JéssicaDesci do carro, apressada e antes que alguém aparecesse. Leonardo foi com os seguranças dele enquanto eu voltei sozinha. As palavras ofensivas, ainda martelavam na minha mente. Leonardo pela segunda vez, me tratou como um lixo e outra vez fui acusada de coisas que não fiz. Ouvia ele jogando na minha cara que invejava a vida da Viviane, que era ambiciosa e não passava de uma mulher vulgar.Como você é burra Jéssica! Burra e iludida sonhando que aquele homem te trataria com um pouco de respeito.Sem nem agradecer, desci e quando abria o portão me assustei ao encontrar Pedro surgindo ao meu lado. Era só o que faltava para completar o dia que já havia começado da pior maneira.—Não quero falar com você e nem tenho nada pra explicar sobre a minha vida — abro o portão e entrei, tentando fechar, mas Pedro é rápido e entra ao mesmo tempo que eu.—Ah, vamos conversar e você tem muito o que me dizer e agradeça a mim, por ter impedido que uma hora dessas a imprensa em peso estivesse aqui
LeonardoA conversa na casa dos meus pais terminou da pior forma possível. De um lado minha mãe dizia que tudo era uma armação vindo daquela mulher, do outro meu pai afirmava que Jéssica tinha os motivos para esconder a nossa relação de todos.Larissa me aguardava na minha casa, com alguns assessores. Teríamos uma reunião de emergência, para saber como seria a reação da mídia depois da revelação de que eu tinha uma filha.Alguns sites até mesmo colocaram isso como algo romântico, mulheres comentavam que se sentiam lendo um romance, enquanto os conservadores antigos afirmavam que era errado um homem como eu omitir algo tão sério.Jéssica estava sendo vigiada em casa. Fui avisado que minha suposta filha estava na casa do Pedro junto da tal amiga da mãe dela.Eu pediria para que uma casa fosse organizada, onde eu pudesse manter meus olhos nas duas. Jéssica não era confiável, iria monitorar todos os passos dela a partir de hoje. Até pensar que foi enviada por algum inimigo para consegui
JéssicaEnquanto arrumava minhas coisas, Pedro foi até sua casa e trouxe Valentina e Fernanda de volta. Ele tentou me convencer a aceitar sua ajuda, porém eu queria sumir para longe de toda essa confusão. Quando as duas chegaram, Fernanda me consolou. Chorei nos braços da minha amiga trancada em seu quarto para que minha filha não me pegasse nesse estado. Não tinha forças para pensar em qualquer coisa no momento. Me sentia a mesma garota de 22 anos, que teve seus sonhos destruídos e viu o amor da sua vida, a tratando como um lixo. Agora eu estava na sala, pensando como fugir com Fernanda me pedindo calma. Valentina foi para o quarto brincar com suas bonecas e nós duas permanecemos ali enquanto eu procurava passagens para o interior do estado em um site de viagens.— Amiga, vamos pensar com calma, tudo bem? Fugir não resolve as coisas e o Pedro tem razão. Não quis te falar nada quando cheguei, porque notei como ficou abalada com tudo isso. A esposa dele, que conversou comigo em partic
LeonardoSolto Jéssica assim que Valentina aparece na sala. Não queria que a menina me olhasse de uma forma assustada e tratei de mudar minha expressão. A amiga surgiu atrás da garota, me olhando nervosa ao me encontrar aqui. —Por que o senhor tá segurando o braço da minha mãe assim?Valentina me pergunta eu me abaixo, ficando à altura dela para responder sua pergunta.—Não é nada, sua mãe e eu estávamos conversando sobre um assunto que vai agradar você.Afirmo e vejo a expressão preocupada em seu rosto mudar para alegre.—O que o senhor conversava com ela?Valentina me diz, sentando-se no sofá me puxando pela mão e acabei me sentando ao seu lado.—Eu vim convidar sua mãe e claro você para ficarem hospedadas em minha casa por alguns dias.Digo e vejo o sorriso surgindo em seus lábios com o convite.—Mamãe, o que o senhor fala é verdade?Valentina se vira para a mãe que se encontra parada ao seu lado e os olhos raivosos em minha direção indicam que se Jéssica pudesse me colocava para
LeonardoNo caminho para a antiga casa que morei enquanto estava casado com Viviane foi com Valentina perguntando o motivo de ficar num outro lugar. Jéssica não me olhou em nenhum momento, com o rosto virado para a janela do carro. A menina conversava sobre como foi a festa na rua, disse que brincou com outras crianças, porém sentiu falta da mãe. Fábio nos observava com atenção pelo espelho e eu mantinha a postura, mas calma possível. Não queria falar algo que me denunciasse perante meus funcionários e prestava atenção a tudo que Valentina me contava. Antes de sair da casa, acabamos dando de cara com Pedro. Com toda certeza ele deveria ter sido informado da minha chegada e agora não tinha como me esconder daquelas pessoas. Jéssica disse que não precisava de ajuda e que eu havia convidado as duas a ficarem num outro lugar com mais segurança até que tudo se resolvesse. O olhar que aquele homem me deu ao entrar em seu carro, me deixou furioso. Como se ele fosse perfeito e não tivesse com
JéssicaSentada naquela enorme cama, num quarto tão luxuoso que nunca pensei que ficaria. Esperaria mais uns minutos para sair e ir até a minha filha. Eu viveria como prisioneira nessa mansão, sendo monitorada como se fosse uma criminosa. Leonardo não facilitaria a minha vida, faria o que fosse para me destruir, porém, eu não baixaria a cabeça para nada do que ele falasse. No dia seguinte o exame seria feito, eu provaria que a menina era dele e o depois não tinha noção de como seria. A governanta foi educada ao ser apresentada a mim, percebi o olhar de curiosidade em seu rosto, da mesma forma que foi do motorista quando entrei no carro. Com certeza todo mundo pensava o mesmo: a golpista que engravidou de um milionário para ter um vale-alimentação, vitalício. Claro que eu sempre seria a errada enquanto Leonardo é uma vítima da minha ambição.Peguei o celular da bolsa, liguei para Fernanda e contaria que estava bem. Minha amiga se preocupava comigo e pediria que ficasse na casa da tia M
LeonardoChegamos ao hospital antes das nove da manhã. Meu pai havia isolado um andar apenas para que eu fosse com Jéssica e Valentina colher o material genético. A equipe médica me aguardava no laboratório e minha chegada foi feita no mais completo sigilo. Jéssica ao meu lado seguia muda, enquanto Valentina, curiosa, me fazia várias perguntas. A menina queria entender o motivo de estar em um hospital e se tomaria injeção ou não. Saímos do elevador acompanhados por um dos meus seguranças e meu pai nos recebeu com um bom dia sorridente. Ao conhecer Valentina notei o olhar de felicidade em seu rosto, ele aceitaria a neta sem grandes problemas a julgar pelo abraço que deu na menina.— Pai, essa é a mãe da Valentina, a Jéssica— Jéssica, esse é o Ricardo, o meu pai— apresento os dois e papai estende a mão para ela, que demora alguns segundos para retribuir. Notei o desconforto dela ao conhecê-lo e no momento o que Jéssica sentia era o menor dos problemas.— Filho, vamos agora que eu sei qu
JéssicaDe volta a minha prisão, desci do carro sem ao menos agradecer o motorista. Valentina, falante, achou o passeio até o hospital uma diversão enquanto eu queria me trancar num quarto e chorar o dia inteiro. Doutor Ricardo, o avô da minha filha era totalmente diferente da bruxa da mãe do Leonardo. O senhor de cabelos grisalhos e óculos de grau, se mostrou uma pessoa amável e me enganei quando pensei que ele me trataria com desprezo. Foi totalmente o oposto do tratamento que ele deu para nós duas. Além de compreensivo, fez com que eu ficasse, mas calma, ao ver minha filha sendo submetida ao exame. Não era dolorido, porém era difícil para mim ver toda aquela situação. Me iludi demais ao pensar que Leonardo acreditaria de primeira.— Mamãe, vamos brincar um pouco no jardim? O senhor Leonardo vem à noite jantar conosco.Assim que entramos na casa, demos de cara com a governanta. A mulher parecia uma sombra me seguindo para todo o lado.— Senhora, o senhor Leonardo me pediu para pergu