JéssicaUm mês se passou desde que Leonardo assumiu nossa relação perante a imprensa. Nossa vida, junto, melhora a cada dia. Valentina estudava em uma escola boa, com os melhores professores e ensino. Leonardo contratou uma professora de etiqueta e eu tinha aulas três vezes por semana. Aprendi como viver no mundo dele, descobrindo coisas que jamais imaginei existirem. No meu quarto, terminava de me arrumar. Valentina voltaria para casa em breve e eu escolheria o menu para o jantar. Com o passar dos dias, Joana e Regina passaram a me tratar melhor. Colocava o brinco, quando meu celular tocou. Vi o nome da enfermeira que cuidava da tia Maria e atendi já pensando o pior.— Alô! Falei assim que atendi. Ouço a voz do outro lado dando a notícia que mesmo já esperando, era difícil de escutar. Por, mas que tia Maria tenha me criado de uma maneira suja, ainda assim era a única parente viva que eu tinha nessa vida. A enfermeira me avisou que titia havia partido 15 minutos atrás, sem dor e sem s
LeonardoAguardava Valentina descer para voltarmos para casa. Após o funeral, deixei Jéssica na mansão e avisei que buscaria nossa filha. O enterro foi a pior parte e notei que Jéssica se deu conta da morte da tia, no momento que o caixão foi enterrado. Não conhecia a mulher muito bem, apenas sabia que ela foi quem armou para a sobrinha. Jéssica evitava conversar sobre a tia e eu achava melhor assim. Não queria nada que trouxesse lembranças ruins para nossa vida. Meus pais estão comigo na sala de estar e papai pede que eu envie as condolências para a nora.— Aquela mulher da forma certa. Não passava de uma golpista que queria vida boa — mamãe diz e olhei para o seu rosto horrorizado com as palavras que saem da sua boca. Mesmo que Maria tenha feito o que fez, ninguém deveria ser lembrado dessa forma.— Mãe, a senhora não acha que pegou pesado nas palavras? Ninguém sabe a vida da outra e nem os motivos que cada um se transforma. Tenha, mas respeito pelos mortos.— Soraia, o seu filho te
Jéssica Duas semanas depois Com Áurea ao meu lado, para cuidar de Valentina, nós três passeávamos no Shopping. Leonardo estava viajando a trabalho e voltaria em dois dias. Após a morte da minha tia, nossa aproximação aumentou ainda mais e a cada dia nossa relação se fortalecia. Eu tentava aprender a lidar com os holofotes, jornalistas e estranhos. Agora mesmo, almoçamos na praça de alimentação e aos arredores, os seguranças nos vigiavam. As aulas de etiqueta terminariam em alguns dias, já que Lucy a professora me disse que eu era uma aluna muito esforçada e que consegui aprender tudo muito rápido. Na escola da minha filha, Valentina fez amizade com outras crianças e já planejava seu aniversário dentro de alguns meses. Leonardo nos proporciona de tudo e em alguns momentos sentia tanto medo de acordar desse sonho que vivia. Viviane e eu nos aproximamos, não como amigas de infância, mas sim como duas mulheres adultas que poderiam trocar assunto sobre filhos, casa e maridos. A parte do m
LeonardoDe banho tomado, me acomodo na cama com meu celular. Passava um pouco das nove da noite e esperava que Valentina ainda estivesse acordada mesmo sabendo que era tarde.Ligo para a Jéssica que atende à ligação com a voz sonolenta.— Boa noite, meu amor!Desejo, boa noite, e pela sua voz Jéssica deveria estar dormindo.— Esperei sua ligação e estava tão cansada do passeio de hoje que acabei cochilandoJéssica me responde, imagino ela usando sua camisola e os cabelos soltos e seu perfume que me encantava.— Precisei resolver alguns problemas com a equipe. Pela hora a Valentina deve estar dormindo, certo?Questiono e Jéssica responde que sim.— Dormiu cedo, ela cansou de andar pelo shopping. Aproveitou que não teve aula para se divertir. Mas me fala, você retorna mesmo depois de amanhã?— Volto amanhã à noite. Adiantei muita coisa e duas reuniões. Devo embarcar daqui no começo da noite.— Espero você com ansiedade. Sem você aqui a casa fica tão sem graça.Me diz, respondo que sint
Jéssica— Mamãe, o vovô vai jantar aqui em casa quando?No quarto com Valentina deitada em sua cama, conversamos sobre o jantar que eu organizaria para o pai do Leonardo. Minha filha amou saber que o avô jantaria conosco no domingo. Fui comentar com Áurea sobre minha ideia e a senhora me disse para conversar com Joana e Regina. As duas tinham experiência com esse tipo de jantar e como trabalhavam para o Leonardo há anos, era fácil para organizar tudo.— Seu avô vem sim. Seu pai vai chegar em breve. Vou pedir que ligue para o senhor Ricardo avisando do jantar.Em momento algum, citei Soraia. Deixaria claro para Leonardo que o convite não se estendia para a bruxa da mãe dele.— Queria ver meu papai antes de dormir — Valentina reclama com a demora do pai chegar. O celular estava desligado e passou da hora que o Leonardo me disse que chegaria. Talvez algum assunto urgente tenha aparecido. Só esperava que ele voltasse até a hora do almoço.— Seu pai deve estar resolvendo algo. Agora vamos
LeonardoSentado na cama, olhava a Jéssica dormindo ao meu lado. Eu amava olhar para o seu rosto adormecido e como ela sempre se abraçava ao meu corpo. As boas-vindas que me deu, foi melhor do que poderia esperar. Não trabalharia hoje e nem segunda-feira. Decidi tirar folga para me concentrar na minha mulher e filha. Minha discussão com Larissa antes de retornar, mudou algo dentro de mim. Na viagem de volta, pensei muito sobre meu casamento com Jéssica. E não pensei sobre me casar com ela, por conta do que Larissa me disse. Mas sim pelo simples motivo, que desde a nossa volta eu passei a perceber que ela me fazia bem. Eu agora tinha uma mulher que gostava de mim pelo que eu era e não amava um fantasma. Sem contar que além de estarmos mais velhos, maduros e cientes do que realmente queríamos para nossa vida. Amanhecia lá fora. Passaria o dia com minha filha, matando a saudade dos dias que fiquei separado dela. Jéssica se mexeu ao meu lado, resmungando algo enquanto dormia. Toquei seu n
JéssicaAcordei sozinha na cama. Só esperava que o Leonardo não passasse o dia todo trancado no escritório. Nem tive como falar direito sobre o jantar com o seu Ricardo hoje. De banho tomado, sentada na cama, calço minha sapatilha. Viro meu rosto para a porta, quando ouço passos vindo de fora.— Com certeza é o Leonardo que vem buscar o celular dele — falo sozinha ao ver que o aparelho ficou na mesinha de cabeceira. A porta se abriu e Leonardo entra acompanhado da filha. Nas mãos, uma bandeja de café da manhã gigante e Valentina trazia uma garrafa de plástico com suco de laranja.— Poxa vida, mamãe. A senhora estragou a minha surpresa e a do meu pai — Valentina diz assim que entra com o pai. Leonardo organiza as coisas em cima da mesa que temos em nosso quarto e confusa perguntei se era alguma ocasião especial para um café da manhã como esse.— Nosso plano era outro, porém a bela adormecida acordou antes, então vamos tomar café aqui ao invés de ser na cama.Ajudo Leonardo a arrumar tu
LeonardoMeu dia ao lado da Jéssica e nossa filha foi de diversão e alegria. Após o nosso café da manhã, fui para o jardim em um passeio com Valentina. A menina me contou tudo que aconteceu nos dias que fiquei fora e como sentiu a minha falta. Questionando se seria sempre assim: as viagens e os compromissos que o pai tinha. O almoço foi servido na área da piscina e passamos um bom tempo na água. Jéssica foi praticamente obrigada a se juntar a nós dois e brincamos com nossa filha, conversamos e tivemos um dia como dizem: especial e feliz em família. Agora eu aguardava minha mulher se vestir para o jantar. Valentina já estava pronta e foi com Aurea esperar a chegada do avô. Fiquei tão afastado dos compromissos, que aproveite os minutos antes de descer para verificar os contatos mais importantes. Nada fora do normal. Somente a Larissa me enviando mensagens ofensivas que fiz questão de ignorar todas. Nos momentos que Jéssica ficou sozinha comigo, durante o dia. Não tocou no pedido de casa