- Essa peça se encaixa aqui, eu tenho certeza
- Não se encaixa – eu falo e pego outra – Tenta essa
- Mas aqui está tomando uma forma – Vince aponta e eu me inclino tentando ver – Está vendo?
- Na verdade não
- Está sim, e seu eu conseguir encaixar essa daqui.... – Ele tenta de novo e eu suspiro – Vai formar um golfinho
- O que? – eu pergunto arregalando os olhos e rindo – Que golfinho?
- Tem um golfinho sim, bem aqui
- Vince no desenho não tem um golfinho, o quebra cabeças forma o desenho de um castelo – eu falo rindo e ele resmunga pegando a caixa
- Que porcaria – ele diz depois um segundo e eu pego a pecinha encaixando em outro lugar – Não quero mais brincar
- Quer sim, você tem que montar isso
- Não tenho não, alias eu não sou obrigado
- Estou lhe obr
Sky (Um ano depois)Eu: Você e o vovô estão prontos?Kit Kat: Mais ou menos, o Vince está meio pirado hojeEu: Como assim?Kit Kat: Ele quer ir de cachecolEu: Qual o problema nisso?Kit Kat: Está escrito Beethoven em letras garrafais Começo a rir enquanto me dirijo ao elevador e recebo um olhar atravessado de Declan.- O que a Katherine e o Vince estão apront
Kathy (Quatro meses depois)Arrumo a mesa com as flores que Vince pediu para colocar e já estou indo checar a cozinha quando vejo ele perambulando de um lado para outro.- Vince?- Oi Kathy, então colocou as flores?- Sim, eu coloquei- E os quartos estão prontos? – franzo a testa confusa com seu nervosismo e me aproximo- Porque está tão nervoso? É só seu neto, tenho certeza que ele vai amar tudo o que você preparou- O Kael não vem a mais de um ano para cá – ele diz suspirando- Porque?- Por conta da morte da namorada, ela morreu no parto dos gêmeos- Aí caramba – eu falo triste e ele acena- Foi bastante ruim para ele lidar com duas crianças, a sorte é que ele tem a quem recorrer – Vince se anima de novo batendo a bengala no chão – A minha sorte é que ela cuidou de tudo para que ele viesse, e vão vir os dois- Espera, quem? – eu pergunto confusa e ele responde- Sophie- E quem.... – Paro quando escuto um movimento de carros e eu ajudo um Vince extremamente ansioso a ir até a frent
- Verdade ou desafio?- Desafio, é claroE essa foi a segunda pior decisão que eu tomei naquela noite. A primeira foi ter ido a uma lanchonete que se chama Cheese’s.Fala sério, quem chama a lanchonete de queijo?- Você se ferrou agora – Íris diz e eu reviro os olhos tomando mais um gole do milkshake que tem gosto de isopor.Eu sei, estranho.- Fala logo- Tudo bem – ela faz uma pausa dramática e eu dou risada, mas paro quando escuto desafio – Te desafio a beijar o cara em que em uma situação normal você não beijaria.- Está maluca?- Eu sou maluca, agora vai, escolhe o cara premiado – olho para a minha irmã maluca e resmungo um palavrão.Ela sabe muito bem que eu não fujo de um desafioEsse é o meu ponto fracoInfernoOlho ao redor da lanchonete e fa&ccedi
Inclino a cabeça olhando para a cadeira e forço a mão contra a roda tentando colocar ela no lugar, ela se mexe, mas volta para o lugar torto dela.Porcaria- Acho que quebrou – a senhora Nanci diz e eu suspiro empurrando mais forte- Vamos ter fé, o que me diz?- Fé eu tenho, só não sei se isso vai funcionar com você dessa vez – arqueio uma sobrancelha para ela que sorri e dá de ombros do seu lugar no sofá – Vamos lá querida, admita, você tentou concertar e quebrou a cadeira de rodas.- Eu não quebrei- Quebrou sim, e eu que não vou me sentar em uma cadeira em que a roda está virada para o lado errado- Você vai poder ir para dois lugares ao mesmo tempo, isso é legal, não é?- Muito engraçado – ela diz chateada e eu reviro os olhos- Não se preocupe, vou p
- O que você está fazendo?Levanto a cabeça e solto um gemido quando sinto tudo ao redor girar. Fechando os olhos me ajeito no sofá e volto a posição normal. Íris se inclina por sobre o sofá e arqueia uma sobrancelha.- Só se passou algumas semanas sem trabalho e já está ficando doida?- Não estou ficando doida- Ah desculpe, porque ficar de cabeça para baixo no sofá é algo muito normal – ela diz e eu resmungo encostando a cabeça no travesseiro.- Eu estava vendo sobre outra perspectivaÍris fica confusa e depois que entende começa a rir, reviro os olhos e pego o jornal do chão antes de olhar de novo.Diferente de mim em todos os aspectos possíveis, Íris era minha personificação de pessoa de bem com a vida. Cabelos negros e ondulados que batiam no ombro, olhos de cor mel,
A nova perspectiva morava em uma mansãoNão, eu não estou brincandoA casa era enorme e ficava localizado no Upper East Side, a mansão tinha uma elegante entrada com portões de ferro que abriam automaticamente quando a visita fosse permitida.Mas o mais legal?O jardim tinha as mais diversas rosas, de todas as cores, de todos os formatos, era basicamente como entrar em um livro de romance de época e fingir ser a mocinha em busca de aventuras. Ou seja, eu estava em uma área muito conhecida.Estaciono o carro na entrada e saio do carro com minha bolsa, averiguo pela milésima vez minha camisa social branca e minha saia preta justa, suspiro aliviada quando não vejo nenhuma mancha. Maravilha, passei dessa fase.Sorrio para o que parece ser uma funcionária da mansão e a acompanho até o escritório. Cacete, aquilo era um quadro de Jackson Pollock?Arreg
- Vamos lá, isso nem doí – eu falo pelo que parece ser a milésima vez para um Vince aborrecido.Deus, já fazia mais de uma semana e ele continuava insistindo em não tomar os remédios e muito menos aceitava a aplicação da injeção.- Não doí porque não é com você- Acredite, eu já tomei diversas vacinas e tirei mais sangue do que pode imaginar – me aproximo da cadeira, mas ele se afasta de novo – Vince!- Não vou tomar e pronto – ele faz uma careta e coloca a mão em torno dos olhos – Estou até me sentindo meio tonto, isso é culpa sua- Se você me deixasse aplicar a injeção não estaria passando mal- Uma ova que nãoSuspiro cansada e olho ao redor do quarto, ainda com a injeção na mão eu olho para Vince de novo e tenh
“Eu nem te conheço, mas sinto que te entendo. Sinto que você me entende. E é disso que eu mais gosto nessa história."Sorrio com essa frase e animada passo a página, me aconchego ainda mais na cama e leio os diálogos seguintes.Parece que estou a horas trancada aqui dentro do quarto e talvez seja porque quando Íris entra no meu quarto eu pulo cinco centímetros na cama antes de olhar para cima assustada.- Caramba, não te ensinaram a bater não?- Na verdade não – ela responde e eu bufo antes de voltar a olhar para o livro em minhas mãos – O que vai fazer daqui a digamos, uma hora e meia?- O mesmo que eu estou fazendo agora- Que bom, então vamos- Seja lá para onde, a resposta é não- Vamos para a aula de yoga- Nem pensar – eu falo rindo ainda concentrada no livro – Estou