorras
(36) Guerreiros de Gelo
SENTADA EM UMA POLTRONA VITORIANA, CAEDYN toca uma melodia intensa e dramática. A imagem é de pura sensualidade, enquanto ela toca um enorme instrumento entre as pernas, usando um vestido marfim curto e sapatos pretos de salto bem alto, que elevam seus joelhos, a luz alaranjada, proveniente de um antigo lampião, faz seus cabelos cacheados parecerem uma tocha flamejante.O cheiro do recinto é de &o
ACORDO ASSUSTADA COM O BARULHO de um tiro e me sento, respirando ofegante. O quarto está escuro e só há silêncio. Olho para o lado, Devon está dormindo com os braços para cima e o corpo inteiramente nu, apenas um pedacinho de lençol branco cobrindo sua cintura.Vivo. — ENTÃO VOCÊ AINDA COME ESSE LIXO?— Jay! — Lyek abre um sorriso com a boca cheia de arroz e carne de tubarão. Ele solta a marmita em cima do capô e desce do carro, uma Ferrari preta e prateada, com modificações. Respiro fundo, olhando para esse rapaz robusto e de olhar amável. — Veio me visitar? — Não esconde seu sorriso, que esquenta meu co(39) Lanternas