Cidade de Deus – Rio de Janeiro – Brasil
Como de costume em todas as sextas feiras, o baile funk começava a todo vapor e muitas pessoas se reuniam naquela quadra no pico mais alto do morro da Cidade de Deus. Muitas pessoas vinham de longe apenas para essa ocasião, muitos funkeiros famosos compareciam, assim como muitos dos traficantes mais perigosos daquela comunidade. E não só os moradores compareciam, muitas pessoas de outros morros e até do asfalto subiam o morro para curtirem. Era uma festa com muita bebida, musica, drogas e sexo para todos os gostos.
E lá vinha ele em seu carro preto rebaixado, Mikael dos Anjos, o recém auto intitulado o patrão da quebrada, o dono do morro, e o traficante mais perigoso e sangue frio da Cidade de Deus e de todos as comunidades da mesma facção.
O carro estacionou na frente da quadra e Mikael saiu todo imponente, duas pistolas prateadas enfeitavam a cintura de sua calça jeans e mostrava-se junto ao seu abdômen negro todo definido. Usava uma blusa de botão branca com as mangas dobradas na altura do cotovelo e carregava um fuzil pendurado em suas costas. Cordões grossos de ouro enfeitavam seu pescoço acompanhados de um relógio Rolex também de ouro.
Mikael era negro e desfilava um tipo físico forte e bastante definido em seus um metro e oitenta e cinco. Cabeça raspada no estilo que a quebrada chamada de “corte na régua”. Duas pedras de diamantes completavam seu visual despojado em cada orelha como brincos.
De dentro do veículo saíram mais dois homens armados, supostamente seus guarda costas.
Todas as novinhas lhe olhavam com desejo – e até alguns homens também. Alguns lhe olhavam com respeito, e outros com medo, alguns com inveja. Muitos não aceitavam que o mesmo estivesse no comando do morro, ou até mesmo queriam lhe tomar o lugar.
Mikael acenou para o motorista e o mesmo saiu de imediato com o carro para estaciona-lo em algum lugar. Após ser cumprimentado por alguns de seus comparsas, um outro homem armado de um fuzil se aproximou e cochichou algumas coisas em seu ouvido. A expressão do chefe do morro se alterou para mais sério ainda do que estava.
- Leva o filho da puta desse X9 pro micro-ondas, mas antes quero que quebrem todos os ossos de seus braços e pernas. – Mikael chamou mais um de seus comparsas e continuou com mais frieza ainda. – Quero que filme essa fita e poste em todas as redes sociais e façam disparos em massa para todos os grupos do zap ta ligado? Esses alemão tem que se ligar que aqui a gente não aceita a porra desses cuzão do caralho.
Mais um dia da rotina de Mikael, um homem frio, odioso e calculista. Só naquele dia já tinha mandado matar três crias de uma outra facção, que tinham entrado infiltrados para ficarem de olheiros e passar para os líderes da facção rival.
Mikael pegou um copo de whisky com energético da mão de uma mulher por quem passou e se direcionou para dentro da quadra, queria começar sua noite curtindo como fazia todos os finais de semana, com muita droga, putas e funk proibidão.
Enquanto isso a alguns minutos de distância do morro da Cidade de Deus, um carro prata em alto velocidade cortava a estrada tocando um funk proibido em alto som, que se misturava com gritos eufóricos de algumas meninas que pareciam bastante animadas e descontroladas.
- Bora Angelina cheira essa porra, hoje você vai ficar doidona caralho. – Uma voz bastante histérica convidada a tal Angelina para usar um pouco daquela droga branca que estava separada em cima de um caderno.
- Para com isso, eu já disse que não vou usar nada disso não, e nem queria ir para esse baile funk aí, sabe que não gosto dessas coisas e muito menos daquele tipo de gente. – Angelina afastava o caderno com a droga de perto dela e sua amiga em apenas um movimento, usou toda aquela substancia usando um canudo formado por uma nota de duzentos reais.
- Ah, você é muito careta anjinha, só não vá fazer a gente passar vergonha lá hein. Hoje to muito louca, quero dar para um traficante negro bem gostoso, e ainda vou pedir para me fuder com a arma na minha boca. Já fico toda molhada só de lembrar da última vez em que subi o morro, puta merda.
- Você é muito louca amiga, não sei como gosta de ir para essas favelas, ainda mais cheia de bandido e gente feia. – Angelina a observava com medo, sua amiga fungava muito do nariz e estava com os olhos completamente arregalados.
- A patricinha da mamãe ta com medo de moleques armados é? – Comentou uma terceira menina com tom de desdém.
O motorista do carro confirmou que já tinham chegado e parou o carro bem na entrada do morro da Cidade de Deus. O baile funk estava a todo vapor e lá de baixo já se ouvia o som das putarias cantadas daquela melodia prazerosa.
As duas meninas desceram do veículo, sendo que Angelina ameaçou não descer com elas, até que uma delas a puxou pelos braços arrotando varias palavras sem sentido devido ao seu estado completamente deplorável por causa do uso das substancias proibidas.
Angelina parecia uma boneca de porcelana, sua pele era bastante delicada e muito branca, parecia que nunca tinha tomado os raios do sol do meio dia, seus longos cabelos loiros eram tão finos e sedosos que desciam por seus pequenos ombros como se fossem águas de uma cachoeira. Sua sobrancelha estava impecavelmente desenhada, e seus olhos brilhavam ainda mais azul com a luz da lua cheia a lhe iluminar o rosto de princesa do asfalto.
Angelina ia subindo o morro ao lado de suas amigas com bastante cautela e medo, ela via diversos homens armados e isso lhe embrulhava o estomago. Ao contrario de suas companheiras, que além de estarem bastante alteradas, já adoravam aquele ambiente e aqueles que ali habitavam.
Finalmente o trio chegava a famosa quadra da Cidade de Deus, o som estava ensurdecedor e muitas pessoas mostravam – se bastante bêbadas e drogadas. Angelina queria ir embora, mas sabia que suas amigas não iriam lhe acompanhar, e só de pensar em descer aquele morro a noite e com diversos homens estranhos e armados pelo caminho, lhe fazia se esforçar em permanecer ali.
Suas amigas lhe puxaram pelas mãos e foram até o meio daquela multidão, elas se esfregavam uma na outra enquanto dançavam e Angelina observava tudo a sua volta bastante assustada, estava nervosa e com bastante medo.
Homens e mulheres ostentavam todos os tipos de armas e dançavam apontando seus objetos para o alto, era tudo normal para eles, menos para nossa pequena anjo loira do asfalto.
Angelina estava ficando tonta, o cheiro das drogas lhe enjoava e ela queria vomitar. Tudo a sua volta parecia girar sem controle e todos os olhos que lhe encaravam com escarnio, pareciam desfigurados e retalhados.
Ela estava se embriagando com a maresia do cigarro do diabo.
Quando Angelina achava que ia desmaiar, acabou se trombando com alguém, o golpe fora tão violento que a mesma fora jogada ao chão sem ao menos conseguir se apoiar em alguma das pessoas que estavam a sua volta.
Seu vestido branco ficara completamente ensopado com os mais variados tipos de líquidos que escorriam pelo solo daquela quadra. Ela queria chorar, queria fugir, mas ao mesmo tempo estava começando a ficar possessa de ódio. Raiva de suas amigas, daquela gente que para ela eram imundas e estranhas e de todo aquele ambiente.
Ao olhar para o alto e ver aquele homem que fora o responsável pela sua queda lhe olhando e sorrindo com desdém, ela não pensou duas vezes. Angelina se levantou bastante furiosa e com apenas um movimento acertou a face daquele homem com um tapa tão forte que todos que estavam em volta pararam de dançar para observar o que estava acontecendo.
Mas a curiosidade dos demais não seria nem pela confusão em si, mas sim, pelo fato de quem era aquele homem.
O homem a sua frente não era nada mais, nada menos que o próprio Mikael, o dono daquele baile e daquele morro. Com o tapa desferido contra seu rosto, o mesmo acabou por deixar seu copo de whisky cair e molhar toda sua barriga agora despida. Ele a olhou com os olhos de ódio que todo mundo já cansara de ver quando o chefe ordenava a execução de alguma pessoa.
Um dos homens que estavam com Mikael tomou a frente da situação e sem pensar duas vezes, agiu contra aquela pobre e indefesa menina.
- Quem a filha da puta ta pensando que é caralho? –O parsa de Mikael lhe agarrou pelos cabelos e no mesmo instante lagrimas rolaram pelo rosto agora pálido de Angelina. – Tá achando que vai subir o nosso morro para fazer merda, sua vadia?
Angelina apenas chorava descompassada e soluçava sem controle. Suas amigas tentaram intervir, mas foram impedias por duas mulheres que estavam com Mikael. Ambas estavam assustadas e já imaginavam o pior.
- Levam essa noia filha da puta lá pra trás e enfiem a porrada nessa patricinha do caralho pra ela aprender.
As duas mulheres a pegaram pelos braços enquanto Angelina permanecia imóvel aos prantos olhando para o vazio. Suas amigas gritavam e pediam para terem piedade dela, que a mesma não teve a intenção e muito menos era de criar confusões.
- Soltem a menina. – A voz de Mikael soou grave e em alto som após o DJ desligar o som. As duas mulheres que carregavam Angelina se viraram para o dono do morro e a largaram, fazendo com que que ela caísse ajoelhadas no chão de frente a Mikael.
Ele a permaneceu olhando do alto enquanto as amigas de Angelina lhe imploravam para deixarem elas irem embora. Mikael já conhecia aquelas mulheres, já tinha comido as duas na semana anterior. Eram duas ótimas amantes e clientes também. Então aceitou o apelo de suas conhecidas.
- Levem essa puta daqui, e não tragam mais essa patricinha mimada de merda pro meu morro. – Mikael sacou sua pistola e deu dois tiros pro alto. – Liga a porra do som caralho. Vamos curtir essa porra.
Mas antes que fossem embora, Mikael se aproximou e gritou para Angelina e suas amigas.
- Olha só sua putinha, me agradeça por eu estar de bom humor, mas a próxima vez que eu ver sua cara branca e nojenta aqui na favela, vou deixar você careca, entendeu vadia? – Sua voz se alterou com bastante agressividade enquanto esfregava o cano de sua pistola na boca de Angelina.
E novamente em mais um ato de loucura, Angelina fez o impensável.
- Vai se fuder seu favelado filho da puta. – E com ódio e força, Angelina cuspiu no rosto de Mikael, que no mesmo instante lhe devolveu com um tapa em sua face.
Angelina caiu de costas no chão e observou Mikael lhe apontar a pistola na direção do seu rosto. Diversas memorias de toda sua vida passavam na frente de seus olhos como cenas de um filme dramático, ou melhor, como em um filme de terror. Sua pele ficava fria e sua saliva descia feito pedra por sua garganta. Pensou que fosse morrer, mas ainda não era a sua hora.
- Já falei para vocês duas levarem essa louca drogada filha da puta daqui porra. – Mikael deu mais um tiro pro alto e no mesmo instante as amigas de Angelina a pegaram pelo braço e a arrastaram para fora daquela quadra.
Mikael observou as pessoas lhe olhando e mandou o DJ continuar com a festa. De longe ele observava as meninas irem embora e balbuciou algumas palavras que só ele pudera ouvir.
- Angelina. Não vou esquecer desse nome.
Cidade de Deus – Rio de Janeiro – BrasilJá passavam das cinco da manha e o baile ainda não tinha terminado, pelo contrário, não só dentro, mas também ao lado de fora, muitas pessoas ainda dançavam, se pegavam e bebiam, além de usarem drogas como de costume.Dentro de um carro preto próximo dali, Mikael transava com duas mulheres que conhecera nessa madrugada, e ambas se preparavam para sair do veiculo ainda colocando suas roupas.Mikael diferente dos que lhe cercavam, não usava drogas, falava perfeitamente bem, e com poucas gírias. Era um homem estudado e nem sempre fora um homem mal ou do crime, muitos fatores de um passado não tão distante o fizerem se tornar o homem frio e cruel que é hoje.O dono do morro terminou de vestir suas calças e colocar sua blusa branca social e desceu do carro, onde um homem armado com um fuzil e com uma aparência bastante amedrontadora o aguardava. Mas ele era apenas um dos homens que serviam a Mikael, e tinha algo bastante importante para lhe dizer.-
Cidade de Deus – Rio de Janeiro – BrasilMikael andava de um lado para o outro, estava bastante agoniado, algo que não se via muito naquele homem frio que era um dos traficantes mais perigosos do Rio de Janeiro.A princípio, ele tinha achado que a menina tinha sido sequestrada, mas ao saber que fora dada por seu pai como tempo de espera e garantia para receber o pagamento que o deputado lhe devia, já era demais – até para ele.Mikael administrava um puteiro ali na comunidade, e um de seus homens sugeriu que usassem aquela menina para ganhar um pouco de grana. Era novinha, bonita, parecia uma princesa, e possivelmente era virgem. Os playboys e os quebradas iriam fazer fila para se aproveitarem dela, e certeza que iria gerar muito lucro. Além de que poderia ser uma mula maravilhosa para aumentar ainda mais o lucro do tráfico de drogas.Mikael estava pensando muito no que iria fazer com aquela menina, e disse que ninguém mais poderia saber do que tinha acontecido, e nem que aquela garota
Cidade de Deus – Rio de Janeiro – BrasilO dia já amanhecia e Mikael mal tinha conseguido pregar os olhos, muito menos pensar com clareza sobre os últimos acontecimentos. Algo estava acontecendo com ele, e o mesmo não conseguia entender o que era na verdade.Já haviam se passado pouco mais de uma semana desde que Angelina tinha sido entregue a ele como garantia de pagamento por seu pai, e ele ainda não tinha decidido o que fazer com ela. Não gostava de sequestros, por que na sua cabeça não tinha nada pior do que ficar de babá para marmanjos velhos, ainda mais uma garota irritante, chata, chorona e escandalosa como Angel.Mas não era apenas isso que estava tirando a sua paz. Haviam relatos de um infiltrado seu em uma das comunidades rivais a sua, que dizia que estavam tramando uma guerra, que a Cidade de Deus estava para ser invadida, mas não haviam confirmações claras e muito menos como e quando.Para piorar, os únicos dois homens de sua confiança que sabiam sobre a Angel, o estavam c
Cidade de Deus – Rio de JaneiroA vida de Angel não poderia estar pior, além de ter sido dada como forma de garantia de pagamento pelo seu pai ao dono do morro, agora tinha o terrível destino de ser uma das putas particulares de um dos puteiros de Mikael.Angel passou a manhã inteira em prantos, aquele quarto escuro e úmido lhe servia como uma tumba ou tumulo para suas angustias e lamentos hora após hora.Ela já havia desistido de clamar e gritar por socorro, ninguém a poderia lhe ouvir, apenas aqueles dois homens que lhe vigiavam vinte e quatro horas por dia.Mikael já estava a horas sem dar as caras, e ela não conseguia imaginar o que iria acontecer quando o mesmo voltasse. Queria implorar e clamar pela sua liberdade, mas isso iria colocar a vida de seus pais em cheque, melhor dizendo, seria a pena de morte par aqueles que lhe cuidaram com todo amor e carinho desde seu nascimento.Ela não conseguia mais imaginar como seu pai poderia ter descido tão baixo, além do fundo do poço mais
Rio de Janeiro – Cidade de DeusHá alguns anos.Mikael sempre foi um rapaz tranquilo, trabalhador e amava muito sua família – sua mãe e seu irmão mais novo, Rafael. Mikael era bastante ambicioso e sonhava um dia ter seu próprio negócio, ser patrão como ele mesmo dizia, pois não queria ficar se rebaixando a chefe nenhum para ganhar menos que um salário mínimo.Ele e sua família sempre viveram na Cidade de Deus e eram bem humildes, moravam em uma pequena e simples casa que não tinha azulejo e muito mal acabamento de concreto nas paredes. Ele dividia um quarto bastante pequeno com seu irmão mais novo e dormiam em um beliche – uma cama em cima e outra embaixo. Mas eram bastante felizes.Desde cedo Mikael aprendeu a viver sozinho, sem apoio das pessoas que mais amava, já que sua mãe só tinha olhos e parecia mais gostar de Rafael. Mas também pudera, o rapaz estava sempre metido em confusão com gente errada e por diversas vezes chegou em casa bastante machucado ao se envolver em brigas por c
Rio de Janeiro – Cidade de DeusHá alguns anos.Já era madrugada e Rafael mal conseguia pregar os olhos, deitado em seu beliche na cama de baixo, ele só pensava nas ultimas palavras de sua namorada Viviane. A noticia em certa parte era algo maravilhoso, mas ambos eram novos e nenhum deles tinham emprego, e isso lhe perturbava a mente e lhe preocupava em demasia.Rafael estava bastante inquieto e sentou-se em sua cama, estava pensativo e não sabia como iria lidar ao certo com aquela situação inusitada, e muito menos como iria contar para sua mãe, ou para os pais da menina.Algumas semanas se passaram e finalmente chegara o dia de se alistar no exercito brasileiro. Mas não somente ele, mas muitos jovens até vinte e cinco anos que haviam sobrado no serviço militar, teriam que se alistarem obrigatoriamente. Essa seria a chance que tanto disse a Viviane, uma chance para conquistar uma carreira sólida nas forças armadas e dar uma vida digna para ela e sua futura criança.Refletindo em tal a
Rio de Janeiro – Cidade de Deus~ Mikael P. O. V. ~Hoje irei contar a vocês uma história nenhum pouco feliz e que possa vir a servir de exemplo para quaisquer pessoas. Então porque eu fiz tudo o que vocês estão prestes a testemunhar em minhas palavras? Porque a vida nem sempre é justa e nem sempre aquilo que fazemos é realmente o que deveria ser feito, mas como eu disse antes, A VIDA NÃO É JUSTA. Então a partir de hoje eu também não seria.Já tinham se passado três dias desde que meu irmão, eu e Adilsinho tínhamos ido nos alistar. Meu irmão que era o que mais queria tal compromisso, a ele lhe foi negado, assim como para Adilsinho. Agora eu que não queria nem de longe entrar naquela merda de exército, fui condenado a esse fardo. Perder o tempo da minha vida tendo que abaixar a cabeça para aqueles ratos fardados para ganhar uma miséria de salário.Era uma sexta feira a noite e estávamos em um barzinho ali perto de nossa casa como sempre fazíamos. Eu estava bebendo um pouco junto de uns
Rio de Janeiro – Cidade de Deus~ Mikael P. O. V. ~Muitas pessoas costumam falar que as pessoas entravam na vida do crime por falta de vergonha na cara ou por querer dinheiro e bens de forma facilidade e rápida. Mas nem sempre as coisas são exatamente dessa forma. A vida é traiçoeira e não somos nós que controlamos nosso destino, o destino que nos controla.Aquela noite eu não consegui por um segundo pregar meus olhos. Eu estava deveras preocupado com meu irmão Rafael, ele não era do crime, e muito menos tinha culhão para um assalto, ainda mais armado.Assim que ele chegasse em casa eu iria ter uma conversa muito séria com ele, eu iria ajuda-los nessa gravidez. Eu estava trabalhando, ia dar tudo certo. Seria bem difícil, mas pelo menos não ia precisar conviver com o meu irmão mais novo enfiado nessa vida nojenta do crime.Tentei me manter acordado, mas o álcool permanecia forte agredindo meu estomago e minha cabeça. Eu não conseguia mais resistir ao sono e a bebida e acabei cedendo a