Capítulo 50 - Beatrice

Enrolada na cama, os lençóis amassados e retorcidos ao meu redor, tentei conter o soluço que rasgava meu peito em silêncio. O telefone estava ao meu lado, desbloqueado, a tela ainda acesa como um lembrete cruel da minha tolice.

Fui tão ingênua. Como uma jovem iludida, confiei cegamente em meu pai. Acreditei que ele se importava comigo, que me protegeria dos males de sua vida sombria, que não me abandonaria como fez com minha mãe. No entanto, ao questioná-lo, recebi apenas palavras frias e evasivas, como se a culpa fosse minha por duvidar das suas intenções.

A ligação mal durou cinco minutos antes que ele desligasse na minha cara.

— Beatrice? — A voz firme de Ryuu cortou o ar, me arrancando do meu torpor. Não ouvi a porta se abrir e, num lamento baixo, percebi que era tarde demais para esconder o meu estado lastimável. — Você estava chorando?

Lancei-lhe um olhar incrédulo, incapaz de esconder a dor que contorcia meu rosto. Meus olhos estavam inchados, as bochechas queimando. Não havia
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